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Relatório Anual das Desigualdades Raciais no Brasil; 2009-2010

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HomensMulheres7.2.d. Mortalidade por overdose denarcóticos e psicodislépticos (gráfico 7.1.)Na base de dados do SIM é possível desagregar informações sobremortalidade causada por “envenenamento (intoxicação) acidentalpor exposição a narcóticos e psicodislépticos (alucinóge<strong>no</strong>s)”.Estes óbitos incluem: cannabis (derivados da), cocaína, codeína,heroína, lisergida (LSD), maconha, mescalina, metadona, morfinae ópio (alcaloides).De fato, <strong>no</strong> registro do SIM, o número de pessoas que vierama padecer deste tipo de vetor não era relativamente elevado, 43indivíduos <strong>no</strong> a<strong>no</strong> de 2007; quase 200 indivíduos <strong>no</strong> período2001-2007. De qualquer modo, é razoável supor a existência deum conjunto de fatores, inclusive os de ordem moral e legal,contribuindo para a sub<strong>no</strong>tificação destes casos.Entre os a<strong>no</strong>s de 2001 e 2002, os pretos & pardos responderampor cerca de 40% dos óbitos decorrentes daquele conjunto de vetores.Nos a<strong>no</strong>s de 2003 e 2004, o mesmo grupo passou a responder porcerca de 50% dos casos de óbitos por overdose. Todavia, <strong>no</strong> triênio2005-2007, o contingente preto & pardo respondeu por 59,6% <strong>das</strong>mortes causa<strong>das</strong> por este vetor.7.2.e. HomicídiosTabela 7.4. População residente com Declaração de Óbito por suicídio e por sequela de suicídiode acordo com faixas de idade escolhi<strong>das</strong>, segundo os grupos de cor ou raça selecionados(brancos e pretos & pardos) e sexo, <strong>Brasil</strong>, 2007 (em número de Declarações de Óbito)A presente subseção estarádedicada ao tema da incidênciados óbitos causados porhomicídios. Tendo em vista aimportância específica do tema,na verdade a principal causaproporcional de mortalidade porcausas externas, esta parte estarásendo subdividida em quatrotópicos me<strong>no</strong>res: i) evolução<strong>no</strong> número de homicídios; ii)razão de mortalidade por 100mil habitantes por homicídios;iii) incidência dos homicídiosjunto à população infanto-juvenile jovem; e iv) homicídios porintervenção legal;Até14 a<strong>no</strong>s15 a17 a<strong>no</strong>s18 a24 a<strong>no</strong>s25 a40 a<strong>no</strong>s41 a59 a<strong>no</strong>s60 a<strong>no</strong>sou maisIg<strong>no</strong>radoBrancos 28 63 463 1.122 1.222 715 3 3.616Pretos & Pardos 34 101 564 1.220 807 347 6 3.079Total 71 186 1.097 2.488 2.125 1.135 13 7.115Brancas 15 40 129 335 401 173 0 1.093Pretas & Par<strong>das</strong> 31 48 141 263 192 56 1 732Total 57 94 289 637 619 235 2 1.933Fonte: Ministério da Saúde, DATASUS, microdados SIMTabulações LAESER: Fichário <strong>das</strong> <strong>Desigualdades</strong> <strong>Raciais</strong>Nota: a população total inclui os indivíduos de cor ou raça amarela, indígena e ig<strong>no</strong>radaTotal7.2.e.a. Número de homicídios(gráfico 7.2. e tabela 7.5.)Na presente parte do estudo,estão sendo computadostanto os óbitos causados porhomicídios, propriamente ditos,como as sequelas de tentativa dehomicídio.Não obstante, <strong>no</strong>s últimostrinta a<strong>no</strong>s ocorreu um francoaumento <strong>no</strong> número dehomicídios cometidos em todoo país. Assim, na década de 1980foram cometidos, em média,13.910 por a<strong>no</strong>. Na década de 1990, em média foram cometidos 35.758homicídios anualmente. Na década atual, <strong>no</strong> período compreendidoentre 2000 e 2007, foram cometidos 48.356 homicídios por a<strong>no</strong>.Assim, nesta última década ocorreu, comparativamente aos a<strong>no</strong>s1990, um aumento de 35,9% na média anual de assassinatos. Jána comparação com o cenário dos a<strong>no</strong>s 1980, o incremento foide 145,1%.Naturalmente se poderia supor que este crescimento estariaassociado com o aumento da população como um todo. Todavia, ocrescimento da população brasileira, entre 1990 e 2000, foi de 15,8%e, entre 1980 e 2000, foi de 42,5%. Ou seja, estas respectivas taxasde crescimento da população brasileira estiveram bem abaixo doincremento ocorrido <strong>no</strong> número de óbitos causados por homicídios.Em outros termos, a sociedade brasileira, ao longo dos últimostrinta a<strong>no</strong>s, ficou mais violenta, ampliando a probabilidade de umresidente <strong>no</strong> país vir a padecer de uma causa não natural específica,que vem a ser o homicídio.Entre os a<strong>no</strong>s de 1980 e 2007, foram assassinados em todo opaís 939.903 seres huma<strong>no</strong>s. Ou seja, quase um milhão de pessoas.Concomitantemente ao fato de ter se tornado mais violenta, asociedade brasileira progressivamente passou a ter <strong>no</strong> contingente dosexo masculi<strong>no</strong> e preto & pardo o alvo preferencial dos homicídios.Computando-se especificamente o período compreendido entre2001 e 2007, quando foram cometidos 340.965 homicídios,Gráfico 7.1. População residente com Declaração de Óbito por overdose de narcóticos e psicodislépticos,segundo os grupos de cor ou raça selecionados (brancos, pretos & pardos e cor ou raça ig<strong>no</strong>rada),<strong>Brasil</strong>, 2001-2007 (em número de Declarações de Óbito)Fonte: Ministério da Saúde, DATASUS, microdados SIMTabulações LAESER: Fichário <strong>das</strong> <strong>Desigualdades</strong> <strong>Raciais</strong>Nota: a população total inclui os indivíduos de cor ou raça amarela e indígenaVitimização, acesso à justiça e políticas de promoção da igualdade racial 253

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