01.06.2013 Views

Parte 1 - Tribunal Regional Federal da 4ª Região

Parte 1 - Tribunal Regional Federal da 4ª Região

Parte 1 - Tribunal Regional Federal da 4ª Região

SHOW MORE
SHOW LESS

Create successful ePaper yourself

Turn your PDF publications into a flip-book with our unique Google optimized e-Paper software.

Currículo<br />

_____________________________________________________________________________________________________<br />

Permanente - Módulo IV - Direito Penal - 2008 João Gualberto Garcez Ramos<br />

não se justifica uma análise específica.<br />

A ativi<strong>da</strong>de postulatória, que consiste na dedução <strong>da</strong> pretensão condenatória em<br />

juízo, no sistema processual penal brasileiro faz-se geralmente por escrito. Uma<br />

digressão: a referência a uma pretensão condenatória e não a uma pretensão punitiva,<br />

como consta em diversos manuais clássicos, é proposital. É tecnicamente mais correto<br />

bipartir-se o que a doutrina processual penal tradicional denomina impropriamente de<br />

pretensão punitiva em pretensão condenatória e pretensão executória. Isso porque só<br />

com o condenar-se não se pune, propriamente. Esse fim somente é atingido pelo<br />

condenação e execução <strong>da</strong> pena condenatória. Daí porque não é correto falar-se numa<br />

pretensão punitiva, que prescreve antes <strong>da</strong> condenação. O que prescreve, na ver<strong>da</strong>de, é<br />

a pretensão condenatória. Isola<strong>da</strong>mente considera<strong>da</strong>, a pretensão punitiva é, em<br />

ver<strong>da</strong>de, uma categoria pré-jurídica.<br />

Quanto à ativi<strong>da</strong>de devolutiva, inclusive, há certa corrente jurisprudencial que entende<br />

ser ela inváli<strong>da</strong> quando exerci<strong>da</strong> em audiência, <strong>da</strong><strong>da</strong> a ausência <strong>da</strong> formali<strong>da</strong>de do termo,<br />

pois o recorrente, à to<strong>da</strong> evidência recorre verbalmente e seu inconformismo passa a<br />

constar apenas <strong>da</strong> ata de julgamento. 321 Outra corrente, mais acerta<strong>da</strong> e numerosa, no<br />

STF 322 e no STJ, 323 admite-a, até porque a exigência absoluta de termo de recurso é um<br />

formalismo vazio; feitas as evidentes ressalvas de que a ata <strong>da</strong> audiência deve ser<br />

assina<strong>da</strong> pelo recorrente 324 e de que, no caso de decisão proferi<strong>da</strong> oralmente – grava<strong>da</strong><br />

por processo de estenotipia, por exemplo – o termo inicial para recurso somente se inicia<br />

<strong>da</strong> <strong>da</strong>ta <strong>da</strong> transcrição, 325 isso, evidentemente, porque somente a partir desse instante a<br />

parte tem pleno e detalhado conhecimento acerca <strong>da</strong> decisão. Esteja com qualquer <strong>da</strong>s<br />

321 Habeas corpus n. 46.944-PR – STF – 1ª Turma – Rel. Ministro Aliomar Baleeiro – julgado em<br />

17.jun.69 – ordem concedi<strong>da</strong> – votação unânime – RTJ, n. 52, p. 162.<br />

322<br />

Recurso de habeas corpus n. 49.625-GO – STF – 2ª Turma – Rel. Ministro Antonio Neder – julgado<br />

em 24.abr.72 – improvido – votação unânime – RTJ, n. 61, p. 638; Habeas corpus n. 60.449-RJ – STF – 1ª<br />

Turma – Rel. Ministro Oscar Corrêa – julgado em 14.dez.82 – ordem nega<strong>da</strong> – votação unânime – DJU,<br />

Seç. 1 (25.fev.1983) – RT n. 574 (ago/1983), p. 462-463; Recurso extraordinário criminal n. 114.513-PB –<br />

STF – 2ª Turma – Rel. Ministro Carlos Madeira – julgado em 10.mai.88 – não conhecido – votação unânime<br />

– RTJ n. 130, p. 1.186.<br />

323<br />

Recurso especial n. 19.465-0-PE – STJ – 6ª Turma – Rel. Ministro Luiz Vicente Cernichiaro –<br />

julgado em 30.jun.92 – provido – votação unânime – DJU, Seç. 1, (3.ago.1992) – RT n. 692 (jun/1993), p.<br />

335.<br />

324<br />

Apelação criminal n. 17.306-8-Curitiba – TJPR – 2ª Câmara Criminal – Rel. Desembargador Lima<br />

Lopes – julga<strong>da</strong> em 14.mai.92 – não-conheci<strong>da</strong> – votação unânime – RT n. 695 (set/1993), p. 373.<br />

325<br />

Habeas corpus n. 66.734-1-SP – STF – 2ª Turma – Rel. Ministro Carlos Madeira – julgado em<br />

18.nov.88 – ordem concedi<strong>da</strong> para que o tribunal a quo aprecie o mérito do recurso – votação unânime –<br />

DJU, Seç. 1 (10.fev.89) – RT n. 649 (nov/1989), p. 352.<br />

101

Hooray! Your file is uploaded and ready to be published.

Saved successfully!

Ooh no, something went wrong!