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DO TRÁFICO DE ESCRAVATURA 1810-1842

as burguesias portuguesas ea abolição do tráfico de escravatura ...

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As Burguesias Portuguesas e a Abolição do Tráfico de Escravatura, <strong>1810</strong>-<strong>1842</strong>já melindroso, quando se publicou o Decreto de 10 de Dezembro de 1836,se tornou ainda de maior transcendência depois que o governo inglês fezpassar um Bill...». Esta portaria era confidencial e Marinho explica essedetalhe pelo facto de Bonfim, segundo ele protector de negreiros, pretenderfazer recair o odioso sobre o governador. Mas o mais curioso é queMarinho, dizendo ter sido o tenente-coronel Thomaz Peres promovido econdecorado pelos serviços prestados à constituição de Setembro, tambémele seria «aliado negreiro por tal conhecido no Rio de Janeiro, Cabo daBoa Esperança e Província de Moçambique, à qual aliança se lhe atribuia fortuna considerável. Por sua vez, o juiz de direito Joaquim Pompílioda Mata, fora igualmente setembrista e deputado às cortes constitucionais.Em Lisboa, fora recrutado pelo deputado de Moçambique e negreiroTheodorico José de Abranches, para ir para esta colónia contrabandearescravos, como o próprio lhe confessara perante testemunhas. E para lá foitrabalhar com Joaquim de Santa Anna Garcia de Miranda, que esteve nogoverno provisório que o antecedeu, e com Francisco António Cardozo, administradorda Alfândega e membro do mesmo governo. Caetano AntónioPeres da Silva, que era setembrista, não fora exonerado de secretário daFazenda, o que Martinho atribui ao facto de ter a protecção dos negreiros,com quem colaborava (304) .O que é verdade é que o negócio de escravos prosseguiu, com fluxos erefluxos ao ritmo determinado pela procura oriunda do Brasil e de Cuba,mais do que por qualquer outro motivo. Entrou-se nos anos quarenta combarcos negreiros a frequentarem impunemente os portos de Moçambique.A vigilância dos cruzadores ingleses era facilmente iludida. No delta doZambeze não oferecia qualquer dificuldade procurar portos secundários.E mesmo na baia de Lourenço Marques, onde um posto militar dominavao porto entravam constantemente os navios idos do Brasil. Alguns, comindícios seguros de irem a escravos, foram impedidos de receber carga, omesmo tendo acontecido a outro que apareceu sem papéis. Mas governadoresmilitares houve que fecharam os olhos ao contrabando, como foi141304 Pereira Marinho, ob. cit., pág. 88. Este juiz de Direito teria dito ao próprio governador-geral, noquartel-general, «alto e bom som que ia para Moçambique para mandar três navios carregados denegros a seu irmão que estava no Maranhão, e que depois não queria nada mais de Moçambique,nem do Governo». In idem, pág. 38.E-BOOK CEAUP

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