01.06.2013 Views

Parte 1 - Tribunal Regional Federal da 4ª Região

Parte 1 - Tribunal Regional Federal da 4ª Região

Parte 1 - Tribunal Regional Federal da 4ª Região

SHOW MORE
SHOW LESS

Create successful ePaper yourself

Turn your PDF publications into a flip-book with our unique Google optimized e-Paper software.

Currículo<br />

_____________________________________________________________________________________________________<br />

Permanente - Módulo IV - Direito Penal - 2008 João Gualberto Garcez Ramos<br />

estrita medi<strong>da</strong> <strong>da</strong>s condições materiais <strong>da</strong> sala de audiência.<br />

Quid iuris no caso de, no processo penal, ocorrerem discussões que possam<br />

humilhar, vexar, rebaixar ou embaraçar as partes? Estará o juiz criminal obrigado a<br />

franquear acesso à audiência a pessoas desvincula<strong>da</strong>s dos fatos em discussão, desde<br />

que o local <strong>da</strong> audiência o permita? Com que base imporá um segredo de justiça e<br />

demais disso, absoluto?<br />

Esclareça-se, em primeiro lugar, que a questão somente se põe no caso de ação<br />

penal de titulari<strong>da</strong>de priva<strong>da</strong>. No processo iniciado por denúncia o interesse público está<br />

por demais presente para autorizar um segredo absoluto: permite, no máximo, uma<br />

limitação <strong>da</strong> publici<strong>da</strong>de.<br />

Nesse caso, até porque o art. 1º, inciso III, <strong>da</strong> Constituição dispõe ser a digni<strong>da</strong>de <strong>da</strong><br />

pessoa humana um dos fun<strong>da</strong>mentos <strong>da</strong> República, há que ser adota<strong>da</strong> a lição de<br />

MOACYR AMARAL SANTOS, 386 para entender que, em processo iniciado por queixa, será<br />

possível que o juiz, em sendo vexatória ou humilhante a matéria discuti<strong>da</strong>, imponha um<br />

segredo absoluto na audiência processual penal.<br />

2. orali<strong>da</strong>de<br />

Estabeleci<strong>da</strong> a publici<strong>da</strong>de <strong>da</strong> ativi<strong>da</strong>de instrutória <strong>da</strong> audiência processual penal,<br />

impõe-se precisar-lhe a forma como se desenvolverá. A respeito dispõe o art. 204 do CPP<br />

que “o depoimento será prestado oralmente, não sendo permitido à testemunha trazê-lo<br />

por escrito”. Mas o seu parágrafo único ressalva que não lhe será ve<strong>da</strong><strong>da</strong> “breve consulta<br />

a apontamentos”.<br />

Trata-se de regra que deixa claro que a audiência desenvolver-se-á oralmente, sendo<br />

ve<strong>da</strong>do às partes e mesmo ao juiz a consagração <strong>da</strong> forma escrita. Nisso consiste o<br />

princípio <strong>da</strong> orali<strong>da</strong>de. A consulta a apontamentos, sendo breve, não viola a orali<strong>da</strong>de.<br />

Há exceção à regra, estabeleci<strong>da</strong> em favor de algumas <strong>da</strong>s pessoas egrégias, a<br />

saber: o Presidente e o Vice-Presidente <strong>da</strong> República, os presidentes do Senado <strong>Federal</strong>,<br />

<strong>da</strong> Câmara dos Deputados e do Supremo <strong>Tribunal</strong> <strong>Federal</strong>. Essas pessoas, conforme o §<br />

1º do art. 221 do CPP, poderão, se o preferirem, apresentar seus depoimentos por<br />

escrito.<br />

É possível definir o princípio <strong>da</strong> orali<strong>da</strong>de como sendo o que não somente impõe a<br />

forma oral para a prática <strong>da</strong> maioria dos atos processuais, como também o que a impõe<br />

386 Cf. SANTOS, Moacyr Amaral. Comentários…, p. 396.<br />

135

Hooray! Your file is uploaded and ready to be published.

Saved successfully!

Ooh no, something went wrong!