13.07.2015 Views

Relatório Anual das Desigualdades Raciais no Brasil; 2009-2010

Relatório Anual das Desigualdades Raciais no Brasil; 2009-2010

Relatório Anual das Desigualdades Raciais no Brasil; 2009-2010

SHOW MORE
SHOW LESS

You also want an ePaper? Increase the reach of your titles

YUMPU automatically turns print PDFs into web optimized ePapers that Google loves.

ancos (respectivamente: 44,6% e 43,3% do total de óbitos) apareciam com maiorpeso relativo, comparativamente aos pretos & pardos (respectivamente: 39,9% e43,1% do total de óbitos). Já <strong>no</strong>s óbitos de crianças entre 1 e 4 a<strong>no</strong>s de idade, os pretos& pardos responderam por 46,7%, ante 40,8% <strong>das</strong> crianças brancas.Outro indicador igualmente sugestivo vem a ser o número de óbitos decrianças com até 5 a<strong>no</strong>s de idade de acordo com a causa dos óbitos. Dessa forma,da base do SIM, se observa que as crianças pretas & par<strong>das</strong> respondiam por 55,6%<strong>das</strong> que vieram a falecer por diarreia aguda (crianças brancas, 27,2%), por 49,0%<strong>das</strong> que vieram a falecer por infecção respiratória aguda (crianças brancas, 37,5%),por 51,7% <strong>das</strong> que vieram a falecer por desnutrição (crianças brancas, 28,9%) e por54,4% <strong>das</strong> que faleceram por causa desconhecida por falta de assistência médica(crianças brancas 24,7%).Estes últimos indicadores certamente ficam comprometidos peloproblema, já mencionado, da submensuração dos eventos fatais – comespecial incidência na faixa de idade até 5 a<strong>no</strong>s de vida, bem como pelosignificativo peso relativo dos registros sem informação de cor ou raça nasdeclarações de óbito. Porém, não deixam de sinalizar a especial gravidade doproblema da mortalidade infantil sobre os nenês e crianças pretas & par<strong>das</strong>.Assim, a questão da melhoria <strong>das</strong> bases de dados para cobertura dos óbitos depessoas daquela tenra faixa etária não se constitui apenas em um problemapara o desenvolvimento dos estudos demográficos, mas também uma questãoestratégica para o desenvolvimento de políticas públicas apropria<strong>das</strong>, incluindoas que envolvem a promoção da equidade de cor ou raça.Tabela 3.2.box. População de até 5 a<strong>no</strong>s de idade com Declaração de Óbito de acordo com tempo de vida quando da ocorrência do evento fatal,segundo os grupos de cor ou raça selecionados (brancos, pretos & pardos e cor ig<strong>no</strong>rada), <strong>Brasil</strong>, 2007 (em número de Declarações de Óbito)Neonatalprecoce (0 – 6 diasde vida)Neonataltardia (7 a 27 diasde vida)Pós-neonatal(28 a 364 dias de vida)Me<strong>no</strong>r de 1 a<strong>no</strong> semdetalhamentoDe1 a 4 a<strong>no</strong>sBrancos 8.527 3.664 6.271 23 3.212 21.697Pretos & Pardos 10.237 3.279 6.244 23 3.677 23.460Cor ou raça ig<strong>no</strong>rada 3.629 1.196 1.677 19 772 7.293Total 22.597 8.224 14.483 66 7.882 53.252Fonte: Ministério da Saúde, DATASUS, microdados SIMTabulações LAESER: Fichário <strong>das</strong> <strong>Desigualdades</strong> <strong>Raciais</strong>Nota: a população total inclui os indivíduos de cor ou raça amarela e indígenaTotalTabela 3.3.box. População de até 5 a<strong>no</strong>s de idade com Declaração de Óbito de acordo com causas seleciona<strong>das</strong> de mortalidade, segundo osgrupos de cor ou raça selecionados (brancos, pretos & pardos e cor ig<strong>no</strong>rada), <strong>Brasil</strong>, 2007 (em número de Declarações de Óbito)Diarreia agudaInfecção respiratóriaagudaDesnutriçãoCausa desconhecidapor falta de assistênciamédicaTotal deóbitos até 5 a<strong>no</strong>sde idadeBrancos 401 1.083 201 198 21.697Pretos & Pardos 819 1.416 360 436 23.460Cor ou raça ig<strong>no</strong>rada 172 302 71 125 7.293Total 1.472 2.889 696 801 53.252Fonte: Ministério da Saúde, DATASUS, microdados SIMTabulações LAESER: Fichário <strong>das</strong> <strong>Desigualdades</strong> <strong>Raciais</strong>Nota: a população total inclui os indivíduos de cor ou raça amarela e indígenapasso que o último indicador terá como fonte da informação aPNDS 2006 e a cor ou raça declarada pela própria mulher.Todos os indicadores comentados ao longo desta seção fazemparte de uma por pesquisa realizada pelo Laboratório de AnálisesEconômicas, Históricas, Sociais e Estatísticas <strong>das</strong> Relações <strong>Raciais</strong>(laeser), em <strong>2009</strong>, para o Fundo <strong>das</strong> Nações Uni<strong>das</strong> Para a Mulher(Unifem), intitulada “<strong>Desigualdades</strong> de cor ou raça <strong>no</strong>s indicadoresde mortalidade materna <strong>no</strong> <strong>Brasil</strong>: evidências empíricas recentes”.3.6.a. Realização de exame pré-natal (gráfico 3.25.)Curiosamente, apesar do Ministério da Saúde recomendar seisexames como número mí nimo de pré-natais durante a gestação,<strong>no</strong> questionário do Sinasc os campos de respostas englobam osseguintes campos fechados: nenhuma, de 1 a 3; de 4 a 6; sete oumais e ig<strong>no</strong>rado. Portanto, da própria base do Sinasc, não há comose chegar de forma precisa a este número mínimo recomendadopelo próprio Ministério.Pelo gráfico 3.25, vê-se a distribuição relativa do número deconsultas pré-natais <strong>das</strong> mães de todo o país que tiveram seus filhosao longo do a<strong>no</strong> de 2007. Assim, neste momento, 56,1% <strong>das</strong> mãeshaviam feito sete consultas ou mais; 33,1%, de 4 a 6 consultas; 8,0%apenas entre 1 e 3 consultas; e 1,9%, nenhuma consulta.Entre as mães de filhos brancos, 71,0% haviam feito mais de seteconsultas; 23,0% entre 4 e 6 consultas; 4,4%, entre 1 e 3 consultas e1% nenhuma consulta. No caso <strong>das</strong> mulheres com filhos de cor ouraça preta & parda, 42,6% haviam feito mais de sete consultas (28,6pontos percentuais inferior ao que ocorria entre as mães de filhosbrancos); 42,4%, entre 4 e 6 consultas; 11,3%, entre 1 e 3 consultas;e 2,8%, nenhuma consulta (proporção quase três vezes superior aoocorrido entre as mães de filhos brancos).3.6.b. Estado civil <strong>das</strong> mães (tabela 3.21.)Na tabela 3.21, em dados de algum modo até surpreendentes, vêseque, do total de mães, do a<strong>no</strong> de 2007, 60,6% tiveram seus filhosdentro de uma condição civil de solteiras. As casa<strong>das</strong> correspondiama 34,5%, e as viventes em regime de união consensual totalizaramapenas 1,6%. Os demais casos, incluindo os ig<strong>no</strong>rados, respondiampor 3,3%.Saúde sexual e reprodutiva 107

Hooray! Your file is uploaded and ready to be published.

Saved successfully!

Ooh no, something went wrong!