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DO TRÁFICO DE ESCRAVATURA 1810-1842

as burguesias portuguesas ea abolição do tráfico de escravatura ...

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As Burguesias Portuguesas e a Abolição do Tráfico de Escravatura, <strong>1810</strong>-<strong>1842</strong>A CLASSE ESCLAVAGISTAANGOLANA.05Recuando no tempo, vemos que logo no período inicial da ocupação doterritório mais tarde conhecido por Angola e durante o qual as intençõesrégias eram, aparentemente, as de transferir para a África o esquemado sistema dominial europeu, tudo ficou prejudicado pelo tráfico dosescravos. E que a doação feita a Paulo Dias de Novais fazia incidir os direitossenhoriais na exportação de escravos. Era a contradição insuperável dentrodo próprio sistema que se pretendia implantar mas nada impediu que otráfico tomasse imediatamente, ainda no século XVI, enormes proporções.O avassalamento forçado dos sobas era traduzido com pesados pagamentosem escravos (120) . O negócio foi em tal aumento e deu lugar a tantos abusose violências que, no Regimento dado ao governador Tristão da Cunha(1666), se proibia que os brancos fossem ao resgate para o sertão por causadas injustiças que aí faziam «recebendo dos governadores, por interesse,uma insígnia de Capitão, para vexarem os Povos mais a seu salvo» (121) .Exigiam carregadores aos povos, assaltavam as caravanas de escravos quese dirigiam às feiras, etc. Os próprios comerciantes negros debandavam,perante tanta violência.Um desses capitães, António José da Costa, foi classificado por Melloe Castro (122) como «tido e havido por um dos maiores ladrões do sertãode Angola». Conseguiu casar a sua filha com João Ribeiro de Sousa. Este,irregularmente, chegou a chefe da secretaria do governo de Angola, nogoverno de José de Almeida e Vasconcelos Soveral Carvalho (Barão deMoçâmedes), que desembarcou em Luanda a 7 de Setembro de 1784 egovernou até Setembro de 1790. Além dos abusos na secretaria, e apesar69120 Alfredo de Albuquerque Felner, ANGOLA, Coimbra, 1933, pág. 209.121 Mello e Castro a Manuel Almeida e Vasconcelos, 7/Agosto/1791, in ANGOLANA (Documentaçãosobre Angola), I, Luanda e Lisboa, 1968, pág. 51.122 Mello e Castro a Almeida e Vasconcelos, idem, págs. 44 e segs.E-BOOK CEAUP

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