13.07.2015 Views

Relatório Anual das Desigualdades Raciais no Brasil; 2009-2010

Relatório Anual das Desigualdades Raciais no Brasil; 2009-2010

Relatório Anual das Desigualdades Raciais no Brasil; 2009-2010

SHOW MORE
SHOW LESS

You also want an ePaper? Increase the reach of your titles

YUMPU automatically turns print PDFs into web optimized ePapers that Google loves.

Cabe salientar que, ao contrário de outros registros do Ministérioda Saúde, que são padronizados, <strong>no</strong> caso do Sinan, cada base deinformações (<strong>no</strong> caso, sobre cada agravo de <strong>no</strong>tificação específico) emgrande parte apresenta uma quantidade diferenciada de informações.Ou seja, as únicas informações efetivamente uniformiza<strong>das</strong> <strong>no</strong>s 31agravos identificados pelo Sinan são as referentes aos “dados gerais”,aos “dados do caso” e aos “dados residenciais”. As demais informaçõesque são incorpora<strong>das</strong> <strong>no</strong> ca<strong>das</strong>tro são diferencia<strong>das</strong> em diversasvariáveis, como “antecedentes epidemiológicos”, “dados do laboratório”,“tratamento”, “evolução do caso” etc.Ou seja, mesmo considerando que diversas informaçõesconti<strong>das</strong> na ficha de <strong>no</strong>tificação dos diferentes tipos de agravo de<strong>no</strong>tificação são iguais, outras tantas informações dependem de cadatipo de doença. Com isso, não se pode dizer que a rigor o Sinanforme uma única base, mas, sim, que esta seja constituída por 31diferentes bases para cada tipo de doença.2.2.b. Quadro geral <strong>das</strong> desigualdades decor ou raça <strong>no</strong> Sinan (tabelas 2.5. e 2.6.)Na tabela 2.5 pode ser visto o mapa geral dos casos contidos<strong>no</strong>s dados ca<strong>das</strong>trais do Sinan, consolidados para o a<strong>no</strong> de 2008.Naquele a<strong>no</strong>, a doença de <strong>no</strong>tificação compulsória que mais afetouos brasileiros de ambos os sexos foi a dengue, com mais de 343 milregistros. Os ataques de animais peçonhentos (cerca de 96 mil casos),a tuberculose (cerca de 54 mil casos), a hepatite (cerca de 29 milcasos), a hanseníase (cerca de 20 mil casos), a intoxicação exógena(cerca de 19 mil casos), a Aids sobre pessoas acima de 13 a<strong>no</strong>s deidade (cerca de 15 mil casos) e a leishmaniose visceral (cerca de 14 milcasos) apareceram como agravos mais frequentes, tendo infectado,cada uma destas morbidades, um número superior a 10 mil pessoas.Naquele a<strong>no</strong> de 2008, os agravos com maior percentual decasos de cor ou raça ig<strong>no</strong>rada foram a dengue (35,8% dos casos),o botulismo (33,3% dos casos), a intoxicação exógena (25,8% doscasos), a sífilis congênita (22,1% dos casos) e a febre amarela(20,9% dos casos). Já os agravoscom me<strong>no</strong>r perda de registrossobre a cor ou raça do enfermoforam a cólera (3,3% dos casos),a hanseníase (3,6% dos casos),a sífilis em gestante (6,5% doscasos), o téta<strong>no</strong> acidental (7,1%dos casos), a leishmaniosetegumentar americana (7,6%dos casos) e a meningite (7,7%dos casos).Quando se observa o pesorelativo dos pretos & pardosdentro do conjunto de agravosde <strong>no</strong>tificação compulsóriado Sinan, verifica-se que, <strong>no</strong>somatório de todos os registros,mesmo contando os casos decor ou raça ig<strong>no</strong>rada, os pretos& pardos formaram a maioriados casos de leishmaniosevisceral (70,1%), leishmaniosetegumentar americana (67,3%),doença de Chagas (63,4%), cólera (63,3%), hanseníase (62,4%),esquistossomose (67,3%), sífilis em gestante (57,1%), febre tifoide(55,9%), téta<strong>no</strong> acidental (53,5%) e sífilis congênita (52,5%).Apesar de não terem conformado a maioria dos casos (namaioria <strong>das</strong> vezes pelo elevado percentual de casos de cor ou raçaig<strong>no</strong>rada, tal como já comentado), os pretos & pardos formavamo grupo modal <strong>no</strong>s casos de tuberculose (47,5%) e dengue (38,5%).Na tabela 2.6 são vistas as razões de incidência de agravosselecionados sobre a população brasileira (por 100 mil habitantes)segundo os grupos de cor ou raça e sexo. No caso, foram selecionadosos 14 agravos que haviam infectado mais de duas mil pessoas <strong>no</strong> a<strong>no</strong>de 2008 em todo o <strong>Brasil</strong>. Estes indicadores serão lidos desagregadospelos grupos de sexo.As razões de incidência por 100 mil habitantes dos homenspretos & pardos apresentaram-se superiores aos dos brancos domesmo grupo de sexo <strong>no</strong>s casos de leishmaniose visceral (em 315,0%),leishmaniose tegumentar americana (em 177,4%), hanseníase (em98,5%), esquistossomose (em 82,5%), dengue (em 69,9%), tuberculose(em 45,0%) e ataque por animais peçonhentos (em 4,5%). Já os brancosdo sexo masculi<strong>no</strong>, comparativamente aos homens pretos & pardos,apresentaram maiores razões de incidência <strong>no</strong>s casos de leptospirose(em 54,9%), intoxicação exógena (em 42,9%), hepatite (em 27,4%), Aidsadulto (em 23,7%) e nas doenças exantemáticas (em 2,5%).No a<strong>no</strong> de 2008, <strong>no</strong> contingente femini<strong>no</strong>, as pretas & par<strong>das</strong>,comparativamente às brancas, tiveram proporcionalmente um maiornúmero de casos de leishmaniose visceral (em 185,3%), leishmaniosetegumentar americana (em 175,8%), sífilis em gestante (em 93,6%),esquistossomose (em 86,3%), hanseníase (em 74,5%), dengue (em39,1%) e tuberculose (em 31,8%). Alternativamente, as mulheresbrancas, comparativamente às pretas & par<strong>das</strong>, apresentarammaiores razões de incidência de agravos por intoxicação exógena(em 77,3%), leptospirose (em 60,9%), doenças exantemáticas (em46,5%), ataques de animais peçonhentos (em 38,5), hepatite (em30,4%) e Aids adulto (em 0,5%), sendo que neste último caso asrespectivas razões eram muito próximas.Tabela 2.6. População residente com incidência de agravos de <strong>no</strong>tificação compulsória escolhidos, segundoos grupos de cor ou raça selecionados (brancos e pretos & pardos) e sexo, <strong>Brasil</strong>, 2008 (em número de registrosde <strong>no</strong>vos casos da enfermidade por 100 mil habitantes)Homens Mulheres Ambos os sexosBrancosPretos& PardosTotalBrancasPretas& Par<strong>das</strong>TotalBrancosPretos& PardosDengue 73,2 124,3 157,6 108,5 151,0 205,8 90,0 137,6 181,1Animais Peçonhentos 47,7 49,8 57,9 40,6 29,3 43,2 44,3 39,6 50,7Tuberculose 24,6 35,6 37,5 14,0 18,4 19,7 19,5 27,1 28,9Hepatite 15,8 12,4 16,5 14,4 11,0 14,7 15,2 11,7 15,7Hanseníase 6,9 13,8 10,8 7,2 12,6 10,6 7,1 13,2 10,7Intoxicação Exógena 7,6 5,3 8,9 11,1 6,3 11,4 9,3 5,8 10,1Aids Adulto 13,5 10,9 13,2 6,7 6,6 7,1 9,9 8,7 10,1Leishmaniose TegumentarAmericana5,4 15,1 11,1 2,1 5,7 4,4 3,8 10,4 7,9Sífilis em Gestante - - - 4,1 7,9 6,9 - - -Esquistossomose 2,1 3,9 3,6 1,6 2,9 2,6 1,9 3,4 3,1Sífilis Congênita 1,5 2,9 2,8 1,4 3,1 2,8 1,5 3,1 3,0Leishmaniose Visceral 0,8 3,3 2,3 0,7 1,9 1,5 0,7 2,6 1,9Leptospirose 3,0 1,9 2,7 0,8 0,5 0,7 1,9 1,2 1,7Doenças Exantemáticas 1,2 1,1 1,3 0,9 0,6 0,9 1,0 0,9 1,1Fonte: Ministério da Saúde, DATASUS, microdados SINAN; IBGE, microdados PNADTabulações LAESER: Fichário <strong>das</strong> <strong>Desigualdades</strong> <strong>Raciais</strong>Nota 1: a população total inclui os indivíduos de cor ou raça amarela, indígena e ig<strong>no</strong>radaNota 2: para os casos de malária não inclui a população residente na região Amazônica, Maranhão e Mato GrossoNota 3: incidência corresponde aos <strong>no</strong>vos casos de determinados agravos sobre a população residenteTotalPadrões de morbimortalidade e acesso ao sistema de saúde 43

Hooray! Your file is uploaded and ready to be published.

Saved successfully!

Ooh no, something went wrong!