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DO TRÁFICO DE ESCRAVATURA 1810-1842

as burguesias portuguesas ea abolição do tráfico de escravatura ...

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José Capela70da proibição que impendia sobre os oficiais do governo de todo o comérciodirecto e indirecto, ou por entreposta pessoa, «não só entrou a negociarpara o sertão como outro qualquer mercador, mas contraiu uma sociedadecom António Martiniano, comprando ambos um navio, que publicamentetraziam no comércio» (123) . Com diversas protecções oficiais, fazia negóciode escravos em Benguela e Novo Redondo, associado a funcionários locais.Nas viagens, os barcos da sociedade negociavam com embarcaçõesestrangeiras, principalmente francesas. Conseguiu que o sogro, AntónioJosé da Costa, fosse a comandar a força de cem homens que iria descobrira foz do Rio Cunene. Este foi para as terras de sobas subjugados ondeos coagia à entrega de escravos, pontas de marfim e cera que mandava,em grande quantidade, para serem vendidos em Benguela. Contra issoprotestaram os povos e os negociantes de Benguela. Ao fim de dois anos etrês meses, o Costa foi mandado retirar e chegou a Benguela com mais deoitenta escravos, muito marfim e cera. Uma vez em Luanda, foi promovidoa sargento-mor e colocado no comando do forte do Penedo.Mello e Castro diz claramente que estes são meros exemplos de muitosoutros casos «que faziam um grande volume». E que mostravam com bastanteclareza quem eram os verdadeiros inimigos daquela Conquista. Esses«são os capitães-mores, tais como Luís Miranda, António José da Piedade,e outros semelhantes; são os encarregados de comissões ao sertão, taiscomo António José da Costa, e outros semelhantes; e são os denominadosnegociantes, que se destinam, e empregam no comércio do mesmo sertão,admitindo-se francamente sem o menor obstáculo, debaixo deste nome,os sujeitos mais abjectos de crédito e de verdade, e regularmente os maiscriminosos, para irem negociar com os miseráveis negros. Todos estes indivíduosnão tendo em vista mais que a sua insaciável ambição, antes de partirpara os seus destinos, procuram deixar em Luanda protectores e defensoresdas iniquidades e, munidos com tais escudos, logo que chegam ao sertãoentram livremente a praticá-las, cada um por seu diferente modo; sendo osmiseráveis negros os infelizes objectos, a quem todas elas se dirigem» (124) .123 Idem, ibidem. A págs. 54: «...se recebiam, aqui por outras partes, sucessivas notícias do extenso elucrativo comércio, que os seus familiares e aderentes (do antigo barão de Moçâmedes) faziam, eem que se interessavam... ».124 In idem, pág. 49.2007

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