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Ser de Imagen y de Signos Abordajes del Patrimonio Cultural. Editado por el Doctorado en Patrimonio Cultural de la Universidad Latinoamerican

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Paranapiacaba, Uma Vi<strong>la</strong> Inglessa No Brasil:<br />

Fuligem, Ferrugem E Mo<strong>de</strong>rnida<strong>de</strong> Na <strong>Ser</strong>ra Do Mar<br />

Figura 9: Paranapiacaba. Foto: Januário Cardoso, 2015.<br />

A mo<strong>de</strong>rnida<strong>de</strong>, <strong>por</strong>ém, ainda permeia a vida. Paradoxalm<strong>en</strong>te, o <strong>de</strong>sejo <strong>de</strong><br />

continuida<strong>de</strong> na ruptura, <strong>de</strong> reter a memória – também personificada em<br />

monum<strong>en</strong>tos e sítios – emerge da condição do ser mo<strong>de</strong>rno (CHOAY, 2001). Em meio<br />

ao turbilhão, há a necessida<strong>de</strong> <strong>de</strong> refer<strong>en</strong>ciais culturais e i<strong>de</strong>ntitários; âncoras que<br />

<strong>de</strong>em pert<strong>en</strong>cim<strong>en</strong>to, digam do passado e nos situem no pres<strong>en</strong>te.<br />

Se antes as ferrovias e <strong>de</strong>mais estruturas do período industrial sequer figurariam como<br />

foco <strong>de</strong> preservação , 5 o reconhecim<strong>en</strong>to <strong>de</strong> que <strong>el</strong>as são indícios edificados (não só <strong>de</strong><br />

aspectos econômicos, mas, sobretudo socioculturais), <strong>el</strong>evou muitos <strong>de</strong>sses locais à<br />

categoria <strong>de</strong> patrimônio cultural . 6 Através <strong>de</strong> novos usos e significados, esses espaços<br />

são reinseridos ao cotidiano como museus, c<strong>en</strong>tros culturais, bibliotecas, <strong>en</strong>tre outros.<br />

As revitalizações e ações turísticas, <strong>en</strong>tretanto, <strong>de</strong>vem consi<strong>de</strong>rar as dim<strong>en</strong>sões<br />

afetivas daqu<strong>el</strong>es que viv<strong>en</strong>ciaram as indústrias e os caminhos <strong>de</strong> ferro como lugares<br />

<strong>de</strong> trabalho. Das narrativas verbais e não verbais, emergem modos <strong>de</strong> fazer, visões e<br />

experiências que são fundam<strong>en</strong>tais à compre<strong>en</strong>são <strong>de</strong>sses contextos.<br />

*<br />

5. Da Carta <strong>de</strong> Restauro <strong>de</strong> At<strong>en</strong>as, <strong>de</strong> 1931: “Recom<strong>en</strong>da-se, sobretudo, a supressão <strong>de</strong> toda publicida<strong>de</strong>, <strong>de</strong> toda pres<strong>en</strong>ça<br />

<strong>de</strong> postes ou <strong>de</strong> fios t<strong>el</strong>egráficos, <strong>de</strong> toda indústria ruidosa, mesmo altas chaminés, na vizinhança ou na proximida<strong>de</strong> dos<br />

monum<strong>en</strong>tos <strong>de</strong> arte ou <strong>de</strong> história”.<br />

6. Na Carta <strong>de</strong> Nizhny Tagil para o Patrimônio Industrial, <strong>de</strong> 2003, consta que sua preservação <strong>de</strong>ssa tipologia patrimonial<br />

<strong>de</strong>ve incluir “[...] edifícios e as estruturas construídas para as ativida<strong>de</strong>s industriais, os processos e os ut<strong>en</strong>sílios utilizados,<br />

as cida<strong>de</strong>s e as paisag<strong>en</strong>s nas quais se localizam, assim como todas as manifestações, tangíveis e intangíveis, são <strong>de</strong> uma<br />

im<strong>por</strong>tância fundam<strong>en</strong>tal. Eles <strong>de</strong>vem ser estudados, a sua história <strong>de</strong>ve ser <strong>en</strong>sinada, o seu s<strong>en</strong>tido e o seu significado<br />

<strong>de</strong>vem ser explorados e c<strong>la</strong>rificados para todos. Os exemplos mais característicos <strong>de</strong>vem ser i<strong>de</strong>ntificados, protegidos e<br />

conservados, <strong>de</strong> acordo com o espírito da Carta <strong>de</strong> V<strong>en</strong>eza, ao serviço e em proveito do pres<strong>en</strong>te e do futuro”.<br />

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