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Relatório Anual das Desigualdades Raciais no Brasil; 2009-2010

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Outro indicador eloquente diz respeito ao peso relativo dosafrodescendentes <strong>no</strong>rte-america<strong>no</strong>s em algumas profissões queexigem diploma de nível superior, tal como ocorria <strong>no</strong> a<strong>no</strong> de1950 e <strong>no</strong> a<strong>no</strong> de 2000.Em meados dos a<strong>no</strong>s 1950, os afrodescendentes <strong>no</strong>rteamerica<strong>no</strong>scorrespondiam a 0,7% dos arquitetos, 1,0%dos engenheiros civis, 1,4% dos matemáticos, 1,1% dosquímicos, 2,1% dos físicos, 2,7% dos dentistas, 1,1% doseco<strong>no</strong>mistas, e 1,0% dos advogados. Nas carreiras como asde engenheiro elétrico, engenheiro industrial, engenheiromecânico e engenheiro químico, a presença negra era quasetraço estatístico. Em algumas profissões como engenheiroaeroespacial, de materiais e metalúrgico, engenharia dopetróleo, astrô<strong>no</strong>mos, psicólogos, nem traço estatístico osnegros eram, pois dos dados disponíveis há a indicação deque seriam 0%.Passados cinquenta a<strong>no</strong>s, os negros <strong>no</strong>rte-america<strong>no</strong>sperfaziam 3,1% dos arquitetos, 3,2 dos engenheiros aeroespaciais,3% dos engenheiros de materiais e metalúrgicos, 3,4% dosengenheiros do petróleo, 4,4% dos engenheiros químicos, 3,6%dos engenheiros civis, 4,8% dos engenheiros elétricos, 4,0% dosengenheiros industriais e mecânicos, 6,5% dos matemáticos, 1,7% dosastrô<strong>no</strong>mos, 6,2% dos químicos, 4,6% dos físicos, 3,4% dos dentistas,4,6% dos eco<strong>no</strong>mistas, 3,5% dos psicólogos e 3,8% dos advogados.De qualquer maneira, se é bem verdade que esta mudançade perfil é reflexo de déca<strong>das</strong> de árduas lutas dos negros peloreconhecimento dos seus direitos civis e políticos, por outrolado, é inequívoco que em to<strong>das</strong> as profissões assinala<strong>das</strong> opeso relativo dos afrodescendentes <strong>no</strong>rte-america<strong>no</strong>s naquelascarreiras ainda seguia um tanto aquém da sua participação napopulação como um todo.Tais indicadores revelam, destarte, que, naquele país, <strong>no</strong>que tange ao acesso dos negros às oportunidades e direitossociais, muito já se trilhou. Mas também que muito ainda há deser trilhado <strong>no</strong> sentido da plena superação dos efeitos negativosdo racismo sobre as populações afrodescendentes dos EUA.Tabela 6.5.box. Profissões seleciona<strong>das</strong> segundo composição racial dos grupos selecionados(White e Black), EUA, 1950 e 2000 (em % do total de pessoas ocupa<strong>das</strong> na profissão)1950 2000White Black White BlackArquiteto 99,3 0,7 83,0 3,1Engenheiro aeroespacial 99,8 0,0 80,6 3,2Engenheiro de materiais e metalúrgico 97,9 0,0 83,5 3,0Engenheiro do petróleo, minas e geólogo 99,5 0,0 87,5 3,4Engenheiro químico 98,8 0,3 81,4 4,4Engenheiro civil 97,9 1,0 81,5 3,6Engenheiro elétrico 98,6 0,1 76,5 4,8Engenheiro industrial 99,4 0,1 84,4 4,0Engenheiro mecânico 98,9 0,2 84,0 4,0Engenheiro outros 98,9 0,5 80,0 3,7Matemático e cientista matemático 98,6 1,4 75,0 6,5Astronômo 90,6 0,0 84,5 1,7Químico 98,0 1,1 73,8 6,2Físico 96,3 2,1 73,3 4,6Dentista 96,0 2,7 82,3 3,4Eco<strong>no</strong>mista, analista de mercado 94,8 1,1 81,3 4,6Psicólogo 97,4 0,0 89,1 3,5Advogado 98,1 1,0 88,9 3,8Fonte: United States Census Bureau, microdados Census of Population and Housing (Minnesota Population Center,IPUMS International: Version 5.0 [Machine-readable database], <strong>2009</strong>. Disponível em: http://usa.ipums.org/usa/)Tabulações: LAESERNota 1: White = branco; Black = afrodescendente <strong>no</strong>rte-america<strong>no</strong>Nota 2: <strong>no</strong> questionário original o campo de resposta para população Black englobava também as opções Afroamericane NegroeNota 3: a população White e Black não inclui as pessoas de origem hispânica - lati<strong>no</strong> americanalongo do período 1988-2008. O estudo será feito através da análise<strong>das</strong> taxas, bruta e líquida, de escolaridade. Estes dois indicadoresjá foram definidos anteriormente, com a única diferença que nestecaso elas foram calcula<strong>das</strong> tendo por referência a população nafaixa de idade de 18 a 24 a<strong>no</strong>s.No período considerado, em todo o país, aumentou o númerode estudantes que frequentavam o ensi<strong>no</strong> superior. Entre os a<strong>no</strong>sde 1988 e 2008, a taxa bruta de escolaridade <strong>no</strong> ensi<strong>no</strong> superiorda população total passou de 8,6% para 25,5%, significando umincremento de 17,0 pontos percentuais ou, em termos proporcionais,de 197,8%.A taxa bruta de escolaridade <strong>no</strong> ensi<strong>no</strong> superior da populaçãoresidente branca passou de 12,4%, em 1988, para 35,8% em 2008,correspondendo a uma elevação de 23,4 pontos percentuais, ou umaumento proporcional de 189,2%. Já <strong>no</strong> caso da população preta& parda, a taxa bruta de escolaridade <strong>no</strong> nível superior passoude 3,6%, em 1988, para 16,4%. Esta evolução correspondeu a umaumento de 12,7 pontos percentuais ou, em termos proporcionais,de 350,4%, em 2008.Quando a análise passa para as distâncias entre os grupos decor ou raça, verifica-se que a desigualdade entre brancos e pretos &pardos, <strong>no</strong> que tange à taxa bruta de escolaridade <strong>no</strong> ensi<strong>no</strong> superior,cresceu durante o período. Assim, a vantagem para o primeiro grupoera de 8,8 pontos percentuais em 1988; de 12,7 pontos percentuaisem 1998; e de 19,5 pontos percentuais em 2008. Por outro lado, aose analisar o ritmo de evolução dos correspondentes indicadores, sepoderá ter uma avaliação um pouco distinta, posto que, conformevisto <strong>no</strong> parágrafo anterior, naquele período de vinte a<strong>no</strong>s, a taxados pretos & pardos avançou de forma mais acelerada que a dosbrancos. De qualquer forma, o forte crescimento proporcional dataxa bruta de escolaridade <strong>no</strong> ensi<strong>no</strong> superior por parte dos pretos& pardos não pode ser dissociado do ponto de partida do indicador,<strong>no</strong>tadamente baixo <strong>no</strong> final dos a<strong>no</strong>s 1980.Outra informação importante é que o incremento da taxa brutade escolaridade <strong>no</strong> ensi<strong>no</strong> superior se deu de forma mais intensivaentre 1998 e 2008. Assim, entre 1988 e 1998, as taxas brutas <strong>no</strong> ensi<strong>no</strong>superior permaneceram praticamente inaltera<strong>das</strong>. Ou seja, naqueleintervalo, o indicador teve um aumento relativo de 2,3 pontosAcesso ao sistema de ensi<strong>no</strong> e indicadores de proficiência 229

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