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Relatório Anual das Desigualdades Raciais no Brasil; 2009-2010

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separadamente por representarem a opção de compra de alimentosem mercados (peque<strong>no</strong> porte ou grandes redes).Uma análise detalhada do gráfico 4.12 permite concluir que,em geral, as famílias beneficia<strong>das</strong> pelo PBF, por causa desteprograma, aumentaram a disponibilidade de todos os grupos dealimentos. Quando avaliada a diferença de acordo com a cor ouraça do beneficiário, observou-se que os maiores aumentos foramobservados entre as famílias cujo titular era preto & pardo, muitoembora não tenha sido em todos os casos que tal elevação tenhase apresentado como significativamente superior.Os grupos de alimentos cujo aumento do consumo por parte <strong>das</strong>famílias dos pretos & pardos beneficiários do PBF, comparativamenteaos brancos na mesma condição, foi significativamente superiorforam os seguintes: i) arroz, com elevação do consumo por partedos pretos & pardos em 68,5%, ao passo que entre os brancos oaumento foi de 31,5%; ii) feijão, com elevação <strong>no</strong> consumo pelospretos & pardos de 68,0%, frente a 32,0% <strong>no</strong> aumento do consumoentre os brancos; iii) carnes, com elevação <strong>no</strong> consumo entre ospretos & pardos de 68,4%, frente a um aumento de 31,6%, entre osbrancos; iv) leites e derivados, com elevação <strong>no</strong> consumo, pelospretos & pardos, de 65,6%, frente a um aumento de 34,4%, entreos brancos; v) açúcar, com elevação de consumo de 68,4%, entre ospretos & pardos, ao passo que os brancos observaram um aumento<strong>no</strong> consumo de 31,6%; vi) café, com elevação <strong>no</strong> consumo por partedos pretos & pardos em 67,9%, ao passo que, entre os brancos, oaumento do consumo foi de 32,1%; e vii) óleos e gorduras, comelevação <strong>no</strong> consumo, entre os pretos & pardos, de 58,7%, ao passoque entre os brancos o aumento do mesmo item foi de 49,6%.Na tabela 4.7 são vistos os percentuais de aumento do consumode 17 tipos de alimentos, de acordo com a situação de segurançaou insegurança alimentar da família, segundo a cor ou raça dotitular do PBF.Em termos gerais, pode-se dizer que, quanto maior a gravidadeda situação de insegurança alimentar estimada pela Ebia (IAmoderada e grave), maior o aumento na aquisição de alimentosconsumidos pelas famílias beneficiárias do PBF. Tal constatação,acompanhando o sentido geral <strong>das</strong> informações conti<strong>das</strong> <strong>no</strong> gráfico4.12, tornava-se especialmente válida entre famílias cujo titular erapreto & pardo.Nesse sentido, <strong>das</strong> famílias em situação de IA moderada e gravecom titular beneficiado pelo PBF, destacam-se as seguintes evoluçõespositivas em termos do consumo de determinados alimentos.• Aumento do consumo da combinação arroz com feijão. Talinformação esteve presente <strong>no</strong>s dois grupos de cor ou raça, mascom especial elevação nas famílias beneficiárias com titularpreto & pardo: arroz, 59,3%, feijão, 63,6%. Entre os brancos namesma condição, o aumento <strong>no</strong> consumo do arroz foi de 51,8%,e do feijão, de 55,4%;• Aumento <strong>no</strong> consumo de farinhas de mandioca e milho:relatado por 67,0% <strong>das</strong> famílias cujo titular do PBF era preto &pardo, e por 54,7% <strong>das</strong> famílias cujo titular do PBF era branco;• Aumento <strong>no</strong> consumo de café: nas famílias pretas & par<strong>das</strong>,em 63,2%, nas famílias brancas, em 55,4%;• Aumento <strong>no</strong> consumo do açúcar: em 63,2%, entre os pretos &pardos, em 53,9%, entre os brancos;• Aumento <strong>no</strong> consumo de ovos: entre os pretos & pardos, em59,5%, entre os brancos, em 55,1%;• Aumento <strong>no</strong> consumo de carnes: entre os pretos & pardos, em58,6%; entre os brancos, o aumento <strong>no</strong> consumo deste itemfoi de 50,4%;• Aumento <strong>no</strong> consumo de pão: entre os pretos & pardos, em58,6%, entre os brancos, em 49,5%;• Aumento <strong>no</strong> consumo de leite e derivados: em 55,7%, entre ospretos & pardos, em 50,2%, entre os brancos;• Aumento <strong>no</strong> consumo de biscoitos: entre os pretos & pardos,em 55,4%, entre os brancos, em 46,5%;• Aumento <strong>no</strong> consumo de frutas: entre os pretos & pardos, em54,6%, entre os brancos, em 43,9%;• Aumento <strong>no</strong> consumo de refrigerantes: entre os pretos & pardos,em 51,4%, entre os brancos, em 43,2%• Aumento <strong>no</strong> consumo de vegetais: entre os pretos & pardos,em 49,7%, entre os brancos, em 45,6%;• Aumento <strong>no</strong> consumo de óleos e gorduras: apesar de o aumento<strong>no</strong> consumo referido ser inferior a 50% <strong>das</strong> famílias, aquelaschefia<strong>das</strong> por pretos & pardos apresentaram proporção maior(46,5%) quando compara<strong>das</strong> com os brancos (40,2%).A respeito destes indicadores, vale uma especial menção àespecial intensidade do aumento de consumo do feijão e do arrozjunto às famílias com níveis mais elevados de insegurança alimentar.De acordo com Levy e col. (2005), baseados <strong>no</strong>s sucessivos dados daPesquisa de Orçamento Familiar (POF), <strong>no</strong>s últimos 30 a<strong>no</strong>s vemocorrendo uma redução na disponibilidade domiciliar destes doisitens em, respectivamente, 23% e 30%. Contudo, a dieta baseadanestes dois alimentos tem sido considerada protetora para diversosagravos, como o excesso de peso, tal como revelado pelos estudosde Sichieri (2002) e Marchioni e col. (2007).Pois, quando estudados os efeitos do PBF <strong>no</strong>s segmentos demais baixa renda, percebeu-se que ocorreu um especial aumentode consumo daqueles dois tipos de alimentos tradicionais na dietada população brasileira. Esta informação possuiu especial ênfase<strong>no</strong> contingente dos pretos & pardos.Nesse sentido, pode-se também dizer que o PBF tenhacontribuído não apenas para o aumento da quantidade de alimentosconsumidos, mas também para o incremento na qualidade daalimentação daqueles contingentes mais expostos aos níveis maisintensivos de insegurança alimentar.4.5. Merenda escolar naperspectiva da SANUm importante dado sobre a alimentação <strong>das</strong> famílias querecebiam o PBF em 2007 consistiu na importância da merendaescolar. Por exemplo, <strong>no</strong> estudo realizado pelo Ibase, cerca de umterço <strong>das</strong> famílias cujos titulares eram pretos & pardos referiu piorana alimentação <strong>no</strong> período <strong>das</strong> férias escolares, percentual me<strong>no</strong>rentre os brancos (27,8%). Com isso, apesar da melhora referida naalimentação com relação à quantidade e variedade dos alimentosoferecidos à família a partir do ingresso <strong>no</strong> PBF, uma parcelasignificativa ainda dependia de programas e doações para mantera alimentação, principalmente as famílias de pretos & pardos,reforçando a importância da merenda escolar na complementaçãoda alimentação <strong>das</strong> famílias mais vulneráveis.Na verdade, a merenda escolar é o mais antigo programa alimentar142 <strong>Relatório</strong> <strong>Anual</strong> <strong>das</strong> <strong>Desigualdades</strong> <strong>Raciais</strong> <strong>no</strong> <strong>Brasil</strong>; <strong>2009</strong>-<strong>2010</strong>

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