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Relatório Anual das Desigualdades Raciais no Brasil; 2009-2010

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Do total de mães de filhos que manifestaram quadro clínico desífilis congênita, 17,9% não realizaram o pré-natal, 54,6% tiveram odiagnóstico feito na hora do parto ou da curetagem, em 23,0% osparceiros foram tratados concomitantemente e em 86,8% ou nãofizeram o tratamento ou se o fizeram foi inadequado. Neste últimocaso, segundo a ficha do Sinan para este agravo, a inadequação detratamento corresponde às seguintes situações: i) tratamento feitocom qualquer medicamento que não a penicilina; ii) tratamentoincompleto mesmo com penicilina; iii) tratamento não adequadopara a fase clínica da doença; iv) instituição do tratamento 30dias antes do parto; v) elevação <strong>no</strong>s títulos após o tratamento,<strong>no</strong> seguimento; vi) os parceiros não foram tratados, ou o foraminadequadamente ou quando não se tem a informação disponível.Quando os indicadores acima são decompostos pela cor ou raçada criança enferma, constata-se que, <strong>no</strong> caso dos filhos brancos,12,6% <strong>das</strong> mães não haviam realizado o pré-natal. Entre os filhospretos & pardos enfermos, 17,6% <strong>das</strong> mães não haviam feito opré-natal. No caso dos diagnósticos realizados durante o parto oua curetagem (ou seja, depois do pré-natal), este percentual foi de45,4% entre as mães de filhos brancos enfermos, e de 56,1% entre asmães de filhos pretos & pardos enfermos. Em termos do percentualde parceiros tratados concomitantemente às mães, constata-se quetal indicador correspondeu a 27,4% <strong>das</strong> mães de filhos brancos e a21,2% <strong>das</strong> mães de filhos pretos & pardos. Finalmente, 83,6% <strong>das</strong>mães de filhos brancos ou não fizeram ou fizeram o tratamento parasífilis inadequado, percentual que para as mães de filhos pretos &pardos foi de 87,8%.Outro indicador elucidativo sobre as condições sociais <strong>das</strong>mães de crianças infecta<strong>das</strong> por sífilis congênita vem a ser aanálise de sua condição de escolaridade. Neste caso, mais uma vezressaltam-se os problemas presentes <strong>no</strong> indicador. Assim, o pesorelativo de registros sem informação acerca da escolaridade foi de26,6%, entre as mães de crianças brancas; de 27,2%, entre as mãesde crianças pretas & par<strong>das</strong> e de 31,2%, entre as mães de to<strong>das</strong> ascrianças infecta<strong>das</strong> <strong>no</strong> seu conjunto. Esta discrepância entre osindicadores do total da população e os contingentes de cor ou raçabranca e preta & parda se deu pela especial intensidade dos registrosde escolaridade ig<strong>no</strong>rada entre as mães de crianças infecta<strong>das</strong> decor ou raça ig<strong>no</strong>rada.Segundo a tabela 3.20, 2,4%<strong>das</strong> mães de crianças brancas nãotinham escolaridade, indi cadorque entre as mães de pretas &par<strong>das</strong> correspondeu a 2,9%. Dasque tinham, <strong>no</strong> máxi mo, o ensi<strong>no</strong>fundamental completo: 53,6% <strong>das</strong>mães de crianças brancas e 54,7%<strong>das</strong> mães de pretas & par<strong>das</strong>.Das que tinham o ensi<strong>no</strong> médioincompleto e completo: 16,2%<strong>das</strong> mães de crianças brancas e14,9% <strong>das</strong> mães de crianças pretas& par<strong>das</strong>. Com nível superiorincompleto e completo: 1,3% <strong>das</strong>mães de crianças brancas e 0,4%<strong>das</strong> mães de crianças pretas &par<strong>das</strong>.3.5.c. Óbitos por sífilis (gráfico 3.24.)Os indicadores comentados na presente subseção não englobamsomente a sífilis congênita, mas também as demais formas dessaenfermidade.Entre os a<strong>no</strong>s de 2001 e de 2007, vieram a falecer, em todo opaís, 745 pessoas por sífilis. Proporcionalmente à população, estenúmero pode ser considerado baixo. Mas relacionando-o com asformas atuais de cura da doença, o número de casos não deixa decausar certa consternação.Em termos da decomposição de cor ou raça <strong>no</strong> somatóriodaquele período: pretos & pardos, 45,1%; brancos, 34,1%; cor ouraça ig<strong>no</strong>rada, 19,6%. O percentual de declarações de óbito pormortalidade por sífilis com registro de cor ou raça ig<strong>no</strong>rada decli<strong>no</strong>ude 21,8%, em 2001, para 12,4%, em 2007. Esta alteração não tevemaiores impactos na presença relativa da população branca <strong>no</strong>conjunto total de registros de óbitos por aquele vetor: 37,8%, em2001, 35,4%, em 2007. O mesmo não ocorreu entre os pretos & pardos,que tiveram mais bem evidenciada a sua especial participação <strong>no</strong>sfalecimentos ocorridos por aquele agravo. Assim, o peso dos pretos& pardos, <strong>no</strong> total de mortes por sífilis, aumentou de 39,5% em 2001para 50,4% em 2007.Dessa maneira, do conjunto de dados extraídos desta seção,pode-se ver que a sífilis, em suas diversas formas, entre os distintosgrupos de cor ou raça, é um vetor que acaba incidindo de formamais que proporcional sobre a população preta & parda.3.6. Condição de realizaçãodos partos e puerpérioNa presente seção serão observa<strong>das</strong> as condições gerais degestação, parto e puerpério <strong>das</strong> mulheres brasileiras. Assim, serãoanalisa<strong>das</strong> as seguintes questões sobre as mães: i) realização deexame pré-natal; ii) estado civil; iii) escolaridade; iv) idade; v)tratamento dispensado à gestante. Os quatro primeiros indicadoresestarão baseados <strong>no</strong>s indicadores do Sinasc 2007, tomando-se comoreferência os grupos de cor ou raça dos filhos nascidos vivos, aoGráfico 3.24. População residente com Declaração de Óbito por sífilis, segundo os grupos de cor ou raça selecionados(brancos, pretos & pardos e cor ou raça ig<strong>no</strong>rada), <strong>Brasil</strong>, 2001-2007 (em número de Declarações de Óbitos)Fonte: Ministério da Saúde, DATASUS, microdados SIMTabulações LAESER: Fichário <strong>das</strong> <strong>Desigualdades</strong> <strong>Raciais</strong>Nota: a população total inclui os indivíduos de cor ou raça amarela e indígenaSaúde sexual e reprodutiva 105

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