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DO TRÁFICO DE ESCRAVATURA 1810-1842

as burguesias portuguesas ea abolição do tráfico de escravatura ...

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As Burguesias Portuguesas e a Abolição do Tráfico de Escravatura, <strong>1810</strong>-<strong>1842</strong>A COLONIZAÇÃOE A SOCIEDA<strong>DE</strong> PORTUGUESA.01Ao contrário do que aconteceu na Europa, a partir do século XIV, o processode estratificação de classes ficou bloqueado na Península Ibérica. A nobrezade raiz rural não sofreu qualquer abalo, apesar de a burguesia mercantil tertido expressão de grande força na vida portuguesa (1) . Os acontecimentosposteriores às descobertas concorreram para a consolidação da classe atéentão dominante, mais do que para o aparecimento de uma burguesiamercantil controladora do aparelho do poder.Por um conjunto de fenómenos aparentemente paradoxal, os negóciosprovenientes dos descobrimentos travaram a formação dessa burguesia. Asexpedições africanas e os negócios coloniais rendiam para a coroa ou paraos nobres existentes, ou a fazer. Quando a coroa, ou a Ordem de Cristo,nas mãos de familiares do rei, abriam mão do exclusivo, faziam-no para ospróximos. O senhorio da terra prolongou-se assim no tempo, dominante esem abalos de maior e, até meados do século XVII, vamos encontrar nobresa procurar ressarcir-se das suas dificuldades económicas nas prebendascoloniais, de que uns voltavam riquíssimos e que outros esbanjavam (2) .Logo em 1419 e 1420, apresentaram-se ao Infante D. Henrique dois escudeiros,João Gonçalves Zarco e Tristão Vaz Teixeira. O primeiro com famílianumerosa e em apuros. O segundo com muita vontade de fazer fortuna.Ambos espicaçados pela rapina de Ceuta. D. Henrique tinha diante de si aexacta situação económica e psicológica criada à pequena fidalguia pelopós-guerra. Vivendo principalmente da espada, não havendo inimigos adespojar, estes fidalgos viam-se na ruína financeira (3) . D. Duarte alegava151 E. Genovese, ESCLAVITUD Y CAPITALISMO, Barcelona, 1971.2 Ladislau Batalha, ANGOLA, Lisboa, 1889, pág. 34. Os fidalgos da Índia gastavam o que ganhavam nojogo e bailadeiras. C. R. Boxer, e Carlos de Azevedo, A FORTALEZA <strong>DE</strong> JESUS E OS PORTUGUESESEM MOMBAÇA, Lisboa, 1960, pág. 51.3 Elaine Sanceau, D. HENRIQUE O NAVEGA<strong>DO</strong>R, Porto, 1942, págs. 141-2.E-BOOK CEAUP

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