01.06.2013 Views

Parte 1 - Tribunal Regional Federal da 4ª Região

Parte 1 - Tribunal Regional Federal da 4ª Região

Parte 1 - Tribunal Regional Federal da 4ª Região

SHOW MORE
SHOW LESS

Create successful ePaper yourself

Turn your PDF publications into a flip-book with our unique Google optimized e-Paper software.

Currículo<br />

_____________________________________________________________________________________________________<br />

Permanente - Módulo IV - Direito Penal - 2008 João Gualberto Garcez Ramos<br />

qualquer afirmação <strong>da</strong>s partes que configure razões deverá ser coibi<strong>da</strong> pelo juiz-<br />

presidente <strong>da</strong> sessão.<br />

Embora a inquirição <strong>da</strong> testemunha seja direta, ao juiz-presidente <strong>da</strong> sessão caberá a<br />

re<strong>da</strong>ção resumi<strong>da</strong> do depoimento, bem como sua redução a termo (CPP, art. 469).<br />

Desnecessário adicionar que, nessa hipótese, como em outras semelhantes, “o juiz<br />

deverá cingir-se tanto quanto possível, às expressões usa<strong>da</strong>s pelas testemunhas,<br />

reproduzindo fielmente suas expressões” (CPP, art. 215).<br />

§ 3º Fun<strong>da</strong>mento político<br />

a) a questão do fun<strong>da</strong>mento político <strong>da</strong> prova testemunhal<br />

A prova testemunhal, principal ativi<strong>da</strong>de instrutória desenvolvi<strong>da</strong> em audiência, é hoje<br />

a base <strong>da</strong> instrução no processo penal brasileiro. 417<br />

Sua importância e a riqueza dos aspectos jurídicos que suscita têm levado a doutrina<br />

processual penal a questionar-se acerca do fun<strong>da</strong>mento político <strong>da</strong> prova testemunhal.<br />

Duas vertentes podem ser destaca<strong>da</strong>s.<br />

NICOLA FRAMARINO DEI MALATESTA é expressão <strong>da</strong> primeira delas. O autor italiano, ao<br />

analisar o fun<strong>da</strong>mento político <strong>da</strong> prova testemunhal, busca-o na experiência humana<br />

relativa à ver<strong>da</strong>de dos semelhantes: “o fun<strong>da</strong>mento <strong>da</strong> atestação de pessoa em geral e do<br />

testemunho em particular, é a presunção que consiste em dizer que os homens percebem<br />

e relatam a ver<strong>da</strong>de, presunção esta que, por sua vez, se fun<strong>da</strong> na experiência geral <strong>da</strong><br />

humani<strong>da</strong>de, que demonstra que, na reali<strong>da</strong>de, as mais <strong>da</strong>s vezes, o homem é<br />

ver<strong>da</strong>deiro. E o é por várias razões, tanto pela tendência natural <strong>da</strong> mente, que na<br />

ver<strong>da</strong>de, mais do que na mentira, encontra a satisfação de uma necessi<strong>da</strong>de ingênita,<br />

como por uma tendência natural <strong>da</strong> vontade, à qual a ver<strong>da</strong>de parece um bem, ao mesmo<br />

tempo que toma a mentira como um mal; e, enfim, porque essas tendências naturais <strong>da</strong><br />

inteligência e <strong>da</strong> vontade estão robusteci<strong>da</strong>s no homem social, não só pelo desprezo que<br />

sente a socie<strong>da</strong>de pelo embusteiro, senão também pelas penas religiosas e civis que<br />

vigem ameaçadoramente sobre sua cabeça”. 418<br />

417<br />

LEONE, Giovanni. Trattato…, p. 238.<br />

418<br />

MALATESTA, Framarino dei. Lógica…, v. 2, p. 15-16. Trecho original: “el fun<strong>da</strong>mento de la<br />

atestación de persona em general y del testimonio en particular, es la presunción que consiste en decir que<br />

los hombres preciben y relatan la ver<strong>da</strong>d, presunción que a su vez se fun<strong>da</strong> en la experiencia general de la<br />

humani<strong>da</strong>d, que demuenstra que en reali<strong>da</strong>d, las más veces, el hombre es verídico. Y lo es por varias<br />

razones, tanto por una tendencia natural de la mente, que en la ver<strong>da</strong>d, más facilmente que en la mentira,<br />

encuentra la satisfacción de una necesi<strong>da</strong>d ingénita, como por una tendencia natural de la voluntad, a la<br />

149

Hooray! Your file is uploaded and ready to be published.

Saved successfully!

Ooh no, something went wrong!