Relatório Anual das Desigualdades Raciais no Brasil; 2009-2010
Relatório Anual das Desigualdades Raciais no Brasil; 2009-2010
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3.6.d. Condição de gestação e realizaçãodos partos e puerperio (tabela 3.23.)Nesta parte serão vistos alguns indicadores selecionados sobre ascondições gerais da gravidez, do trabalho de parto e do puerpério <strong>das</strong>mulheres que tiveram filhos pelo me<strong>no</strong>s uma vez <strong>no</strong>s últimos cincoa<strong>no</strong>s de referência da pesquisa PNDS. Na verdade, tomando-se porbase a cor ou raça da mãe, a referência dos indicadores será a totalidadede gravidezes concluí<strong>das</strong> e partos de filhos nascidos vivos realizados.Na tabela 3.23, observa-se um conjunto de indicadores deatendimento a gestantes, parturientes e puérperas <strong>no</strong> sistema desaúde, em todo o país, <strong>no</strong> a<strong>no</strong> de 2006. Na mesma tabela, na quintacoluna, podem-se ver os valores p obtidos através da aplicação doteste Qui-quadrado, ou Teste de Independência Estatística, que medeo grau de associação ou independência de dois fenôme<strong>no</strong>s. Assim,quanto maiores os valores p, maior a probabilidade de não existirassociação entre aquelas duas variáveis, e vice-versa.Entre os indicadores selecionados que não apresentaramassociação (p - valor > 0,05) com os grupos de cor ou raça,pode-se mencionar: i) o percentual de nascidos vivos que foramcolocados em contato com a mãe na primeira meia hora após onascimento (78,1% entre as parturientes brancas e 77,3% entre asparturientes pretas & par<strong>das</strong>); ii) a proporção dos nascidos vivosque ficaram com a mãe <strong>no</strong> quarto até a alta hospitalar (90,6%entre as parturientes brancas e 88,5% entre as parturientes pretas& par<strong>das</strong>); iii) a proporção de gestantes que haviam sido pesa<strong>das</strong>durante a gravidez (98,6% tanto para as brancas como para aspretas & par<strong>das</strong>); iv) foi medida a pressão arterial durante agravidez (99,7% <strong>das</strong> gestantes brancas e 99,0% <strong>das</strong> gestantespretas & par<strong>das</strong>); v) foi medido o peso <strong>das</strong> gestantes (98,6% paraas gestantes pretas & par<strong>das</strong> e brancas); vi) parturientes que foramatendi<strong>das</strong> <strong>no</strong> primeiro local em que procuraram atendimento(89,1% entre as brancas e 87,6% entre as pretas & par<strong>das</strong>); vii)mães que tiveram filhos <strong>no</strong>s últimos cinco a<strong>no</strong>s, por parto foi<strong>no</strong>rmal e receberam anestesia para aliviar a dor (31,6% entre asmães brancas e 25,2% entre as mães pretas & par<strong>das</strong>).Das informações conti<strong>das</strong> na tabela 3.23, em algunsindicadores as mulheres pretas & par<strong>das</strong>, comparativamenteàs brancas, apareciam com melhor situação. Contudo, na maioriadaqueles indicadores, as desigualdades de cor ou raça tambémnão expressaram associação (p – valor > 0,05). Estes foramos casos dos seguintes grupos de indicadores: i) havia feitoexame de sangue durante o pré-natal: 92,7% <strong>das</strong> mães pretas& par<strong>das</strong>, 90,0% <strong>das</strong> mães brancas; e ii) foi realizado exame deurina <strong>no</strong> pré-natal: 88,1% <strong>das</strong> mães pretas & par<strong>das</strong>, 84,1% <strong>das</strong>mães brancas.Quanto aos indicadores que apresentaram p - valor < 0,05,tendo associação, estes são listados abaixo:• Mãe que fizeram exame de sangue <strong>no</strong> pré-natal pagando peloserviço: 22,3%, entre as gestantes brancas que fizeram o exame;16,1%, entre as gestantes pretas & par<strong>das</strong> que fizeram o exame;• Mães que tiveram filhos <strong>no</strong>s últimos cinco a<strong>no</strong>s, que fizeramo pré-natal e foram informa<strong>das</strong> para onde se dirigir <strong>no</strong>momento do parto: 65,8%, entre as brancas; 58,7%, entre aspretas & par<strong>das</strong>;• Proporção de gestantes que haviam sido medi<strong>das</strong> durante agravidez: 84,5%, entre as brancas, 85% entre as pretas & par<strong>das</strong>;• Proporção <strong>das</strong> mães que deram à luz de parto <strong>no</strong>rmal: 51,4%,Tabela 3.23. Indicadores selecionados sobre tratamento dispensado às gestantes, parturientes e puérperas,segundo os grupos de cor ou raça selecionados (brancas e pretas & par<strong>das</strong>), <strong>Brasil</strong>, 2006(em % do total de partos ocorridos <strong>no</strong>s últimos 5 a<strong>no</strong>s)BrancasPretas &Par<strong>das</strong>Totalp-valorRealização de exame de sangue <strong>no</strong> pré-natal 90,0 92,7 91,3 0,12Realização de exame de sangue <strong>no</strong> pré-natal pagando pelo serviço 22,3 16,1 18,5 0,04Realização de exame de urina <strong>no</strong> pré-natal 84,1 88,1 86,3 0,11Realização de exame de urina <strong>no</strong> pré-natal pagando pelo serviço 20,4 15,5 17,5 0,11Na realização do pré-natal, informação sobre onde se dirigir <strong>no</strong> momento do parto 65,8 58,7 61,8 0,02Na realização do pré-natal, a mãe foi pesada 98,6 98,6 98,5 0,92Na realização do pré-natal, a mãe foi medida 84,5 85,0 84,1 0,05Na realização do pré-natal, a mãe teve a pressão arterial medida 99,7 99,0 99,2 0,08Atendimento <strong>no</strong> primeiro local de procura quando do trabalho de parto 89,1 87,6 88,1 0,65Nascido vivo colocado em contato com a mãe na primeira meia hora após o nascimento 78,1 77,3 77,5 0,91Nascido vivo ficou <strong>no</strong> quarto com a mãe até a alta hospitalar 90,6 88,5 89,4 0,44Parto foi cesárea 48,6 39,8 43,6 0,01Parto foi cesárea com marcação antecipada 52,5 42,4 45,8 0,05Parto foi <strong>no</strong>rmal 51,4 60,2 56,4 0,01Parto foi <strong>no</strong>rmal e a mãe recebeu anestesia para aliviar a dor 31,6 25,2 27,7 0,11A mãe teve acompanhante <strong>no</strong> quarto 20,4 14,3 16,2 0,01Pelos pubia<strong>no</strong>s raspados durante o parto 46,4 33,2 37,9