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Relatório Anual das Desigualdades Raciais no Brasil; 2009-2010

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• Ministério da Saúde/DATASUS: Sistema de Informação de Mortalidade(SIM); Sistema de Informação de Agravos de Notificação(Sinan); Sistema de Informações sobre Nascidos Vivos (Sinasc);Pesquisa Nacional de Demografia e Saúde da Criança e da Mulher(PNDS-2006), em parceria com o Centro <strong>Brasil</strong>eiro de Análise ePlanejamento (Cebrap);Finalmente, os indicadores de terceira geração estãorelacionados às bases de informações oficiais, atualmente dispersasou não sistematiza<strong>das</strong>, mas que contêm informações importantessobre os grupos de cor ou raça <strong>no</strong> <strong>Brasil</strong>, exigindo um esforçopróprio de sistematização pelo LAESER. Incluem-se nesta categoriaos seguintes bancos de dados: Júris (banco de dados sobre decisõesdos Tribunais de Justiça de Segunda Instância sobre julgamentodos casos de discriminação racial <strong>no</strong> <strong>Brasil</strong>); Orçamento Geral daUnião (orçamento <strong>das</strong> políticas de promoção da igualdade racial);Comunidades de Remanescentes de Quilombos; adesão ao Feriadodo Dia 20 de Novembro e ao Fórum Intergovernamental de Políticasde Promoção da Igualdade Racial – Fipir.1.2.c. O tratamento da variável raça ou corAs principais pesquisas e registros oficiais existentes <strong>no</strong><strong>Brasil</strong> procuram obedecer ao sistema de autoclassificação,<strong>no</strong> qual o próprio entrevistado identifica a própria cor ouraça dentro de um grupo fechado de opções. Assim, deve serconsiderada a dimensão subjetiva da resposta, que é determinadapelo modo como cada um percebe sua cor ou raça. Dessa forma,essa pergunta difere de muitas outras <strong>no</strong>s questionários, as quaispossibilitam respostas mais objetivas, como, por exemplo, sexo,idade e rendimento.Por outro lado, na verdade, nem sempre se tem como garantirque as bases de dados utiliza<strong>das</strong> primem exclusivamente pelocritério da autoclassificação da cor ou raça. Em geral, quando daaplicação <strong>das</strong> pesquisas, quem responde ao conjunto do questionárioé um único morador presente, que, quando questionado sobreo quesito, pode acabar respondendo não apenas pela suaprópria, como também pela dos demais residentes <strong>no</strong> domicílio.Inevitavelmente, isso também ocorre com pessoas muito jovens ecom os incapacitados, por quaisquer motivos, para dar a respostaaos entrevistadores. Em outros casos, não há como a definição decor ou raça ser outra que não a heteroclassificatória, como, porexemplo, na coleta <strong>no</strong> Sistema de Informação de Mortalidade (SIM)de dados de pessoas faleci<strong>das</strong>.No que tange ao tratamento dado ao quesito cor ou raça <strong>no</strong>presente <strong>Relatório</strong>, procurou-se obedecer ao sistema de classificaçãoutilizado na própria pesquisa ou registro oficial. Nas seções aseguir será apresentado o sistema de classificação utilizado paracada base de dados mobilizada.De uma forma geral, os indicadores <strong>das</strong> pessoas que se declararamde cor ou raça preta foram analisados em conjunto com aspessoas que nas pesquisas demográficas oficiais declaram ter acor ou raça parda, adotando-se a designação pretos & pardos. Issoocorre pelos seguintes motivos:i. a usual proximidade dos indicadores sociais dessas duaspopulações, tal como já descrito por uma vasta literatura quetrata do tema <strong>das</strong> relações raciais;ii. esta aproximação só se torna compreensível pelo fato de queos pardos, tal como pretos, são identificados e discriminados <strong>no</strong>interior da sociedade, sendo, portanto, sujeitos às mesmas barreirasà sua realização socioeconômica;iii. existência de uma perspectiva política, <strong>no</strong> movimento negro,de entendimento de que os diversos matizes comportam umaunidade comum.Deve-se ressaltar, também, que a cor ou raça parda, que em2008 correspondia a 43,8% da população do país, é uma categoriamais oficial do que culturalmente definida, apresentando, assim,diferentes possibilidades interpretativas sobre quem e por quese define como tal. Os indígenas não formam, sociologicamente,nem um grupo de cor e, tampouco, um grupo de raça. Seria maisapropriado defini-los como grupos étnicos: são cerca de 180 em todoo país. Mesmo o grupo branco pode, em alguns casos, ser acrescidode pessoas de peles mais escuras, mas de maior poder aquisitivo,autopercebi<strong>das</strong> assim pelo efeito “branqueador” <strong>das</strong> melhorescondições socioeconômicas. Os autoclassificados como pretos, arigor, igualmente poderiam assim estar fazendo por conta de umaidentidade ou afinidade ideológica com o movimento negro ou comalguma origem ancestral africana, sem necessariamente implicaruma determinada tonalidade de cor de pele e demais traços físicos.Não há como o presente <strong>Relatório</strong> preencher essas lacunas.Eventuais discrepâncias verifica<strong>das</strong> entre os dados gerados pelosindicadores sociais e a realidade efetivamente observada terão deser supera<strong>das</strong> com avanços metodológicos adicionais <strong>no</strong> interior<strong>das</strong> próprias bases primárias de informações, o que foge à alçadadesta publicação.Por outro lado, depondo a favor da objetividade dosindicadores sociais que contêm a variável cor ou raça <strong>no</strong> <strong>Brasil</strong>,já há muito tempo que eles vêm apresentando uma razoávelconsistência, seja em termos do comportamento <strong>das</strong> séries dosdados, seja com a percepção pública sobre o modo de inserção dosdistintos grupos <strong>no</strong> interior da sociedade brasileira. Isso autorizao reconhecimento da razoável qualidade <strong>das</strong> informações gera<strong>das</strong>pelos órgãos oficiais.1.2.d. Instituto <strong>Brasil</strong>eiro de Geografiae Estatística (IBGE), Pesquisa NacionalPor Amostra de Domicílios (PNAD)A PNAD é uma pesquisa domiciliar amostral que levanta,anualmente, dados demográficos, sociais e econômicos dapopulação brasileira. Por ser uma pesquisa por amostra, osresultados são limitados ao recorte geográfico mínimo dos estadose suas correspondentes áreas urbanas e rurais, e, em algumasdessas unidades, ainda é factível uma desagregação pelas regiõesmetropolitanas.Dependendo do nível de desagregação que se pretenda tabular,as informações tornam-se não representativas, por possuíremum coeficiente de variação acima do aceitável. Os coeficientesde variação dos indicadores apresentados neste <strong>Relatório</strong>, salvoexpressa informação em contrário, foram limitados a 15% para todae qualquer categoria descrita. Isso foi necessário para preservar aconfiabilidade desses indicadores e a consistência <strong>das</strong> informaçõespassíveis de serem gera<strong>das</strong> por eles. Aliás, este é o exato motivopara a exclusão de indicadores sociais para as populações de corou raça amarela e indígena.Outra informação relevante é que, por se tratar de uma pesquisadomiciliar, a PNAD capta apenas a população residente em imóveis28 <strong>Relatório</strong> <strong>Anual</strong> <strong>das</strong> <strong>Desigualdades</strong> <strong>Raciais</strong> <strong>no</strong> <strong>Brasil</strong>; <strong>2009</strong>-<strong>2010</strong>

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