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Relatório Anual das Desigualdades Raciais no Brasil; 2009-2010

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Gráfico 6.1. Taxa de analfabetismo da população residente acima de 10 a<strong>no</strong>s de idade, segundo os grupos decor ou raça selecionados (brancos e pretos & pardos), <strong>Brasil</strong>, 2008 (em % da população acima de 10 a<strong>no</strong>s)Fonte: IBGE, microdados PNADTabulações LAESER: Fichário <strong>das</strong> <strong>Desigualdades</strong> <strong>Raciais</strong>24,5% (brancos, 10,2%) na faixa de idade superior aos 40 a<strong>no</strong>s, ede 45,4% na faixa de idade superior aos 65 a<strong>no</strong>s (branco, 20,6%).Quando se aponta que a taxa de analfabetismo dos pretos& pardos era superior à dos brancos, pode haver uma primeiraimpressão de que tal diferença seja resultado exclusivo do peso dopassado. Ou seja, que seria derivada do estoque de analfabetos deidade mais avança<strong>das</strong>, de difícil retor<strong>no</strong> ao sistema escolar, e quede alguma forma poderiam ser aqueles mais diretamente afetadospelo contexto de baixa escolaridade da antiga sociedade escravista.Porém, dos indicadores que vieram sendo estudados ao longo destaseção, parece evidente que tal leitura padece de lacunas, tendo emvista que, mesmo quando se incorporavam as faixas de idade maisjovens, tal assimetria se mantinha.O gráfico 6.1 descreve a população residente de todo o paísque em 2008 era analfabeta, decomposta pelos grupos de corou raça e com diversos a<strong>no</strong>s de idade (entre 10 e 80 a<strong>no</strong>s oumais) desagregados. De fato, da leitura daquela imagem parecemesmo nítido que o analfabetismo grasse nas faixas de idademais avança<strong>das</strong>. Porém, da mesma fonte também se observaque, invariavelmente, em to<strong>das</strong> as idades seleciona<strong>das</strong>, a taxa deanalfabetismo da população preta & parda se apresentava superiorà dos brancos.1Dessa forma, chama particular atenção o atraso especialmentesuperior <strong>das</strong> crianças e jovens pretos & pardos <strong>no</strong> processo dealfabetização. Assim, em 2008, o percentual de crianças pretas& par<strong>das</strong> de 10 e 11 a<strong>no</strong>s que não sabiam ler ou escrever foi de,respectivamente, 6,4% e 4,1%. Já entre as crianças brancas domesmo intervalo de idade, as taxas de analfabetismo foram de,respectivamente, 2,4% e 1,6%. Na verdade, ao longo de quase to<strong>das</strong>as idades da população em idade escolar, a taxa de analfabetismoda população preta & parda era mais do que o dobro daquelaapresentada pelos brancosPortanto, ainda que a intensidade do problema do analfabetismodialogue com a dimensão geracional (tanto maior, quanto maisavançada a idade), as desigualdades de cor ou raça presentes <strong>no</strong>indicador não podem ser credita<strong>das</strong> somente ao distante peso dopassado.1. Os indicadores de analfabetismo da população branca entre 11 e 21 a<strong>no</strong>se entre 23 e 26 a<strong>no</strong>s devem ser utilizados com cautela, apresentando umCoeficiente de Variação (CV) superior a 15%.6.1.b. Taxa de analfabetismo dapopulação residente nas regiõesgeográficas brasileiras (tabela 6.2.)Ao longo de toda série 1988-2008, as maiores taxas deanalfabetismo <strong>no</strong> <strong>Brasil</strong> incidiam na região Nordeste. Assim, nestaárea do país, a taxa de analfabetismo decli<strong>no</strong>u de 36,5%, em 1988,para 19,4%, em 2008, porém sempre se mantendo razoavelmentesuperior à observada nas demais regiões brasileiras. Em segundolugar, em termos da prevalência do analfabetismo, vinha a regiãoNorte, área na qual, em 1988, 11,9% da população não sabia ler eescrever, tendo o indicador passado para 10,7% em 2008.Na verdade, os dados da região Norte apresentam problemasespecíficos de comparação com as demais regiões devidoà não inclusão, na amostra da PNAD, da população residentenas áreas rurais daquela mesma região até 2004 e à inclusão doEstado de Tocantins em 1989. Porém, mesmo <strong>no</strong> a<strong>no</strong> de 2008,Tabela 6.2. Taxa de analfabetismo da população residente de 15 a<strong>no</strong>s ou mais deidade, segundo os grupos de cor ou raça selecionados (brancos e pretos & pardos),grandes regiões, <strong>Brasil</strong>, 1988, 1998 e 2008 (em % da população acima de 15 a<strong>no</strong>s)NorteNordesteSudesteSulCentro-Oeste1988 1998 2008Brancos 8,5 8,1 7,6Pretos & Pardos 13,3 14,5 11,6Total 11,9 12,6 10,7Brancos 28,1 20,3 15,7Pretos & Pardos 40,0 30,7 20,9Total 36,5 27,5 19,4Brancos 8,9 5,9 4,2Pretos & Pardos 18,5 12,5 8,0Total 11,8 8,1 5,8Brancos 10,5 6,8 4,2Pretos & Pardos 24,1 14,9 10,1Total 12,5 8,1 5,5Brancos 12,1 7,7 5,6Pretos & Pardos 21,7 14,1 9,9Total 16,9 11,1 8,2Fonte: IBGE, microdados PNADTabulações LAESER: Fichário <strong>das</strong> <strong>Desigualdades</strong> <strong>Raciais</strong>Nota 1: a população total inclui os indivíduos de cor ou raça amarela, indígena e ig<strong>no</strong>radaNota 2: <strong>no</strong>s a<strong>no</strong>s de 1988 e 1998 não inclui a população residente nas áreas rurais da região Norte (excetoTocantins em 1998)208 <strong>Relatório</strong> <strong>Anual</strong> <strong>das</strong> <strong>Desigualdades</strong> <strong>Raciais</strong> <strong>no</strong> <strong>Brasil</strong>; <strong>2009</strong>-<strong>2010</strong>

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