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Relatório Anual das Desigualdades Raciais no Brasil; 2009-2010

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as assimetrias de cor ou raça, <strong>no</strong> que diz respeito a este indicador,aumentaram <strong>no</strong> período.Assim, naquele primeiro a<strong>no</strong>, o peso relativo de brancos quecontribuíam para a Previdência complementar havia sido de 4,6%.Em 2008, este percentual manteve-se praticamente o mesmo: 4,7%.Alternativamente, <strong>no</strong> contingente preto & pardo, o peso relativodos que contribuíam para a Previdência complementar decli<strong>no</strong>ude 2,5% para 1,8%.Entre os homens brancos o peso relativo da PEA urbanaocupada que contribuía para a Previdência complementaraumentou ligeiramente, de 5,1%, em 1993, para 5,3% em 2008. NaPEA urbana ocupada preta & parda do sexo masculi<strong>no</strong>, o pesorelativo dos que contribuíam para Previdência complementarpassou de 2,9%, em 1993, para 2,0% em 2008. Já <strong>no</strong> contingentefemini<strong>no</strong>, o peso relativo de trabalhadoras urbanas brancas quecontribuíam para a Previdência complementar aumentou de 3,8%para 4,0%. E entre as mulheres trabalhadoras pretas & par<strong>das</strong> opeso relativo <strong>das</strong> que contribuíam para a Previdência complementardecli<strong>no</strong>u de 1,8% para 1,5%.Destes dados, depreende-se a dificuldade para a maior parteda população trabalhadora ter acesso ao sistema da PrevidênciaSocial através do regime de capitalização. Tal dificuldade de<strong>no</strong>taser especialmente maior para o contingente preto & pardo,decerto apresentando maiores restrições econômicas vis-à-vis ocontingente branco, e, portanto, também tendo maiores dificuldadespara a adesão a este tipo de alternativa em termos de proteçãoprevidenciária.5.12. Apontamentos sobrea aposentadoria por tempode contribuiçãoConforme observado na introdução deste capítulo, um dosobjetivos principais <strong>das</strong> reformas que vieram sendo realiza<strong>das</strong> naConstituição brasileira acerca da Previdência Social dizia respeitoa uma tentativa de retardar a idade do pedido da aposentadoria.Nas duas seções que seguem se objetiva o estudo de doisindicadores do mercado de trabalho que poderão dialogar comaspectos daquelas medi<strong>das</strong> que alteraram os marcos constitucionaissobre a Previdência Social, provenientes do texto de 1988: a idade emque o trabalhador começou a trabalhar e o peso da rotatividade naocupação e <strong>no</strong> emprego. Com isso, acredita-se que se poderá chegara algumas importantes reflexões acerca dos efeitos da reformaprevidenciária, especialmente a EC nº 20, sobre as assimetrias decor ou raça em termos do acesso aos benefícios previdenciários.5.12.a. Idade que começou a trabalhar (tabela 5.14.)De acordo com a legislação brasileira atual, a idade mínimapara se começar a trabalhar é de 16 a<strong>no</strong>s, mas aos 14 a<strong>no</strong>s pode-secomeçar as atividades laborais na condição de aprendiz. Assim,devido às restrições da legislação, é impossível a um trabalhadorcom idade inferior àquela vir a contribuir para a PrevidênciaSocial. Portanto, o exercício desta subseção é o contraste entre alegislação previdenciária atual, que exige o tempo de contribuiçãocomo critério básico, e as <strong>no</strong>rmas legais referentes ao trabalhoinfanto-juvenil.Na tabela 5.14, vê-se a composição da PEA ocupada <strong>no</strong> <strong>Brasil</strong>de acordo com a idade declarada em que começou a trabalhar. Emtodo o país, em 1988, 65,4% declararam ter começado a trabalhar atéos 14 a<strong>no</strong>s de idade. No a<strong>no</strong> de 2008, este percentual havia recuadopara 50,2%, mas ainda assim era correspondente a mais da metade.Quando os indicadores acima são analisados de formadecomposta pelos grupos de cor ou raça, percebe-se que existemdiferenças entre brancos e pretos & pardos em termos <strong>das</strong>proporções de trabalhadores que chegam ao mercado de trabalhoantes dos 14 a<strong>no</strong>s de idade.Na verdade, tanto entre os brancos como entre os pretos &pardos, <strong>no</strong> período 1988-2008, ocorreram reduções na proporçãode trabalhadores que começaram a trabalhar até os 14 a<strong>no</strong>s. Assim,entre os brancos, o peso relativo deste contingente caiu de 62,7%para 46,0%, queda de 16,7 pontos percentuais. Já entre os pretos& pardos, o indicador que, em 1988, correspondia a 69,8%, vintea<strong>no</strong>s depois decli<strong>no</strong>u para 54,3%, queda de 15,4 pontos percentuais.De qualquer modo, o peso relativo dos que iniciaram sua vidaprofissional antes dos 14 a<strong>no</strong>s ainda era muito elevado em ambosos grupos, mas com especial intensidade entre os pretos & pardos,cujo percentual correspondia a mais da metade dos trabalhadores.Assim, fica patente que, mesmo <strong>no</strong>s dias atuais, para a maioriados trabalhadores brasileiros, ocorre um ingresso precoce <strong>no</strong>mercado de trabalho. Com isso, prolonga-se o período de vidaTabela 5.14. PEA ocupada de 16 a 64 a<strong>no</strong>s de idade de acordo com a idadedeclarada em que começou a trabalhar, em faixas etárias escolhi<strong>das</strong>, segundoos grupos de cor ou raça selecionados (brancos e pretos & pardos), <strong>Brasil</strong>, 1988,1993, 1998, 2003 e 2008 (em % da PEA ocupada)BrancosPretos & PardosTotalIdade em quecomeçou a trabalhar1988 1993 1998 2003 2008Até 9 a<strong>no</strong>s 17,3 17,1 15,2 13,0 10,010 a 14 a<strong>no</strong>s 45,4 44,8 42,8 39,7 36,115 a 17 a<strong>no</strong>s 17,5 20,4 22,3 25,0 28,418 a 19 a<strong>no</strong>s 9,5 9,4 10,8 12,6 14,920 a<strong>no</strong>s ou mais 10,2 8,3 9,0 9,8 10,7Até 9 a<strong>no</strong>s 18,7 18,2 18,3 16,7 13,310 a 14 a<strong>no</strong>s 51,1 50,7 48,4 44,6 41,115 a 17 a<strong>no</strong>s 16,4 18,5 19,7 22,1 26,018 a 19 a<strong>no</strong>s 6,9 7,0 7,7 9,7 11,720 a<strong>no</strong>s ou mais 6,9 5,5 5,9 6,8 8,0Até 9 a<strong>no</strong>s 17,8 17,6 16,5 14,7 11,610 a 14 a<strong>no</strong>s 47,6 47,4 45,2 41,9 38,515 a 17 a<strong>no</strong>s 17,1 19,6 21,2 23,7 27,118 a 19 a<strong>no</strong>s 8,5 8,4 9,5 11,3 13,320 a<strong>no</strong>s ou mais 8,9 7,1 7,7 8,5 9,4Fonte: IBGE, microdados PNADTabulações LAESER: Fichário <strong>das</strong> <strong>Desigualdades</strong> <strong>Raciais</strong>Nota 1: a população total inclui os indivíduos de cor ou raça amarela, indígena e ig<strong>no</strong>radaNota 2: <strong>no</strong>s a<strong>no</strong>s de 1988 a 2003 não inclui a população residente nas áreas rurais da região Norte (excetoTocantins em 1993, 1998 e 2003)190 <strong>Relatório</strong> <strong>Anual</strong> <strong>das</strong> <strong>Desigualdades</strong> <strong>Raciais</strong> <strong>no</strong> <strong>Brasil</strong>; <strong>2009</strong>-<strong>2010</strong>

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