Tabela 7.5. População residente com Declaração de Óbito por homicídio, segundo os grupos de cor ou raça selecionados(brancos e pretos & pardos) e sexo, <strong>Brasil</strong>, 2001-2007 (em número de Declarações de Óbito)BrancosGráfico 7.2. População residente com Declaração de Óbito por homicídio, <strong>Brasil</strong>, 1980-2007(em número de Declarações de Óbito)Fonte: Ministério da Saúde, DATASUS, microdados SIMTabulações LAESER: Fichário <strong>das</strong> <strong>Desigualdades</strong> <strong>Raciais</strong>Homens Mulheres Ambos os sexosPretos &PardosTotalBrancasPretas &Par<strong>das</strong>percebe-se que 92,0% acometeram pessoas do sexo masculi<strong>no</strong>e 8,0% do sexo femini<strong>no</strong>. No mesmo período foram assassina<strong>das</strong>196.693 pessoas de cor ou raça preta & parda (57,7%) e 119.504pessoas de cor ou raça branca (35,0%).Todavia, durante o intervalo 2001-2007, progressivamente veioocorrendo um aumento do contingente preto & pardo <strong>no</strong> interiorda população que veio a padecer vitimada por homicídios. Assim,<strong>no</strong> a<strong>no</strong> de 2001, 53,0% <strong>das</strong> declarações de óbito com registro dehomicídios indicavam que a pessoa que sofreu a agressão era preta& parda. Desde então, este peso relativo somente cresceu: 54,2%em 2002; 55,5% em 2003; 57,2% em 2004; 59,8% em 2005; 61,1% em2006; e 63,3% em 2007.Desse modo, por mais que também se possa mobilizar ainformação de que o crescimento do peso dos pretos & pardos<strong>no</strong> contingente que veio a falecer por homicídios é decorrente daprogressiva queda <strong>das</strong> declarações de óbito sem registro da corou raça (7,7%, em 2001, e 6,3%, em 2007), ainda assim não pareceque tal movimento tenha sido tão intensivo a ponto de justificar osensível incremento dos pretos & pardos <strong>no</strong> conjunto da populaçãoque veio a ser assassinada.Captando as informações mais recentes, ou seja, os dadoslevantados entre os a<strong>no</strong>s de 2006 e 2007, observa-se que foramcometidos 59.741 homicídios contra pessoas pretas & par<strong>das</strong>TotalBrancosPretos &Pardos2001 17.035 23.633 44.105 1.722 1.786 3.882 18.757 25.419 47.9872002 17.163 25.212 45.860 1.778 1.765 3.906 18.941 26.977 49.7662003 17.141 26.481 47.149 1.772 1.870 3.969 18.913 28.351 51.1182004 15.485 25.864 44.569 1.701 1.857 3.859 17.186 27.721 48.4282005 14.120 26.497 43.720 1.634 1.987 3.915 15.754 28.484 47.6352006 13.997 27.410 44.294 1.600 2.109 3.986 15.597 29.519 48.2802007 12.847 28.161 43.938 1.509 2.061 3.813 14.356 30.222 47.751Fonte: Ministério da Saúde, DATASUS, microdados SIMTabulações LAESER: Fichário <strong>das</strong> <strong>Desigualdades</strong> <strong>Raciais</strong>Nota: a população total inclui os indivíduos de cor ou raça amarela, indígena e ig<strong>no</strong>radaTotale 29.953 homicídios contrapessoas brancas. Destas, 57,9%eram pessoas pretas & par<strong>das</strong> dosexo masculi<strong>no</strong>; 28,0%, pessoasbrancas do sexo masculi<strong>no</strong>;3,2%, pessoas brancas do sexofemini<strong>no</strong>; e 4,3%, pessoas pretas& par<strong>das</strong> do sexo femini<strong>no</strong>.Ainda considerando aquelecontingente que veio a serassassinado <strong>no</strong> biênio 2006-2007 (cerca de 96 mil pessoas),foram cometidos em média 48mil homicídios por a<strong>no</strong>; 4 mil pormês; 133 por dia e 5,6 por hora.No contingente de cor ouraça branca, <strong>no</strong> biênio 2006-2007, foram cometidos 14.977homicídios por a<strong>no</strong>; 1.248 pormês; 42 por dia; e 1,7 assassinatospor hora.No contingente de cor ouraça preta & parda, <strong>no</strong> mesmoperíodo acima, foram cometidos29.871 homicídios por a<strong>no</strong>;2.489 por mês; 83 por dia e; 3,5assassinatos por hora.7.2.e.b. Razão de mortalidadepor homicídios (tabelas7.6. e 7.7.; mapas 7.1. e 7.2.)No a<strong>no</strong> de 2007, a razãode mortalidade da populaçãobrasileira por 100 mil habitantespor homicídio era de 47,9, entre os homens, e de 4,0, entre asmulheres. Comparativamente ao a<strong>no</strong> de 2001, a razão de mortalidadeda população masculina por aquele vetor decli<strong>no</strong>u 9,6%. Nocontingente femini<strong>no</strong>, <strong>no</strong> mesmo período, igualmente ocorreu umdeclínio na razão de mortalidade por 100 mil habitantes em 10,5%.Apesar do caráter auspicioso <strong>das</strong> informações, quando osindicadores eram desagregados pelos grupos de cor ou raça sepercebia que o movimento observado apresentava diferenciações.Em 2001, entre os homens pretos & pardos a razão demortalidade por 100 mil habitantes por homicídios foi 54,0%superior à dos homens brancos. No mesmo a<strong>no</strong>, <strong>no</strong> contingentefemini<strong>no</strong>, a razão de mortalidade por homicídios <strong>das</strong> mulherespretas & par<strong>das</strong> era 24,9% superior à <strong>das</strong> mulheres brancas.Em 2007, a razão de mortalidade por 100 mil habitantes porhomicídio dos homens pretos & pardos chegava a 59,8. Entreos homens brancos, este indicador era de 29,2. Dessa forma,proporcionalmente, a probabilidade de uma pessoa preta & pardado sexo masculi<strong>no</strong> morrer assassinada era 104,5% superior àmesma probabilidade de um homem branco. Dito de outro modo:era mais que o dobro.No contingente femini<strong>no</strong>, em 2007, a razão de mortalidade por100 mil habitantes <strong>das</strong> mulheres pretas & par<strong>das</strong> (4,4) era 41,3%superior à observada entre as mulheres brancas (3,1).254 <strong>Relatório</strong> <strong>Anual</strong> <strong>das</strong> <strong>Desigualdades</strong> <strong>Raciais</strong> <strong>no</strong> <strong>Brasil</strong>; <strong>2009</strong>-<strong>2010</strong>
Em termos da evolução doindicador dentro do período2001-2007, observa-se que,entre a população branca dosexo masculi<strong>no</strong>, ocorreu umaredução na razão de mortalidadepor homicídios em 25,3%. Nocontingente femini<strong>no</strong> do mesmogrupo de cor ou raça, a redução foide 14,0%. Já <strong>no</strong> contingente preto &pardo também ocorreram reduçõesna razão de mortalidade por 100mil habitantes por homicídios,porém de forma <strong>no</strong>tadamentemodesta: 0,8%, entre os homens;2,7%, entre as mulheres.Nas grandes regiõesgeográficas brasileiras, <strong>no</strong> a<strong>no</strong> de2007, <strong>no</strong> contingente masculi<strong>no</strong>,as maiores razões de mortalidadepor homicídios eram encontra<strong>das</strong>na região Nordeste (55,7 por 100mil habitantes), e as me<strong>no</strong>res sedavam na região Sul (40,4 por 100mil habitantes). No contingentefemini<strong>no</strong>, a maior razão demortalidade por homicídiosocorria na região Centro-Oeste (5,2por 100 mil habitantes). E a me<strong>no</strong>rse dava, mais uma vez, na região Sul(3,6 por 100 mil habitantes).No contingente de cor ouraça branca do sexo masculi<strong>no</strong>, amaior razão de mortalidade porhomicídio por 100 mil habitantesse dava na região Sul (40,4) e a me<strong>no</strong>r era encontrada <strong>no</strong> Nordeste(14,7). No grupo preto & pardo do mesmo sexo, a maior razão demortalidade ocorria <strong>no</strong> Nordeste (63,7) e a me<strong>no</strong>r ocorria <strong>no</strong> Sul (37,4).No contingente de cor ou raça branca do sexo femini<strong>no</strong>, maisuma vez a maior razão de mortalidade por homicídio por 100mil habitantes se dava na região Centro-Oeste (4,5), e a me<strong>no</strong>r<strong>no</strong> Nordeste (1,8). Já <strong>no</strong> grupo preto & pardo do sexo femini<strong>no</strong>, amaior e a me<strong>no</strong>r razão de mortalidade por homicídio por 100 milhabitantes eram encontra<strong>das</strong>, respectivamente, <strong>no</strong> Centro-Oeste(5,4) e <strong>no</strong> Sul (2,7).Tendo em vista os indicadores acima, em 2007, o Nordeste eraa região geográfica brasileira onde as diferença entre a razão demortalidade por homicídio por 100 mil habitantes entre homenspretos & pardos, de um lado, e homens brancos, de outro, eramaior (333,2%). Na região Norte, o indicador dos pretos & pardosdo sexo masculi<strong>no</strong>, em comparação aos brancos do mesmo grupode sexo, era 182,0% superior; <strong>no</strong> Sudeste, era 108,2% superior; e<strong>no</strong> Centro-Oeste, era 82,1% superior. Na região Sul ocorria ummovimento contrário, com os homens brancos aparecendo comuma razão de mortalidade por homicídio superior em 7,5% à dospretos & pardos.No contingente femini<strong>no</strong>, as assimetrias entre as mulheres pretas& par<strong>das</strong>, de um lado, e brancas, de outro, eram me<strong>no</strong>res. Todavia, talTabela 7.6. População residente com Declaração de Óbito por homicídio, segundoos grupos de cor ou raça selecionados (brancos e pretos & pardos) e sexo, <strong>Brasil</strong>, 2001-2007(em número de Declarações de Óbito por 100 mil habitantes)BrancosHomens Mulheres Ambos os sexosPretos &PardosTotalBrancasPretas &Par<strong>das</strong>TotalBrancosPretos &Pardos2001 39,2 60,3 53,0 3,6 4,5 4,4 20,6 32,3 28,12002 38,9 63,0 54,2 3,7 4,4 4,4 20,5 33,7 28,72003 39,4 63,4 54,9 3,7 4,5 4,4 20,7 34,0 29,12004 34,9 59,3 50,4 3,5 4,2 4,1 18,5 31,7 26,72005 32,4 58,4 48,8 3,4 4,3 4,2 17,2 31,2 25,92006 31,9 59,4 48,9 3,3 4,5 4,2 16,9 31,9 26,02007 29,2 59,8 47,9 3,1 4,4 4,0 15,5 32,2 25,4Fonte: Ministério da Saúde, DATASUS, microdados SIM; IBGE, microdados PNADTabulações LAESER: Fichário <strong>das</strong> <strong>Desigualdades</strong> <strong>Raciais</strong>Nota: a população total inclui os indivíduos de cor ou raça amarela, indígena e ig<strong>no</strong>radaTabela 7.7. População residente com Declaração de Óbito por homicídio, segundoos grupos de cor ou raça selecionados (brancos e pretos & pardos) e sexo, grandes regiões, <strong>Brasil</strong>, 2007(em número de Declarações de Óbito por 100 mil habitantes)BrancosHomens Mulheres Ambos os sexosPretos &PardosTotalBrancasPretas &Par<strong>das</strong>TotalBrancosPretos &PardosNorte 20,0 56,4 49,0 2,7 4,1 3,9 11,0 30,6 26,4Nordeste 14,7 63,7 55,7 1,8 4,2 3,7 7,8 33,9 29,2Sudeste 28,9 60,1 44,3 3,1 4,7 3,9 15,3 32,4 23,5Sul 40,4 37,4 40,4 3,7 2,7 3,6 21,5 20,3 21,6Centro-Oeste 33,4 60,7 51,5 4,5 5,4 5,2 18,3 33,6 28,2Fonte: Ministério da Saúde, DATASUS, microdados SIM; IBGE, microdados PNADTabulações LAESER: Fichário <strong>das</strong> <strong>Desigualdades</strong> <strong>Raciais</strong>Nota: a população total inclui os indivíduos de cor ou raça amarela, indígena e ig<strong>no</strong>radaTotalTotalcomo verificado <strong>no</strong> contingente masculi<strong>no</strong>, as diferenças apareciamem quatro <strong>das</strong> cinco regiões geográficas, com o Sul aparecendo comoa única exceção. Desse modo, em termos proporcionais, as mulherespretas & par<strong>das</strong>, comparativamente às mulheres brancas, tinhamuma probabilidade superior de serem vítimas de assassinatos em133,7% na região Nordeste; em 55,1% na região Sudeste; em 51,1%na região Norte; e em 19,4% na região Centro-Oeste. Na região Sul,as mulheres pretas & par<strong>das</strong> apresentavam razão de mortalidadepor homicídios por 100 mil habitantes 26,8% inferior ao indicadorapresentado pelas mulheres brancas.Tendo em vista a maior incidência dos homicídios sobre apopulação masculina, será este o único contingente a ser analisado<strong>no</strong> interior <strong>das</strong> unidades da federação. Estes dados se encontramdisponíveis <strong>no</strong>s mapas 7.1 e 7.2.Destarte, em 2007, em 26 <strong>das</strong> 27 unidades da federação, as razõesde mortalidade por 100 mil homicídios dos homens pretos & pardoseram superiores ao mesmo indicador apresentado pelos homensbrancos. Em alguns lugares as assimetrias <strong>no</strong> indicador assumiamcaracterísticas exponenciais: Paraíba (1.181,4%); Pernambuco(806,9%); Alagoas (651,1%); Amazonas (499,1%); Distrito Federal(317,3%); Ceará (247,0%); Pará (230,6%); Espírito Santo (215,4%);Bahia (212,7%). Em Minas Gerais a diferença era de 99,4%; e <strong>no</strong>sVitimização, acesso à justiça e políticas de promoção da igualdade racial 255
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