19.08.2015 Views

DO TRÁFICO DE ESCRAVATURA 1810-1842

as burguesias portuguesas ea abolição do tráfico de escravatura ...

as burguesias portuguesas ea abolição do tráfico de escravatura ...

SHOW MORE
SHOW LESS
  • No tags were found...

You also want an ePaper? Increase the reach of your titles

YUMPU automatically turns print PDFs into web optimized ePapers that Google loves.

As Burguesias Portuguesas e a Abolição do Tráfico de Escravatura, <strong>1810</strong>-<strong>1842</strong>recomendara o negócio ao de Moçambique, Xavier Botelho (252) . E a propósitoda questão levantada pelo facto de o «D. Estevão de Ataíde» ter chegadoao Rio carregado de escravos, o governador-geral diria ao ministroque quando a mesma embarcação fora mandada à ilha de Bourbon, duasvezes, «para fins que são bem notórios», não tinha isso feito em Lisboa nenhumestrépito, como também o não fizera o envio da fragata «Afonso deAlbuquerque», pelo vice-rei da Índia, a Moçambique, em 1828, a «carregarescravos por conta da Fazenda Real para os levar para o Rio de Janeiro,donde voltou por aqui» (253) .Além dos comerciantes sedeados nos portos moçambicanos e brasileiros,tomaram parte neste tráfico outros, da praça de Lisboa. Estes últimosdiluídos em sociedades com congéneres nas praças brasileiras e angolanas.Relativamente a Moçambique destacaria os casos de José Nunes da Silveirae de Vicente Tomás dos Santos. O primeiro manteve, a partir de finais doséculo XVIII, um comércio regular com praças como Bombaim e Macauassim como Moçambique onde fez tráfico de escravos (254) . O segundo, napeugada do primeiro, de cujos navios havia sido capitão, obteve, em sociedadecom Carlos João Baptista, por alvará de 19 de Julho de 1825, a formaçãoda Companhia do Comércio de Lourenço Marques e de Inhambane.A companhia obrigava-se a navegar um navio, de Lisboa para LourençoMarques, pelo menos uma vez por ano. O Silveira partiu de Lisboa coma primeira expedição, da qual faziam parte dois feitores, cinco caixeiros,três casais de homens oficiais, quatro degredados e vários empregados,tendo chegado a Lourenço Marques em 7 de Maio de 1826 (255) . Em 1832estava a queixar-se do governador e de todos os oficiais que obstavam aonegócio, tendo ele cinquenta contos de mercadoria imobilizados. Por suavez, o governador de Moçambique proibira a entrada no porto de qualquernavio e mandara que se evitasse embarcar escravos. E argumenta: «Nuncafoi proibido negociar a portugueses nos próprios domínios de V. Majestadeem escravatura, nem a mesma Inglaterra a isso se opõe dando uma prova125252 Gov.-Geral a Min. da Mar., 29/Março/1829, A. H. U., Avs. de Moç., Maço 7.253 Gov.-Geral a Min. da Mar., 8/Set./1831, A. H. U., Avs. de Moç., Maço 24.254 António Carreira, O Tráfico Português de Escravos na Costa Oriental Africana Nos Começos do SéculoXIX, Lisboa, 1977.255 Documentos sobre a Companhia, A. H. U., Avs. de Moç., Maço 1.E-BOOK CEAUP

Hooray! Your file is uploaded and ready to be published.

Saved successfully!

Ooh no, something went wrong!