13.07.2015 Views

Relatório Anual das Desigualdades Raciais no Brasil; 2009-2010

Relatório Anual das Desigualdades Raciais no Brasil; 2009-2010

Relatório Anual das Desigualdades Raciais no Brasil; 2009-2010

SHOW MORE
SHOW LESS

You also want an ePaper? Increase the reach of your titles

YUMPU automatically turns print PDFs into web optimized ePapers that Google loves.

6.1. Incidência do analfabetismoda população brasileira6.1.a. Taxa de analfabetismo da populaçãobrasileira (tabela 6.1. e gráfico 6.1.)Segundo os dados da PNAD 2008, 10,0% da população residente<strong>no</strong> <strong>Brasil</strong> com mais de 15 a<strong>no</strong>s era analfabeta. Este indicador,comparativamente ao a<strong>no</strong> de 1988, correspondeu a um considerávelavanço, tendo em vista que, naquele a<strong>no</strong>, a taxa de analfabetismoera de 18,9%. Naquele intervalo de tempo de vinte a<strong>no</strong>s, entre oshomens, a taxa de analfabetismo decli<strong>no</strong>u de 18,2%, em 1988, para10,2%, em 2008. Já entre as mulheres, a taxa de analfabetismopassou de 19,6% para 9,8%.No contingente branco, entre 1988 e 2008, a taxa de analfabetismoda população acima de 15 a<strong>no</strong>s de idade passou de 12,1% para 6,2%.No mesmo intervalo de tempo, o percentual de pretos & pardosanalfabetos decli<strong>no</strong>u de 28,6% para 13,6%. Assim, as taxas deanalfabetismo da população de ambos os grupos de cor ou raçaapresentaram uma redução expressiva neste intervalo, declinandoa um ritmo mais acelerado entre os pretos & pardos (14,9 pontospercentuais) em comparação aos brancos (5,9 pontos percentuais).Todavia, é importante frisar que a taxa de analfabetismo dos pretos& pardos, em 2008, ainda era superior ao mesmo indicador entreos brancos de vinte a<strong>no</strong>s antes.Observando-se a evolução temporal <strong>das</strong> diferenças entre astaxas de analfabetismo dos dois grupos de cor ou raça, percebe-seque, entre 1988 e 1998, as desigualdades entre brancos e pretos &pardos aumentaram. Assim, tomando por base a população com15 a<strong>no</strong>s de idade ou mais, as diferenças proporcionais nas taxasde analfabetismo entre pretos & pardos e brancos passaram de135,5% para 146,6%. Já entre 1998 e 2008, as diferenças entre osgrupos de cor ou raça obedeceram a um movimento declinante.Assim, em 2008, a taxa de analfabetismo da população preta &parda maior de 15 a<strong>no</strong>s era, proporcionalmente, 118,4% superiorà dos brancos.Quando os indicadores acima são decompostos pelos grupos decor ou raça e sexo, verifica-se que, em 2008, a taxa de analfabetismodos homens brancos acima de15 a<strong>no</strong>s foi de 6,0%, e entre asmulheres brancas, de 6,4%. Oanalfabetismo dos homenspretos & pardos foi de 14,0%, e<strong>das</strong> mulheres pretas & par<strong>das</strong>,de 13,2%.No grupo de cor ou raçabranco, em todos os três a<strong>no</strong>sda série considerada e em to<strong>das</strong>as faixas de idade, a taxa deanalfabetismo <strong>das</strong> mulheresbrancas aparecia superior à doshomens brancos. Já <strong>no</strong> caso docontingente preto & pardo, talcenário se verificava apenas <strong>no</strong>a<strong>no</strong> de 1988. No a<strong>no</strong> de 1998,a taxa de analfabetismo <strong>das</strong>mulheres pretas & par<strong>das</strong> era maior do que a dos homens domesmo grupo de cor ou raça em to<strong>das</strong> as faixas de idade superioresaos 25 a<strong>no</strong>s, sendo, porém, inferior quando se captavam as faixasde idade de 15 a<strong>no</strong>s de idade ou mais. No a<strong>no</strong> de 2008, a taxa deanalfabetismo <strong>das</strong> mulheres pretas & par<strong>das</strong>, comparativamenteaos homens do mesmo grupo de cor ou raça, era me<strong>no</strong>r na faixados 15 a<strong>no</strong>s e de 25 a<strong>no</strong>s de idade ou mais, sendo, contudo, maiornas faixas de idade superiores aos 40 a<strong>no</strong>s de idade.Observando-se a evolução do indicador entre 1988 e 2008,verifica-se que, ao longo deste intervalo, a taxa de analfabetismocaiu mais rapidamente entre as mulheres de ambos os grupos decor. No caso dos brancos acima de 15 a<strong>no</strong>s de idade, a reduçãofoi de 5,0 pontos percentuais entre os homens, e de 6,7 pontospercentuais entre as mulheres. Já <strong>no</strong> contingente preto & pardo, aredução na taxa de analfabetismo foi de 14,1 pontos percentuaisentre os homens e de 15,7 pontos percentuais entre as mulheres.Portanto, <strong>no</strong> período 1988-2008, ocorreram reduções <strong>das</strong>assimetrias de cor ou raça em termos da taxa de analfabetismo.Todavia, mesmo com todos os avanços, as diferenças se mantiveramacentua<strong>das</strong>. Tomando-se, como exemplo a comparação dosindicadores <strong>das</strong> mulheres pretas & par<strong>das</strong> e dos homens brancos com15 a<strong>no</strong>s ou mais, verifica-se que, em 1988, a taxa de analfabetismo <strong>das</strong>primeiras era proporcionalmente 162,3% superior à dos segundos.Já em 2008, a taxa de analfabetismo entre as mulheres pretas &par<strong>das</strong> era superior em 119,3% à taxa de analfabetismo entre oshomens brancos.Não deixa de ser um importante exercício a análise <strong>das</strong> taxasde analfabetismo nas faixas de idade mais idosas. Assim, <strong>no</strong> a<strong>no</strong>de 1988, quem tivesse mais de 65 a<strong>no</strong>s teria nascido ao me<strong>no</strong>s <strong>no</strong>a<strong>no</strong> de 1923. Naquele momento, as pessoas daquela faixa etáriaapresentavam uma taxa de analfabetismo de 48,6%, ou seja,quase a metade do contingente total. Entre os brancos, a taxa deanalfabetismo dos que tinham mais de 65 a<strong>no</strong>s, em 1988, era depouco mais de um terço (36,4%). Já entre os pretos & pardos, opercentual era superior aos dois terços (68,6%).Ao longo do período descrito, acompanhando a tendênciageral de melhoria <strong>no</strong> indicador, as taxas de analfabetismo vieramdeclinando para todos os grupos etários selecionados. Porém, em2008, o indicador dos pretos & pardos de ambos os sexos era de17,4% na faixa de idade superior aos 25 a<strong>no</strong>s (brancos, 7,6%), deTabela 6.1. Taxa de analfabetismo da população residente por faixas etárias seleciona<strong>das</strong>, segundo os grupos de cor ou raçaselecionados (brancos e pretos & pardos) e sexo, <strong>Brasil</strong>, 1988, 1998 e 2008 (em % da população)BrancosPretos& PardosTotal1988 1998 200815+ 25+ 40+ 65+ 15+ 25+ 40+ 65+ 15+ 25+ 40+ 65+Homens 11,0 12,9 18,4 31,4 7,9 9,6 12,9 23,0 6,0 7,3 9,4 18,0Mulheres 13,1 16,4 24,8 40,4 9,0 11,2 16,6 29,2 6,4 7,8 10,9 22,5Total 12,1 14,8 21,8 36,4 8,4 10,5 14,9 26,6 6,2 7,6 10,2 20,6Homens 28,2 33,0 43,1 63,5 21,3 26,1 33,9 52,0 14,0 17,9 24,1 43,2Mulheres 29,0 36,7 51,2 73,0 20,4 26,5 37,9 60,7 13,2 16,9 24,9 47,2Total 28,6 34,9 47,3 68,6 20,8 26,3 36,0 56,8 13,6 17,4 24,5 45,4Homens 18,2 20,9 28,1 43,8 13,8 16,6 21,5 33,8 10,2 12,6 16,4 28,9Mulheres 19,6 24,4 34,9 52,4 13,8 17,5 24,9 40,3 9,8 12,1 17,2 32,4Total 18,9 22,7 31,7 48,6 13,8 17,0 23,3 37,4 10,0 12,4 16,9 30,9Fonte: IBGE, microdados PNADTabulações LAESER: Fichário <strong>das</strong> <strong>Desigualdades</strong> <strong>Raciais</strong>Nota 1: a população total inclui os indivíduos de cor ou raça amarela, indígena e ig<strong>no</strong>radaNota 2: <strong>no</strong>s a<strong>no</strong>s de 1988 e 1998 não inclui a população residente nas áreas rurais da região Norte (exceto Tocantins em 1998)Acesso ao sistema de ensi<strong>no</strong> e indicadores de proficiência 207

Hooray! Your file is uploaded and ready to be published.

Saved successfully!

Ooh no, something went wrong!