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DO TRÁFICO DE ESCRAVATURA 1810-1842

as burguesias portuguesas ea abolição do tráfico de escravatura ...

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José Capela166de D. João VI interromperam. A 11 de Julho de 1835 Palmela informouWalden de que o governo português se dispunha a proceder à suspensão.Em 16 de Dezembro Walden respondia que o seu governo pretendia que ocontrato só fosse suspenso no fim de Abril. A oposição portuguesa acusavao governo de pretender continuar com o tratado (341) .Chegou-se portanto a 1836 sem que se tivesse resolvido o problema dotráfico de escravos e, por igual, sem que Portugal e a Inglaterra tivessemchegado a um acordo sobre outras matérias, tais como a das relações comerciais.Sobre o facto de Portugal ter publicado o decreto de 10 de Dezembrode 1836 sem conhecimento prévio dos ingleses acrescia esse outro de aomesmo ter sucedido o diploma das novas pautas proteccionistas, no anoseguinte. Sá da Bandeira diz que por detrás do procedimento britânico nasnegociações está a intenção de «impedir a conclusão final do tratado comvistas que seriam estranhas ao mesmo tratado». E - prosseguindo - revelavater observado a lord Howard «não dever considerar-se acto de hostilidadeo haver-se, em 1837, colocado o comércio britânico em Portugal no pé dasnações mais favorecidas, quando o comércio português não goza de privilégioalgum na Grã-Bretanha depois que, em 1831, uma administração daqual lord Palmerston fazia parte, aumentou os direitos sobre os vinhos portugueses,igualando-os com os da França; ao mesmo tempo que, segundo asestipulações então em vigor, eles deviam pagar uma terça parte menos queos vinhos franceses; sem que acerca de uma medida tão importante fosseouvido, ou pelo menos prevenido o governo português.» (... ) «São tambémcaracterísticas do espírito do nobre lord e da administração de que faz parte,as ordens em conselho de Sua Majestade Britânica, datadas de 10 de Maio de1837, pelas quais os navios e os produtos de Portugal que entram nos portosbritânicos têm que pagar direitos diferenciais desproporcionados; enquantoos navios e os produtos britânicos, que vêm aos portos de Portugal, têmcontinuado a ser considerados como os das nações mais favorecidas» (342) .Por isto e pelas condições em que foi assinado o tratado de <strong>1842</strong>, quepôs termo a esta disputa diplomática e de que falaremos, se pode concluirafoitamente que, de uma parte e de outra, pesava no contencioso à341 Marques Gomes, ob. cit., pág. 124.342 Sá da Bandeira, O <strong>TRÁFICO</strong>, cit., págs. 19-20.2007

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