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DO TRÁFICO DE ESCRAVATURA 1810-1842

as burguesias portuguesas ea abolição do tráfico de escravatura ...

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As Burguesias Portuguesas e a Abolição do Tráfico de Escravatura, <strong>1810</strong>-<strong>1842</strong>que caminhavam e em que muitos já se encontravam. Em Moçambique,só haveria já quatro moradores ricos e o mesmo acontecia nos Rios deSena, Sofala, Inhambane e Ilhas Quirimba. Duarte Salter de Mendonça, nasua memória de 7 de Dezembro de 1751, considerava que os portugueseseram maus colonizadores «porque todos tanto que passam o cabo da BoaEsperança, querem ser capitães, e comandantes». Um dos mais importantese temidos prazeiros de Sena foi João Xavier Pinheiro Aragão, capitão demar-e-guerra, que casou com a filha da referida D. Catarina Leitão. Esteoficial e grande prazeiro andou envolvido em grossas traficâncias queoriginaram graves conflitos, num dos quais feriu de morte outro fidalgo,Mateus Coelho Soares. Isto provocado pela preferência dada por este último,general de Moçambique, a um certo mercador, nas cargas aos váriosnavios de Sena e Sofala, com alguns sócios, e pagando 41% de direitos (193) .Este incidente chama-nos a atenção para a ligação dos prazeiros com ocomércio processado nos portos marítimos. Afinal de contas, tratava-se deuma classe meramente senhorial, de um misto de senhores com característicasde feudais mas já envolvidos directamente nos negócios marítimos,ou de negociantes que mantinham, acessoriamente, os domínios ondecolhiam os frutos a transaccionar?Será preciso distinguir dois períodos principais. Que podemos balizar naabertura dos portos, em meados do século XVIII. É certo que os portuguesespenetraram no interior, inicialmente, na busca do ouro. E ouro, marfim,âmbar e outros produtos constituíram as mercadorias que negociavam nasfeitorias e que, eles mesmos, uma vez estabelecidos na Zambézia, transaccionavam.Mas se os prazeiros não chegaram a fazer da Zambézia umacolónia de plantação propriamente dita, também, no seu período áureo,não foram qualquer coisa como uma burguesia comercial. Colocavam nomercado excedentes da produção agrícola, assim como o ouro e o marfimque os escravos angariavam ou que recebiam nas rendas. Mas o que erapreponderante no todo do sistema não eram as relações comerciais com oexterior mas as relações de produção, e as relações sociais em geral, dentrodos seus domínios, em cujo funcionamento o comércio de e para os portosmarítimos não teve incidência significativa até ao aparecimento do tráfico99193 In Idem, pág. 183.E-BOOK CEAUP

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