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Relatório Anual das Desigualdades Raciais no Brasil; 2009-2010

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disponibiliza<strong>das</strong> pelo IBGE até o momento de finalização deste<strong>Relatório</strong>.4.2. <strong>Desigualdades</strong> de cor ouraça mensura<strong>das</strong> pela EbiaConforme mencionado, <strong>no</strong> a<strong>no</strong> de 2004, <strong>no</strong> suplemento daPNAD, a Ebia foi utilizada pela primeira vez como instrumento deaferição do padrão de SAN da população residente <strong>no</strong> <strong>Brasil</strong>. Estaserá a base de dados comentada na presente seção, que investigaráos níveis de intensidade da insegurança alimentar junto à populaçãoresidente <strong>no</strong> <strong>Brasil</strong>, desagregada pelos grupos de cor ou raça.Cabe também uma observação preliminar sobre o comportamentodos indicadores que serão comentados ao longo da presente seção.O fato é que o suplemento da PNAD que será analisado se refereao a<strong>no</strong> de 2004, período que precedeu o incremento do número debeneficiários <strong>das</strong> políticas governamentais de transferência de renda.Portanto, é plausível supor que aquele retrato da paisagem social, emum período mais recente, já esteja defasado. Tal lacuna poderá ser, detodo modo, parcialmente superada na continuidade deste capítulo,quando forem estudados os efeitos do Programa Bolsa Família (PBF)sobre a situação da insegurança alimentar da população dos diferentesgrupos de cor ou raça.4.2.a. Intensidade da insegurançaalimentar junto aos grupos de cor ouraça (tabelas 4.1. e 4.2.; gráficos 4.1. e 4.2.)Segundo os indicadores gerados pelo suplemento da PNAD2004, cerca de 109,3 milhões de pessoas residentes <strong>no</strong> <strong>Brasil</strong>,60,2% da população, viviam em domicílios particulares queestavam em situação de segurança alimentar. Ou seja, estas pessoasconviviam em domicílios cujos indivíduos conviventes tiveramacesso à alimentação em quantidade e qualidade adequa<strong>das</strong>, sema iminência de sofrer os agravos de qualquer restrição alimentarao longo dos <strong>no</strong>venta dias anteriores à data da entrevista. Emsituação inversa, cerca de 72,3 milhões de residentes viviam emdomicílios que se encontravam em distintos níveis de insegurançaalimentar. Tal número correspondia a 39,8% dos residentes, que,assim, viviam imersos em condições de insegurança alimentarleve ou moderada ou grave.No a<strong>no</strong> de 2004, a insegurançaalimentar se distribuía emproporções desiguais <strong>no</strong> <strong>Brasil</strong>em termos regionais. As regiõesNorte e Nordeste concentravammaiores proporções de indivíduosque residiam em domicílios cominsegurança alimentar, enquantoas regiões Sudeste, Sul e Centro-Oeste do país abrigavam a maioriados domicílios em situação desegurança alimentar.Assim, enquanto nas regiõesNorte e Nordeste o percentualde indivíduos que viviamjunto a famílias com situação de segurança alimentar foi de,respectivamente, 48,0% e 41,1%, nas demais regiões o peso dos queviviam junto a famílias com segurança alimentar foi de 65,8%, <strong>no</strong>Centro-Oeste, 69,5%, <strong>no</strong> Sudeste e de 73,9%, <strong>no</strong> Sul.Já <strong>no</strong> outro extremo, isto é, na forma mais severa de insegurançaalimentar (IA grave), os dados da PNAD revelaram que tal riscosocial era mais provável de ser encontrado justamente entre osresidentes <strong>no</strong> Norte e <strong>no</strong> Nordeste, respectivamente: 13,2% e14,3%. Nas demais regiões, o percentual de indivíduos que viviamjunto a famílias com IA grave era de 5,0%, <strong>no</strong> Centro-Oeste, 4,1%,<strong>no</strong> Sudeste e 3,7%, <strong>no</strong> Sul. Ou seja, em termos proporcionais, arazão da diferença entre a região com maior e me<strong>no</strong>r proporçãode pessoas com IA grave (Nordeste e Sul, respectivamente), erade 3,6 vezes.O suplemento da PNAD de 2004 revelou também que a condiçãode insegurança alimentar dos domicílios se deu com distintasintensidades sobre os grupos de cor ou raça.Conforme visto na seção anterior, a Ebia é formada por 15perguntas. Todavia, <strong>no</strong> suplemento da PNAD, uma questão foi dividida(nas questões 5 e 6) e outra acrescentada (questão 17). Por isso quenaquele levantamento se encontram 17 questões. De qualquer modo,tais alterações não mudaram a metodologia daquela escala.Não obstante, em todos os quesitos presentes <strong>no</strong> suplementode segurança alimentar da PNAD 2004 que trataram da SAN,verificou-se que os pretos & pardos se encontravam em situaçãode maior desvantagem, seja em termos da preocupação em relaçãoao futuro <strong>no</strong> que tange à obtenção dos alimentos, seja em termosdo efetivo acesso a uma alimentação adequada.Das variáveis que formam a Ebia (sempre tendo por referênciao cenário vigente <strong>no</strong>s últimos três meses), as cinco que maiscomumente afetavam os pretos & pardos foram: i) ter deixado,alguma vez, de comprar uma alimentação saudável e variada porfalta de dinheiro para comprar comida (pretos & pardos, 65,6%;brancos, 53,6%); ii) diminuiu, alguma vez, a quantidade de alimentosnas refeições porque não havia dinheiro para comprar comida(pretos & pardos 60,7%; brancos, 49,0%); iii) algum morador de 18a<strong>no</strong>s ou mais de idade, alguma vez, comeu me<strong>no</strong>s porque não haviadinheiro para comprar comida (pretos & pardos, 54,6%; brancos,42,8%); iv) moradores do domicílio tiveram preocupação de que osalimentos acabassem antes de poderem comprar ou receber maiscomida (pretos & pardos, 47,8%; brancos, 25,5%) e; v) ficaram semdinheiro para ter uma alimentação saudável e variada (pretos &pardos, 44,2%, brancos, 21,6%).Tabela 4.1. População residente de acordo com prevalência e níveis de intensidade da situação de insegurança alimentar sobreos grupos de cor ou raça selecionados (brancos e pretos & pardos), grandes regiões, <strong>Brasil</strong>, 2004 (em % da população)SegurançaAlimentarBrancos Pretos & Pardos TotalInsegurança Alimentar Segurança Insegurança Alimentar Segurança Insegurança AlimentarLeve Moderada GraveAlimentarLeve Moderada GraveAlimentarLeve Moderada GraveNorte 61,7 16,0 14,2 8,0 43,6 20,2 21,3 14,9 48,0 19,2 19,6 13,2Nordeste 51,0 19,9 19,3 9,7 36,8 21,3 25,6 16,3 41,1 20,9 23,7 14,3Sudeste 76,5 14,1 6,8 2,6 57,8 21,9 13,8 6,5 69,5 17,0 9,4 4,1Sul 77,1 13,2 6,8 2,9 58,1 19,9 14,6 7,4 73,9 14,3 8,1 3,7Centro-Oeste 74,0 15,0 8,0 3,1 59,4 21,0 13,0 6,5 65,8 18,4 10,8 5,0Fonte: IBGE, microdados PNAD (Suplemento “Segurança Alimentar”)Tabulações LAESER: Fichário <strong>das</strong> <strong>Desigualdades</strong> <strong>Raciais</strong>Nota: a população total inclui os indivíduos de cor ou raça amarela, indígena e ig<strong>no</strong>rada126 <strong>Relatório</strong> <strong>Anual</strong> <strong>das</strong> <strong>Desigualdades</strong> <strong>Raciais</strong> <strong>no</strong> <strong>Brasil</strong>; <strong>2009</strong>-<strong>2010</strong>

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