01.06.2013 Views

Parte 1 - Tribunal Regional Federal da 4ª Região

Parte 1 - Tribunal Regional Federal da 4ª Região

Parte 1 - Tribunal Regional Federal da 4ª Região

SHOW MORE
SHOW LESS

Create successful ePaper yourself

Turn your PDF publications into a flip-book with our unique Google optimized e-Paper software.

Currículo<br />

_____________________________________________________________________________________________________<br />

Permanente - Módulo IV - Direito Penal - 2008 João Gualberto Garcez Ramos<br />

autor, sugere, segundo ALFREDO VELEZ MARICONDE, que houve influência do ordenamento<br />

jurídico-penal romano no respectivo ordenamento bárbaro ain<strong>da</strong> antes <strong>da</strong>s invasões. 119<br />

Essa composição, conforme HEINRICH AHRENS, era decidi<strong>da</strong> em uma audiência<br />

marca<strong>da</strong> pela objetivi<strong>da</strong>de. 120 Essa objetivi<strong>da</strong>de, entre outras conseqüências,<br />

determinava que a confissão do acusado evitasse qualquer forma de instrução: era prova<br />

plena de culpabili<strong>da</strong>de. 121<br />

Seja como for, está claro que a audiência processual penal dos germânicos era<br />

caracteriza<strong>da</strong> pela objetivi<strong>da</strong>de, simplici<strong>da</strong>de e ampla participação popular, que aos<br />

poucos se foi restringido no sentido <strong>da</strong> participação indireta, por representantes, cujos<br />

primeiros exemplos são, conforme visto, os rachinburgen ou consilium ferentes,<br />

destacados dos demais por que podiam deliberar sentados, tendo em vista sua<br />

respeitabili<strong>da</strong>de e, além disso, um maior conhecimento <strong>da</strong>s regras jurídicas e <strong>da</strong><br />

tradição. 122<br />

Segundo ALFREDO VELEZ MARICONDE e também conforme já visto, a outra<br />

característica <strong>da</strong> audiência processual penal entre os germânicos, por influência grega,<br />

era a prévia colocação <strong>da</strong> causa <strong>da</strong> justiça sob a proteção <strong>da</strong>s divin<strong>da</strong>des. 123<br />

Tal colocação, ain<strong>da</strong> segundo esse autor, é comprova<strong>da</strong> pela existência de dois<br />

procedimentos entre os germânicos: o ordinário e o extraordinário. 124 Este último, <strong>da</strong>do<br />

que se aplicava aos criminosos apanhados infraganti, prescindia <strong>da</strong> proteção e juízo <strong>da</strong>s<br />

divin<strong>da</strong>des. A razão disso é clara: as evidências surgi<strong>da</strong>s do flagrante eram suficientes<br />

para <strong>da</strong>rem a certeza <strong>da</strong> culpa do criminoso. Já no procedimento ordinário, em que os<br />

juízes eram privados <strong>da</strong> evidência do flagrante, seria melhor que se apoiassem em juízos<br />

divinos.<br />

A invocação <strong>da</strong> proteção divina se verificava através de cerimônias religiosas<br />

realiza<strong>da</strong>s no início de ca<strong>da</strong> audiência. 125<br />

A queixa do ofendido não era exatamente no sentido atual: ao invés de pleitear à<br />

119<br />

MARICONDE, Alfredo Velez. Estudios…, p. 51-52.<br />

120<br />

AHRENS, Enrique. Historia…, p. 245-246.<br />

121<br />

GILISSEN, John. Introdução…, p. 178-179. GILISSEN descreve esse procedimento de forma<br />

diversa, já vista.<br />

122<br />

AHRENS, Enrique. Historia…, p. 327-334.<br />

123<br />

MARICONDE, Alfredo Velez. Estudios…, p. 52.<br />

124<br />

MARICONDE, Alfredo Velez. Estudios…, p. 52.<br />

125<br />

MARICONDE, Alfredo Velez. Estudios…, p. 52.<br />

42

Hooray! Your file is uploaded and ready to be published.

Saved successfully!

Ooh no, something went wrong!