01.06.2013 Views

Parte 1 - Tribunal Regional Federal da 4ª Região

Parte 1 - Tribunal Regional Federal da 4ª Região

Parte 1 - Tribunal Regional Federal da 4ª Região

SHOW MORE
SHOW LESS

Create successful ePaper yourself

Turn your PDF publications into a flip-book with our unique Google optimized e-Paper software.

Currículo<br />

_____________________________________________________________________________________________________<br />

Permanente - Módulo IV - Direito Penal - 2008 João Gualberto Garcez Ramos<br />

necessi<strong>da</strong>de. 456<br />

§ 3º Natureza jurídica<br />

a) na doutrina<br />

A natureza jurídica do interrogatório do acusado é questão <strong>da</strong>s mais controverti<strong>da</strong>s na<br />

doutrina processual penal. O presente estudo se refere, conforme já ficou registrado, ao<br />

aspecto dinâmico <strong>da</strong> audiência processual penal. Portanto e numa primeira aproximação,<br />

a natureza jurídica do interrogatório ficaria excluí<strong>da</strong> dessa destinação. Contudo, não é o<br />

que ocorre.<br />

Com efeito, <strong>da</strong> definição <strong>da</strong> natureza jurídica do interrogatório depende o seu<br />

desenvolvimento: 457 sobretudo no que respeita às relações entre interrogante e<br />

interrogado.<br />

O CPP não responde diretamente a questão <strong>da</strong> natureza jurídica do interrogatório<br />

processual penal, mas fornece pistas. A primeira delas é a colocação <strong>da</strong>s regras do<br />

interrogatório no capítulo destinado às provas.<br />

Outra pista é forneci<strong>da</strong> pelo item XI <strong>da</strong> Exposição de Motivos, quando justifica, entre<br />

outras, a regra do art. 260.<br />

Assim, com base, entre outros, nesse dispositivo, torna-se tarefa <strong>da</strong> doutrina<br />

processual penal perquirir essa natureza.<br />

De um lado, posicionam-se os que consideram o interrogatório como um meio de<br />

defesa, oportuni<strong>da</strong>de que a lei processual penal defere ao acusado a possibili<strong>da</strong>de de<br />

defender-se diretamente. Lecionam nesse sentido BENTO DE FARIA, 458 JORGE ALBERTO<br />

ROMEIRO 459 e LOURIVAL VILELA VIANA. 460<br />

De outro, há os que negam, pura e simplesmente, o caráter de meio de defesa ao<br />

interrogatório, afirmando ter ele apenas a natureza de meio ou ato de prova. Assim<br />

ROMEU PIRES DE CAMPOS BARROS, 461 HÉLIO TORNAGHI, 462 ROGÉRIO LAURIA TUCCI, 463 PAULO<br />

456<br />

Apelação criminal n. 112.836-3/8 – TJSP – 6ª Câmara – Rel. Desembargador Nélson Fonseca –<br />

votação majoritária – julga<strong>da</strong> em 6.nov.91 – RT n. 675 (jan/1992), p. 371.<br />

457<br />

Cf. ARANHA, A<strong>da</strong>lberto José Q. T. de Camargo. Da prova…, p. 67.<br />

458<br />

FARIA, Bento de. Código…, p. 281.<br />

459<br />

ROMEIRO, Jorge Alberto. Considerações…, p. 43.<br />

460<br />

VIANA, Lourival Vilela. Da confissão…, p. 28-29.<br />

461<br />

BARROS, Romeu Pires de Campos. “O interrogatório do acusado e o princípio <strong>da</strong> ver<strong>da</strong>de real”, em<br />

Estudos-Hungria (1962), p. 320-323.<br />

173

Hooray! Your file is uploaded and ready to be published.

Saved successfully!

Ooh no, something went wrong!