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Relatório Anual das Desigualdades Raciais no Brasil; 2009-2010

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médias dos exames, pode-se ver que, na comparação entre osa<strong>no</strong>s de 1995 e 2005, entre os meni<strong>no</strong>s, ocorreram aumentos <strong>das</strong>assimetrias de cor ou raça <strong>no</strong>s exames de matemática em to<strong>das</strong>as séries que fazem parte do Saeb. No caso <strong>das</strong> meninas, ocorreuaumento nas desigualdades de cor ou raça <strong>no</strong> quarto a<strong>no</strong> dofundamental. No oitavo a<strong>no</strong>, as desigualdades se mantiveramconstantes e <strong>no</strong> terceiro a<strong>no</strong> do ensi<strong>no</strong> médio, se reduziram,sendo que neste caso as meninas negras & par<strong>das</strong>/mulatas foramas únicas entre todos os grupos de cor ou raça e sexo, em to<strong>das</strong> asduas matérias que formam o Saeb, a obter elevação de suas <strong>no</strong>tas<strong>no</strong> período.No período de dez a<strong>no</strong>s, 1995-2005, <strong>no</strong> exame de português,entre os meni<strong>no</strong>s, ocorreu aumento <strong>das</strong> assimetrias de cor ou raçana quarta série do ensi<strong>no</strong> fundamental. No oitavo a<strong>no</strong> do ensi<strong>no</strong>fundamental e <strong>no</strong> terceiro a<strong>no</strong> do ensi<strong>no</strong> médio, as diferenças nas<strong>no</strong>tas entre os brancos e os negros & pardos/mulatos declinaramligeiramente. Entre as meninas, ocorreu aumento <strong>das</strong> diferençasentre brancas, de um lado, e negras & par<strong>das</strong>/mulatas de outro, naquarta série do ensi<strong>no</strong> fundamental e <strong>no</strong> terceiro a<strong>no</strong> do ensi<strong>no</strong>médio. No oitavo a<strong>no</strong> do ensi<strong>no</strong> médio, as diferenças nas <strong>no</strong>tasentre os grupos de cor ou raça se reduziram.Ou seja, por um lado, as <strong>no</strong>tas de 2005 foram quase sempreinferiores às <strong>no</strong>tas médias de 1995, evidenciando que a expansãorecente do sistema de ensi<strong>no</strong> através do crescimento do númerode matrículas não se fez acompanhar da melhoria do grau deaproveitamento escolar por parte dos alu<strong>no</strong>s. Por outro lado, <strong>das</strong> trêsséries que fazem o exame de matemática e português (totalizandoseis <strong>no</strong>tas médias), <strong>no</strong> caso dos meni<strong>no</strong>s, as diferenças de cor ouraça foram amplia<strong>das</strong> em quatro <strong>das</strong> séries. No caso <strong>das</strong> meninas,dos dois exames aplicados a cada uma <strong>das</strong> três séries, ocorreramaumentos nas assimetrias de cor ou raça em três.Quando da comparação do desempenho dos alu<strong>no</strong>s em 2003 e2005, observa-se que, <strong>no</strong>s exames de matemática da quarta série,ocorreram elevações <strong>das</strong> <strong>no</strong>tas dos alu<strong>no</strong>s negros & pardos/mulatosdo sexo masculi<strong>no</strong> em 2,2%, e <strong>das</strong> alunas negras & par<strong>das</strong>/mulatasdo sexo femini<strong>no</strong>, em 3,2%. No caso dos alu<strong>no</strong>s brancos tambémocorreram elevações nas <strong>no</strong>tas médias, de 4,1%, entre os meni<strong>no</strong>se de 5,7% entre as meninas.Na oitava série, <strong>no</strong> exame de matemática, as <strong>no</strong>tas apresentaramreduções em todos os grupos de cor ou raça e sexo. Assim, entreos negros & pardos/mulatos, a queda relativa foi de 2,8%, entre osalu<strong>no</strong>s, e de 1,5% entre as alunas. No caso dos alu<strong>no</strong>s brancos damesma série, os meni<strong>no</strong>s tiveram redução de suas <strong>no</strong>tas em 2,0%,e as meninas, em 1,6%.No terceiro a<strong>no</strong> do ensi<strong>no</strong> médio, <strong>no</strong> exame de matemática,as <strong>no</strong>tas dos negros & pardos/mulatos declinaram 2,1%. Mas as<strong>no</strong>tas <strong>das</strong> meninas deste grupo de cor ou raça cresceram 10,3%. Nocontingente de alu<strong>no</strong>s brancos da mesma série, ocorreram iguaisreduções, entre meni<strong>no</strong>s e meninas, nas <strong>no</strong>tas médias, em 2,3%.No mesmo intervalo temporal (2003-2005), <strong>no</strong> exame deportuguês, <strong>no</strong> quarto a<strong>no</strong> do ensi<strong>no</strong> fundamental, as <strong>no</strong>tas dosalu<strong>no</strong>s negros & pardos/mulatos aumentaram 2,5%, e as <strong>das</strong>alunas aumentaram 1,0%. No caso dos alu<strong>no</strong>s brancos da mesmasérie, ocorreram aumentos nas <strong>no</strong>tas dos meni<strong>no</strong>s, em 2,4%, e <strong>das</strong>meninas, em 4,3%.Na oitava série, <strong>no</strong> exame de português, os meni<strong>no</strong>s negros &pardos/mulatos tiveram ligeiro aumento em suas <strong>no</strong>tas, em 0,8%, aopasso que as meninas do mesmo grupo praticamente mantiverama <strong>no</strong>ta do exame anterior (redução de 0,1%). Já os meni<strong>no</strong>s brancosda mesma série tiveram aumento em suas <strong>no</strong>tas em 0,5% e, asmeninas, também praticamente mantiveram a média do exameanterior (aumento de 0,1%).No terceiro a<strong>no</strong> do ensi<strong>no</strong> médio, <strong>no</strong> exame de português,ocorreram generaliza<strong>das</strong> reduções nas <strong>no</strong>tas. Desse modo, entreos negros & pardos/mulatos, as reduções foram de 3,2%, entre osjovens, e de 4,0% entre as jovens. No contingente de cor ou raçabranca, as que<strong>das</strong> nas <strong>no</strong>tas <strong>no</strong> exame de português foram de 2,3%,entre os meni<strong>no</strong>s, e de 2,5% entre as meninas.Em termos sintéticos, entre 2003 e 2005, <strong>das</strong> duas provasaplica<strong>das</strong> nas três séries considera<strong>das</strong> (ou seja, <strong>das</strong> seis provas),as assimetrias de cor ou raça entre os meni<strong>no</strong>s e entre as meninasaumentaram em cada grupo de sexo, em três provas. Ou seja, docomportamento destes indicadores em um período mais recente,não foi possível identificar um movimento específico da elevação ouredução <strong>das</strong> assimetrias de cor ou raça em termos da proficiênciaescolar. De qualquer maneira, diante de um quadro crônico depreservação <strong>das</strong> desigualdades, observar que as mesmas seguemsem perceber um movimento visível de redução não deixa de sermotivo de consternação.6.7.c. Indicadores de proficiência:os estágios de habilidadesNesta subseção será apresentado outro indicador que visamedir o desempenho dos alu<strong>no</strong>s: a escala de estágios de habilidadesou de construção de competências. Esta tipologia foi elaborada<strong>no</strong> relatório nacional desse exame, <strong>no</strong> a<strong>no</strong> de 2003. Portanto,obedecendo à metodologia do indicador, será considerada, emcada série e componente curricular avaliado, a distribuição dosalu<strong>no</strong>s desagregados pelos grupos de cor ou raça e sexo, entrequatro estágios de proficiência: muito crítico, crítico, intermediárioe adequado (BRASIL. INEP, 2006).Com base na construção dos estágios de habilidades, os estágiosforam definidos em intervalos de proficiência, observando-se o queos caracteriza em termos pedagógicos, por série analisada.As competências são cumulativas ao longo <strong>das</strong> séries, fazendocom que, da quarta série do ensi<strong>no</strong> fundamental para o terceiroa<strong>no</strong> do ensi<strong>no</strong> médio, tenda a diminuir o número de alu<strong>no</strong>s <strong>no</strong>sestágios muito crítico e crítico e a aumentar o percentual de alu<strong>no</strong>s<strong>no</strong> estágio adequado. Isto ocorre porque, <strong>no</strong> Saeb existem elementoscomuns nas provas realiza<strong>das</strong> pelos alu<strong>no</strong>s <strong>das</strong> diferentes séries,sendo, assim, natural que os alu<strong>no</strong>s <strong>das</strong> classes mais avança<strong>das</strong>tenham níveis de desempenho superiores aos <strong>das</strong> classes iniciais.Conforme será visto, em to<strong>das</strong> as séries de ambas as avaliações,o percentual de negros & pardos/mulatos <strong>no</strong>s estágios muito críticoe crítico foi superior ao percentual dos brancos, o inverso ocorrendo<strong>no</strong> estágio adequado, mais comum aos brancos do que aos negros& pardos/mulatos.Para tornar mais clara a exposição, a análise dos resultados serádecomposta pelas matérias dos exames.6.7.c.a. Exame de matemática (tabela 6.21.)Na quarta série do ensi<strong>no</strong> fundamental, 38,1% dos estudantesbrancos do sexo masculi<strong>no</strong> e 38,3% do femini<strong>no</strong> apresentavamestágios de competência crítico ou muito crítico. No caso dos negros236 <strong>Relatório</strong> <strong>Anual</strong> <strong>das</strong> <strong>Desigualdades</strong> <strong>Raciais</strong> <strong>no</strong> <strong>Brasil</strong>; <strong>2009</strong>-<strong>2010</strong>

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