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Relatório Anual das Desigualdades Raciais no Brasil; 2009-2010

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específicas de inserção dos diferentes grupos de cor ou raça nasociedade também poderiam estar sendo determinantes em termosda diferenciação <strong>no</strong> perfil de consumo alimentar? Como consideraroutros condicionantes do acesso aos alimentos que poderiam estarinterferindo nas desigualdades de cor ou raça, como a localizaçãogeográfica do domicílio e a disponibilidade de bens e equipamentospúblicos, incluindo supermercados e locais de comercializaçãode refeições? Será plausível entender aqueles indicadores deconsumo diferenciado dos alimentos entre os grupos de cor ouraça associados aos valores sociais em tor<strong>no</strong> da alimentação (porexemplo, status social) que, deste modo, poderiam estar afetandoas decisões de consumo?De qualquer maneira, é importante mencionar que o diálogo quese tentou estabelecer neste capítulo entre a SAN e as desigualdadesde cor ou raça está marcado pela mesma evolução recente queaquele debate teve <strong>no</strong> pla<strong>no</strong> <strong>no</strong>rmativo. Em janeiro de <strong>2010</strong>, poriniciativa do Consea, o Congresso Nacional aprovou a Propostade Emenda à Constituição nº 64, que reconheceu o direito àalimentação como um dos direitos constitucionais. Este enfoquetambém pressupõe a articulação entre a dimensão alimentar (daprodução, comercialização e consumo) e a dimensão nutricional (dautilização do alimento pelo organismo e sua relação com a saúde),que repercute de forma importante na construção de políticaspúblicas pauta<strong>das</strong> <strong>no</strong> princípio da intersetorialidade.Desse modo, os indicadores que mensuram os diferentes níveisde exposição à insegurança alimentar por parte dos grupos de cor ouraça, e os vetores determinantes daquelas diferenças, representamum imprescindível meio enriquecedor deste debate. Lido de outromodo, dentro daquela perspectiva holística assumida, trata-se decompreender os modos como o racismo, tal como praticado <strong>no</strong><strong>Brasil</strong>, em se associando ao processo de desigualdades de cor ouraça em geral, acaba se derivando de forma específica em termosda maior exposição dos afrodescendentes às situações mais gravesde carência material e fome.154 <strong>Relatório</strong> <strong>Anual</strong> <strong>das</strong> <strong>Desigualdades</strong> <strong>Raciais</strong> <strong>no</strong> <strong>Brasil</strong>; <strong>2009</strong>-<strong>2010</strong>

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