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DO TRÁFICO DE ESCRAVATURA 1810-1842

as burguesias portuguesas ea abolição do tráfico de escravatura ...

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José Capela84se viam pequenos cobertos, ao passo que o homem se achava afrontosamenteexposto pelo seu semelhante à poderosa influência do orvalho, dachuva e do sol. Quando a malvada indolência dos traficantes de escravosportugueses conduz o estrangeiro dentro destes pátios ou armazéns ondeeles encerram a sua humana mercadoria, e quando a vista destas dolorosascenas que cortam o coração e magoam as almas generosas, mas quenão inspiram àqueles traficantes, senão a diabólica alegria de possuíremuma semelhante riqueza, - é então que aqueles sórdidos avarentos lançamalegremente a vista para a acumulação das suas hordes.«Todos os negociantes de escravatura em Benguela eram portugueses,exceptuando dois ou três italianos; e o seu iníquo comércio estavatão florescente, que no ano de 1838 perto de 20 000 escravos se haviamexportado: - contaram-me isto muitos daqueles próprios negociantes,e era bem sabido que este número não tinha diminuído no decurso dosúltimos anos, mas antes aumentado. Contudo, era muito difícil saber-secom exactidão o estado deste comércio, porque muitas vezes eles faziamembarcar os escravos em outros pontos da costa; e, honra seja feita aogoverno britânico, a vigilância dos seus barcos de guerra tornava muitoarriscada a saída do porto de Benguela àqueles traficadores; tanto que,em alguns casos extremos, todas as carregações de escravos mandavameles a marchas forçadas para a nova colónia portuguesa de Moçâmedes,que distava perto de noventa milhas, e diziam ter um excelente porto».Ao descrever a vida doméstica, Tams diz que nas casas ricas havia escravosgirando em volta das mesas, com grandes abanos que agitavamconstantemente.Depois de afirmar que para desenvolver as riquezas naturais apenasseria preciso abolir completamente o tráfico da escravatura, diz que oúnico pensamento que nutriam os europeus, o seu íntimo desejo, era odinheiro: - só sentiam uma única precisão - «de dinheiro; e, à excepçãodo gozo desta sua única paixão, o resto dos seus apetites não eram superioresaos do bruto irracional». Confirma a opinião de Michael Angelo deGattinara, que viajara pelo Congo em 1666 e 1667, e que, tal como então,os criminosos eram banidos de Lisboa para Angola e Benguela e por issoeram pérfidos e negligentes os brancos que ali residem».Não havia em Benguela artista de qualidade alguma. Um residente, José2007

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