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DO TRÁFICO DE ESCRAVATURA 1810-1842

as burguesias portuguesas ea abolição do tráfico de escravatura ...

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José Capelaexactamente porque não dispunham de um background capaz de lhespermitir a sistematização actualizada da exploração colonial.Ora, a Inglaterra já o tinha em funcionamento e a Bélgica preparava-oatempadamente, com a vantagem de lhe não pesar um passado colonial,o que se repetiria mais tarde com a Alemanha. Portugal, o país de maiortradição colonial, e parcialmente por isso mesmo, encontrava-se nestasituação paradoxal: dispondo de extensos domínios coloniais, não geraraas classes metropolitanas capazes de, no século da industrialização, osocuparem com o comércio de produtos seus (112) .É a esta luz que podem obter-se algumas explicações não só para oanacronismo da metodologia da exploração colonial portuguesa, como tal,e prolongada no tempo até aos anos 60 do século XX, mas também, imediatamente,para as reacções, delongas e oposições à abolição da escravaturae, de seguida, para a manutenção dos seus sucedâneos (113) .64112 Em 1891, ainda Oliveira Martins suspiraria: «Angola podia e devia tornar-se para nós uma fontede riqueza imediata, como mercado para os produtos fabris portugueses por meio de direitos protectoresdiferenciais ...» PORTUGAL EM ÁFRICA, cit., pág. 7. E Marcello Caetano, em 1954: EmAngola e Moçambique existem quase 10 milhões de indígenas. Imagine-se o que pode representarpara a indústria portuguesa que esta gente compre produtos seus!». OS NATIVOS NA ECONOMIAAFRICANA, Coimbra, 1954, pág. 62.113 Discurso do ministro dos Negócios Estrangeiros (Andrade Corvo) em 15 de Fevereiro, in OSEXPLORA<strong>DO</strong>RES INGLESES, Lisboa, 1877, pág. 24: «Hesitámos alguma vez na abolição imediatada escravatura pelas grandes dificuldades económicas e financeiras, que mais por apreensão do quepelos factos, se afigurava existirem a espíritos timoratos? De certo que sim».2007

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