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DO TRÁFICO DE ESCRAVATURA 1810-1842

as burguesias portuguesas ea abolição do tráfico de escravatura ...

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José Capela72desenganar aos comissários, que ali há de estadia negociando em escravatura;de que o mau trato, que se lhe continua quando ela chega cansada,e destroçada de uma tão longa viagem, é a causa de tanta mortandade.Seria proveitoso a eles, e a esta porção da humanidade desgraçada, que emvez de negociarem anualmente cada um deles em quinhentos e seiscentosescravos, e até mil, negociassem em muito menor número, e os escravosfossem tratados, como deviam ser; pois que não podem existir, e durar,faltando-lhes com o preciso».Não será necessário insistir sobre o tipo de relações entre a diversaqualidade de traficantes e os próprios escravos e destes para com aqueles.Era a maior brutalidade e embestamento provocados pelos primeiros esobre eles mesmos projectados.Foi este negócio que tornou Luanda em centro de assinalável expressãologo nos princípios do século XVII, com desenvolvimento apreciávele os seus habitantes europeus a desfrutarem de elevado nível de vida. Oinventário dos bens do governador Manuel Pereira Forjaz, falecido emLuanda em Abril de 1611, atribui-lhes um valor de nove contos de réis, eentre esses bens contavam-se um patacho e um navio grande, certamentepara o transporte de escravos (127) .Também Saldanha da Gama” (128) , escrevendo nos princípios do séculoXIX, como vimos, atribuía a desgraçada situação em que Angola se encontravaao comércio de escravos, cujos grandes lucros eliminavam qualqueroutra hipótese de exploração económica. E defendia que se devia acabar comtoda a espécie de extorsões feitas por tal negócio, «não obstante as queixase oposições dos negociantes de Angola, os quais se amotinam e julgam ocomércio perdido, à menor alteração que se intente fazer em suas rotinas».De um mapa sobre a Capitania de Benguela (129) , datado de 1 de Agostode 1799, se vê que no território por ela abrangido e que além da cidade incluíaas províncias de Benguela, Quilenges, Huambo, Gualangue, Bailundoe Bié, havia naquela data 209 homens brancos e 13 mulheres brancas;pretos, respectivamente, 1 610 e 1 737; mulatos 495 e 320; escravos,127 Manuel da Costa Lobo, SUBSÍDIOS PARA A HISTÓRIA <strong>DE</strong> LUANDA, Lisboa, 1967, pág. 121.128 MEMÓRIA, cit., pág. 68.129 MAPPA DA CAPITANIA <strong>DE</strong> BENGUELLA, SUAS TROPAS, MORA<strong>DO</strong>RES E ESCRAVOS... in ANNAESMARÍTIMOS E COLONIAES, n. 4, 4.ª série, 1844, parte não oficial, pág. 161.2007

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