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DO TRÁFICO DE ESCRAVATURA 1810-1842

as burguesias portuguesas ea abolição do tráfico de escravatura ...

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As Burguesias Portuguesas e a Abolição do Tráfico de Escravatura, <strong>1810</strong>-<strong>1842</strong>a questão para o Conselho do Governo. O chefe do Estado Maior, João daCosta Xavier, pressionava-o, igualmente, tanto mais que tinha 80 escravospara mandar para Havana, com licença da Junta Governativa anterior.Segundo Marinho, o deputado Teodorico Abranches era procuradorem Lisboa dos negreiros locais. Estes souberam, antes da chegada da portaria,que ele iria ser exonerado. Marinho entendia que, apesar de tudo,era possível acabar com o tráfico. O que ele teria feito - garante - se tivessecontinuado em Moçambique. Os principais da «facção negreira» emMoçambique - ainda segundo o governador - eram os já abundantementecitados Joaquim de Santa Anna Garcia de Miranda, o coronel FranciscoAntónio Cardoso, o major Cândido da Costa Soares e o major João da CostaXavier. O primeiro membro de um governo provisório, secretário do mesmoe presidente da Câmara Municipal; o segundo presidente de um governoprovisório e administrador da Alfândega; o terceiro igualmente membrode um governo provisório e o quarto, major do exército, foi quem tomouconta do governo, depois de Marinho. Por sua vez o deputado Abranches,que também fora membro de um governo provisório, quando partiu deMoçambique para as Cortes, foi em um navio carregado de escravos, namaioria seus. O barco foi aprisionado pelos cruzadores ingleses do Caboe o deputado só escapou com astúcias em que era mestre: «é negreiro, emuito negreiro, e está aliado com os negreiros de Moçambique; não temum só acto de honra na sua vida e tem exaurido do governo, ou FazendaPública de Moçambique tudo quando tem podido» (308) .Logo que dispôs de alguma força, o brigadeiro Marinho impôs a apreensãodos navios negreiros. Oficiais de Marinha que tomaram três vieramsugerir-lhe, alegando medo, a libertação das presas. O governador chegouà conclusão de que não era o medo dos espanhóis que os movia, mas o dinheiroque deles tinham recebido. Os capitães de duas dessas embarcaçõesdiziam alto e bom som que vinham dirigidos e confiados em Santa Anna eCardoso pois que ambos, quando membros do governo, lhes tinham escritopara Havana «dizendo que mandassem buscar quantos escravos quisessem,143308 Idem, págs. 17-18. Para o escrivão e deputado da Junta de Fazenda da capitania de Moçambiquerequereu o governador Xavier Botelho o hábito de Cristo, o que justificava, enaltecendo os seusmerecimentos. Xaxier Botelho a Min. da Mar., 10/3/1828, A. H. U., Avs. de Moç., Maço 4.E-BOOK CEAUP

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