13.07.2015 Views

Relatório Anual das Desigualdades Raciais no Brasil; 2009-2010

Relatório Anual das Desigualdades Raciais no Brasil; 2009-2010

Relatório Anual das Desigualdades Raciais no Brasil; 2009-2010

SHOW MORE
SHOW LESS

You also want an ePaper? Increase the reach of your titles

YUMPU automatically turns print PDFs into web optimized ePapers that Google loves.

verifica<strong>das</strong> durante a gestação e dentro dos 42 dias do puerpério”.Entretanto, prosseguem os estudiosos, “para propósitos nacionais,pode ser calculada uma outra razão, em que se considerem tambémas mortes ocorri<strong>das</strong> <strong>no</strong> puerpério tardio (além de 42 dias após otérmi<strong>no</strong> da gestação)” (LAURENTI e col., 2004, p. 459).Desse modo, seguindo as recomendações da equipe depesquisadores da Universidade de São Paulo (USP), na presentesubseção se terá por objetivo expor e analisar os indicadores demortalidade materna incluindo-se as causas tardias lista<strong>das</strong> <strong>no</strong>scódigos O96 e O97 do grupo O da CID-10.Pelo gráfico 3.29, vê-se o comportamento do número totalde óbitos mater<strong>no</strong>s, incluídos os relacionados à gravidez,desagregado pela variável cor ou raça, para todo o <strong>Brasil</strong>, <strong>no</strong>lapso 2000-2007. Assim, o número total de óbitos passou, <strong>no</strong>período, de 1.710 para 1.682 casos. No caso <strong>das</strong> mulheres brancas,<strong>no</strong> mesmo período, o número de falecimentos por aquele motivopassou de 663 para 558 casos; <strong>das</strong> mulheres pretas & par<strong>das</strong>, de734 para 992 casos; e <strong>das</strong> mulheres de cor ou raça ig<strong>no</strong>rada, de282 para 104 casos.Do ponto de vista da composição de cor ou raça do indicador,verifica-se que o peso relativo <strong>das</strong> pretas & par<strong>das</strong> avançou, entre2000 e 2007, de 42,9% para 59,0%. Mais uma vez verificou-se queesta proporção caminhou na contramão da redução dos casos demortalidade de cor ou raça ig<strong>no</strong>rada, cujos registros, do ponto devista relativo, declinaram de 16,5% para 6,2% do total.No gráfico 3.30, vê-se a evolução <strong>das</strong> razões brutas demortalidade materna, incluindo-se os óbitos relacionados à gravidez,dos grupos de cor ou raça. Em todo o país, entre 2000 e 2007, oindicador passou de 53,3 para 58,2 óbitos por 100 mil nascidos vivos.Em termos do compor tamento dos indicadores dos respectivosgrupos de cor ou raça, observa-seque, em todo o <strong>Brasil</strong>, entre 2000e 2007, entre as mulheres brancas,o indicador passou de 42,5 para43,0 óbitos por 100 mil nascidosvivos. No mesmo lapso, entreas mulheres pretas & par<strong>das</strong>, omesmo indicador passou de 61,2para 71,0 por 100 mil nascidosvivos. Finalmente, <strong>no</strong> caso <strong>das</strong>mulheres de cor ou raça ig<strong>no</strong>rada,acompanhando seu já comentadodeclínio relativo dentro da basede dados, o indicador passoude 68,9 para 58,8 por 100 milnascidos vivos.1. Segundo o Ministério da Saúde, <strong>no</strong>interior da CID-10, as mortes maternasobstétricas diretas correspondem aoscódigos: O00.0 a O08.9, O11 a O23.9,O24.4, O26.0 a O92.7, D39.2, E23.0,F53 e M83.0. As mortes maternasobstétricas indiretas correspondemaos códigos: O10.0 a O10.9; O24.0 aO24.3; O24.9, O25, O98.0 a O99.8, A34,B20 a B24; e as mortes obstétricas nãoespecifica<strong>das</strong> ao código: O95.3.7.e. Decomposição <strong>das</strong> causas demortalidade materna (tabelas 3.26. e 3.27.)Na presente seção será feita uma análise mais detida sobre acomposição <strong>das</strong> causas de mortalidade materna dos distintos gruposde cor ou raça em todo o <strong>Brasil</strong>, <strong>no</strong> a<strong>no</strong> de 2007.A mortalidade materna, além do período de sua ocorrência(tardia e não tardia), também pode ser decomposta em causasobstétricas diretas, causas obstétricas indiretas, causas obstétricasnão especifica<strong>das</strong>.1Segundo Laurenti e col. (2006, p. 72), as mortes obstétricasdiretas são aquelas resultantes de complicações obstétricas nagravidez, <strong>no</strong> parto ou <strong>no</strong> puerpério, decorrentes de intervenções,omissões, tratamento incorreto ou de uma cadeia de eventosresultantes de quaisquer <strong>das</strong> causas menciona<strong>das</strong>. Já as mortesobstétricas indiretas são aquelas resultantes de doenças existentesantes da gravidez ou de doenças que se desenvolveram durante agravidez e que não são decorrentes de causas obstétricas diretas, masque foram agrava<strong>das</strong> pelos efeitos fisiológicos da gravidez. Assim,segundo os mesmos autores, “quando a mortalidade é baixa, ela équase que totalmente representada pelas causas obstétricas indiretas;quando a taxa/razão de mortalidade materna é alta, a maior parte érepresentada pelas obstétricas diretas” (LAURENTI e col., 2006, p. 56).Através da tabela 3.26, são observados os indicadores damortalidade materna em todo o país, <strong>no</strong> a<strong>no</strong> de 2007, desagregadospelos grupos de cor ou raça. Vale frisar que esta tabela estáincorporando to<strong>das</strong> as causas de mortalidade materna conti<strong>das</strong><strong>no</strong> Grupo O da CID-10 (portanto, englobando os óbitos tardiose os por sequela), bem como os vetores de mortalidade maternapresentes em outros grupos CID.Tabela 3.26. População residente do sexo femini<strong>no</strong> entre 10 e 49 a<strong>no</strong>s de idade com Declaração de Óbito por gravidez, parto epuerpério (inclusive causas de óbitos relaciona<strong>das</strong> à maternidade) de acordo com a causa de mortalidade, segundo os grupos decor ou raça selecionados (brancas, pretas & par<strong>das</strong> e cor ig<strong>no</strong>rada), <strong>Brasil</strong>, 2007 (em % do número de Declarações de Óbito)BrancasPretas &Par<strong>das</strong>Cor ou RaçaIg<strong>no</strong>radaCausas Obstétricas Diretas de Mortalidade 66,5 73,8 70,2 69,8Complicações do aborto (O00 – O08) 7,3 8,7 4,8 7,9Transtor<strong>no</strong>s hipertensivos (O10-O16) 17,6 21,5 25,0 19,1Outros transtor<strong>no</strong>s relacionados à gravidez (O20-O29) 5,2 2,9 3,8 3,6Problemas ligados ao feto, membranas e placenta (O30-O48) 7,3 7,8 8,7 7,7Complicações do trabalho de parto e parto (O60-O75) 15,1 18,2 15,4 17,2Complicações do puerpério (O85-O92) 13,8 14,4 12,5 14,1Mola hidatiforme maligna ou invasiva (D39.2) 0,2 0,1 0,0 0,1Necrose hipofisária pós-parto (E23.0) 0,0 0,0 0,0 0,0Transtor<strong>no</strong>s mentais e comportamentais associados ao puerpério (F53) 0,0 0,2 0,0 0,1Osteomalácia puerperal (M83.0) 0,0 0,0 0,0 0,0Causas Obstétricas Indiretas de Mortalidade 24,4 19,0 23,1 22,3Causas obstétricas indiretas (O98-O99) 18,3 14,5 13,5 15,7Demais causas obstétricas indiretas Grupo O (O10, O24, O25) 2,5 0,8 2,9 2,9Téta<strong>no</strong> obstétrico (A34) 0,0 0,1 0,0 0,1Doenças causa<strong>das</strong> pelo HIV (B20 a B24) 3,6 3,5 6,7 3,7Causa Obstétrica de Mortalidade Não Especificada (O95) 3,0 1,9 2,9 2,4Mortes Ocorri<strong>das</strong> Fora do Período de Puerpério (O96-O97) 6,1 5,3 3,8 5,5Total 100,0 100,0 100,0 100,0Fonte: Ministério da Saúde, DATASUS, microdados SIM; Projeto UNIFEM ref: 50642-001/<strong>2009</strong> "Indicadores de mortalidade materna desagregado por sexo raça / cor"Tabulações LAESER: Fichário <strong>das</strong> <strong>Desigualdades</strong> <strong>Raciais</strong>Nota: a população total incluí os indvíduos de cor ou raça amarela e indígenaTotalSaúde sexual e reprodutiva 115

Hooray! Your file is uploaded and ready to be published.

Saved successfully!

Ooh no, something went wrong!