01.06.2013 Views

Parte 1 - Tribunal Regional Federal da 4ª Região

Parte 1 - Tribunal Regional Federal da 4ª Região

Parte 1 - Tribunal Regional Federal da 4ª Região

SHOW MORE
SHOW LESS

Create successful ePaper yourself

Turn your PDF publications into a flip-book with our unique Google optimized e-Paper software.

Currículo<br />

_____________________________________________________________________________________________________<br />

Permanente - Módulo IV - Direito Penal - 2008 João Gualberto Garcez Ramos<br />

Seção B<br />

Caracteres<br />

§ 1º A ativi<strong>da</strong>de decisória e os “sistemas”<br />

a) sistema inquisitório<br />

A preferência maior do sistema inquisitório é, com efeito, pela forma escrita. Não há,<br />

conforme HÉLIO TORNAGHI 525 deixa claro, incompatibili<strong>da</strong>de ontológica do processo<br />

inquisitório com as formasorais, ou do acusatório com as escritas, mas a ver<strong>da</strong>de é que<br />

aquele se compatibiliza mais perfeitamente com estas.<br />

Aliás, conforme observa com precisão FRANCO CORDERO, “no processo reduzido a<br />

uma son<strong>da</strong>gem introspectiva, as formas constituem um <strong>da</strong>do secundário ou<br />

absolutamente irrelevante; conta o êxito, obtido seja como for”. 526<br />

É no sistema acusatório que as formas do contraditório gozam, por assim dizer, de um<br />

respeito quase litúrgico.<br />

Contudo, está claro que a preferência do sistema inquisitório sempre foi pelas formas<br />

escritas, seja na ativi<strong>da</strong>de instrutória, seja na crítica, seja na decisória. Cabe descobrir as<br />

razões dessa preferência.<br />

Uma razão é o segredo em que se desenvolve o processo inquisitório. Não o favorece<br />

uma sentença prolata<strong>da</strong> em audiência. No processo de cunho inquisitório, em que hajam<br />

partes e publici<strong>da</strong>de, essa razão se atenua, posto que não desapareça.<br />

Outra razão que deve ser arrola<strong>da</strong> é a <strong>da</strong> mais intensa subjetivi<strong>da</strong>de imposta pelo<br />

sistema inquisitório ao juiz, no momento de decidir. Os “labirintos introspectivos”, a que<br />

vivamente faz menção FRANCO CORDERO, 527 impõem um “mergulho mais fundo”, por parte<br />

do juiz, em aspectos subjetivos do crime e de seu autor. Nesse caso, porque autoriza uma<br />

dedicação mais intensa e permite uma atenção maior aos detalhes, a forma escrita é<br />

usualmente preferi<strong>da</strong> no sistema inquisitório ou no sistema misto, como o brasileiro. 528<br />

525<br />

TORNAGHI, Hélio. Instituições…, v. 3, p. 468-469.<br />

526<br />

CORDERO, Franco. Procedura…, p. 290. Trecho original: “nel processo ridotto a scan<strong>da</strong>glio<br />

introspettivo le forme costituiscono un <strong>da</strong>to secon<strong>da</strong>rio o addirittura irrilevante; conta l’esito, comunque<br />

ottenuto”.<br />

527<br />

CORDERO, Franco. Procedura…, p. 610.<br />

528<br />

No foro, essa preferência é usual, sobretudo nos casos considerados “muito complexos”. Irreal ou<br />

não a complexi<strong>da</strong>de dos casos penais, a ver<strong>da</strong>de é que freqüentemente os juízes evitam prolatar a<br />

sentença na audiência.<br />

213

Hooray! Your file is uploaded and ready to be published.

Saved successfully!

Ooh no, something went wrong!