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Relatório Anual das Desigualdades Raciais no Brasil; 2009-2010

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Tabela 3.19. População residente com incidência de aids de acordo com a evolução do quadro da enfermidade,segundo os grupos de cor ou raça selecionados (brancos, pretos & pardos e cor ig<strong>no</strong>rada) e sexo, <strong>Brasil</strong>, 2008(em % do número de registros de <strong>no</strong>vos casos da enfermidade)par<strong>das</strong>, a razão de mortalidade por aids aumentou em 10,7%. Noentendimento deste movimento, mais uma vez se fez necessárioentender a queda do número de declarações de óbito por aqueleagravo sem a identificação da cor ou raça e sua quase derivação emtermos da elevação do peso relativo dos pretos & pardos. Assim, oque poderia estar ocorrendo seria mais uma melhor precisão doquadro realmente vigente do que o efetivo aumento da mortalidadeentre as mulheres pretas & par<strong>das</strong> por aids. De qualquer maneira,frise-se que, <strong>no</strong>s a<strong>no</strong>s de 2006 e 2007, a razão de mortalidade demulheres pretas por esta doença superou o mesmo indicador entreas mulheres brancas, <strong>no</strong> primeiro a<strong>no</strong> em 9,4%, e <strong>no</strong> segundo, em1,8%.Conforme vem podendo ser visto ao longo da presente seção,existem motivos para se suspeitar do maior número de óbitospor aids entre homens e mulheres pretos & pardos, vis-à-vis osindivíduos dos correspondentes grupos de sexo e de cor ou raçabranca. Para além do comportamento recente dos indicadores deincidência e de mortalidade, também é possível recuperar os termosda tabela 3.18, na qual se apresentaram evidências parciais sobreas condições sociais mais agrava<strong>das</strong> por parte dos diag<strong>no</strong>sticadoscom aids pretos & pardos, comparativamente aos brancos, atravésda escolaridade dos diag<strong>no</strong>sticados de ambos os grupos de cor ouraça. Assim, os dados da tabela 3.19, que trata da evolução do quadroda enfermidade, vêm complementar aquelas evidências, trazendomais um elemento para o debate.Do total de registros de<strong>no</strong>vos casos de aids de pessoasacima de 13 a<strong>no</strong>s de idadeocorridos em todo o país, em2008, 77,3% dos homens e81,9% <strong>das</strong> mulheres seguiamvivos. Entre os homens queevidenciaram aquela afecçãonaquele a<strong>no</strong>, 20,4% haviammorrido de aids, ao passoque entre as mulheres essepercentual era de 16,2%.Todavia, ao se analisar aevolução da enfermidade pelosgrupos de cor ou raça e sexo,percebiam-se diferenças entreos grupos. Desse modo, entreos homens brancos que tiveramdiagnóstico de aids em 2008,79,4% continuavam vivos eBrancos Pretos & Pardos Cor ou raça ig<strong>no</strong>rada TotalHomens Mulheres Homens Mulheres Homens Mulheres Homens MulheresVivo 79,4 83,6 76,0 81,3 72,0 73,0 77,3 81,9Óbito por Aids 18,3 14,8 22,3 16,7 23,3 23,1 20,4 16,2Óbito por outras causas 0,9 0,5 0,8 0,8 1,1 0,2 0,9 0,6Ig<strong>no</strong>rado 1,5 1,1 0,8 1,1 3,6 3,7 1,4 1,3Fonte: Ministério da Saúde, DATASUS, microdados SINANTabulações LAESER: Fichário <strong>das</strong> <strong>Desigualdades</strong> <strong>Raciais</strong>Nota: a população total inclui os indivíduos de cor ou raça amarela e indígena18,3% haviam morrido devidoa complicações da doença. Entreos homens pretos & pardos namesma condição, o percentualde vivos era de 76,0% e o demortos pela doença, 22,3%. Nocaso <strong>das</strong> mulheres brancas comdiagnóstico de aids registradoem 2008, 83,6% seguiam vivas,ao passo que 14,8% tinhamvindo a óbito por aids. Já <strong>no</strong>caso <strong>das</strong> mulheres pretas &par<strong>das</strong> em idêntica situação,o percentual <strong>das</strong> que seguiamvivas foi de 81,3%. Já o percentual de faleci<strong>das</strong> pelo agravo foide 16,7%.Considerando-se que não existem motivos para se suspeitarde que estes níveis desiguais de letalidade possam estar sendogerados por determinantes biológicos, a chave de leitura para ainterpretação destas evidências acaba recaindo sobre as dimensõessociais e institucionais. Ou seja, em se confirmando estes percentuaispara os próximos a<strong>no</strong>s, seria o caso de se perguntar se, para além<strong>das</strong> diferentes condições socioeconômicas, não estaria ocorrendodiferenças de cor ou raça <strong>no</strong> acesso ao tratamento para a doença<strong>no</strong> interior do sistema público de saúde.3.5. Enfermidades e óbitos por sífilis3.5.a. Enfermidade por sífiliscongênita (gráficos 3.21. e 3.22.)Conforme já foi visto <strong>no</strong> capítulo 2 (vide tabelas 2.5 e 2.6), <strong>no</strong>a<strong>no</strong> de 2008, em todo o <strong>Brasil</strong>, ficou constatada a maior incidênciada sífilis congênita e da sífilis gestante sobre as mulheres pretas& par<strong>das</strong>, comparativamente às mulheres brancas. Portanto, napresente seção, será feito um desdobramento daquela discussão.Gráfico 3.21. População residente com incidência de sífilis congênita, segundo os grupos de cor ou raça selecionados(brancos, pretos & pardos e cor ou raça ig<strong>no</strong>rada), <strong>Brasil</strong>, 2001-2008 (em número de registros de <strong>no</strong>vos casos da enfermidade)Fonte: Ministério da Saúde, DATASUS, microdados SINANTabulações LAESER: Fichário <strong>das</strong> <strong>Desigualdades</strong> <strong>Raciais</strong>Nota: a população total inclui os indivíduos de cor ou raça amarela e indígenaSaúde sexual e reprodutiva 103

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