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Relatório Anual das Desigualdades Raciais no Brasil; 2009-2010

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Não obstante, <strong>no</strong> que dizrespeito às assimetrias de corou raça, a razão de mortalidadepor câncer de mama <strong>das</strong> brancas,tal como contida na base dedados do SIM, apresentou-sesuperior à <strong>das</strong> pretas & par<strong>das</strong>.Assim, <strong>no</strong> a<strong>no</strong> de 2007, a razãode mortalidade por aquele agravoentre as brancas foi superior à<strong>das</strong> pretas & par<strong>das</strong> em 110,1%.Lendo aqueles dados à luzdos indicadores sobre acessodos grupos de cor ou raça aosexames preventivos, tal comolevantado pelo suplementoda PNAD 2008, fica sugeridoque uma significativa parte damortalidade <strong>das</strong> mulheres pretas& par<strong>das</strong> por câncer pode estarficando oculta pela não realizaçãodos preventivos. Dessa forma, asinformações a respeito <strong>das</strong> pretas& par<strong>das</strong>, comparativamenteàs brancas, poderiam estar seevadindo ou para outras causasde mortalidade ou sendo lista<strong>das</strong>como mortalidade por causa nãoidentificada.No gráfico 3.12 são vistos osindicadores sobre as razões demortalidade por 100 mil habitantesda população feminina por câncerde colo de útero. Mais uma vez osindicadores são para todo o <strong>Brasil</strong>,cobrindo o período 2001-2007.Durante este período, em todo opaís, entre a população feminina,ocorreu um ligeiro aumento, de1,3%, na razão de mortalidade poraquela enfermidade. Quando se observam os indicadores para osgrupos de cor ou raça branca e preta & parda, verifica-se que, <strong>no</strong>primeiro grupo, ocorreu uma redução da razão de mortalidade poraquela doença em 3,8%. Já <strong>no</strong> caso <strong>das</strong> pretas & par<strong>das</strong>, ocorreu ummovimento contrário, tendo havido, <strong>no</strong> período descrito, uma elevaçãode 19,5% na razão de mortalidade.Os motivos pelos quais os respectivos indicadores secomportaram dessa forma em grande medida foram debatidos<strong>no</strong>s parágrafos anteriores, quando foram comentados os dadossobre a mortalidade por câncer de mama, e dizem respeito à reduçãodo número de declarações de óbito com registro de cor ou raçaig<strong>no</strong>rada. Assim, o peso relativo dos registros de óbito por câncerde colo de útero com cor ou raça ig<strong>no</strong>rada decli<strong>no</strong>u de 11,0%, em2001, para 7,2%, em 2007.Por outro lado, na medida em que ocorreu a redução dos casosde cor ou raça ig<strong>no</strong>rada, evidenciou-se que as razões de mortalidadepor aquele agravo tendiam a afetar com mais intensidade asmulheres pretas & par<strong>das</strong> do que as mulheres brancas. Assim, <strong>no</strong>Gráfico 3.11. População residente do sexo femini<strong>no</strong> com Declaração de Óbito por câncer de mama,segundo os grupos de cor ou raça selecionados (brancas e pretas & par<strong>das</strong>), <strong>Brasil</strong>, 2001-2007(em número de Declarações de Óbitos por 100 mil habitantes)Fonte: Ministério da Saúde, DATASUS, microdados SIM; IBGE, microdados PNADTabulações LAESER: Fichário <strong>das</strong> <strong>Desigualdades</strong> <strong>Raciais</strong>Nota: a população total inclui os indivíduos de cor ou raça amarela, indígena e ig<strong>no</strong>radaGráfico 3.12. População residente do sexo femini<strong>no</strong> com Declaração de Óbito por câncer de colo de útero,segundo os grupos de cor ou raça selecionados (brancas e pretas & par<strong>das</strong>), <strong>Brasil</strong>, 2001-2007(em número de Declarações de Óbitos por 100 mil habitantes)Fonte: Ministério da Saúde, DATASUS, microdados SIM; IBGE, microdados PNADTabulações LAESER: Fichário <strong>das</strong> <strong>Desigualdades</strong> <strong>Raciais</strong>Nota: a população total inclui os indivíduos de cor ou raça amarela, indígena e ig<strong>no</strong>radaa<strong>no</strong> de 2001, a razão de mortalidade por câncer de colo de útero erade 4,6 entre as brancas e de 3,9 entre as pretas & par<strong>das</strong>. Passadosseis a<strong>no</strong>s, o mesmo indicador entre as brancas foi de 4,4 por 100mil habitantes, ao passo que entre as pretas & par<strong>das</strong> foi de 4,6 por100 mil habitantes.Na verdade, apesar dos indicadores mais recentes já viremapontando para o fato de que o problema da mortalidadepor câncer do colo de útero afetava com mais intensidade asmulheres pretas & par<strong>das</strong>, comparativamente às brancas, aindaassim existiriam motivos para se suspeitar que a intensidadedo problema na realidade ocorreria com níveis ainda maiores.Isto porque, de acordo com os indicadores já comentados dosuplemento da PNAD 2008, o percentual <strong>das</strong> mulheres pretas &par<strong>das</strong> que nunca fizeram o exame de Papanicolau era superiorao <strong>das</strong> brancas. Assim, fica sugerida uma especial incidênciade evasão de registros de mortalidade por aquela causa <strong>no</strong>contingente <strong>das</strong> pretas & par<strong>das</strong>, vis-à-vis ao que ocorre com ocontingente <strong>das</strong> brancas.Saúde sexual e reprodutiva 97

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