ancos em 6,8 pontos percentuais, <strong>no</strong> Norte, e em 6,6 pontospercentuais, <strong>no</strong> Nordeste.Nas demais regiões do país, as assimetrias de cor ou raçaigualmente se manifestavam, porém, com intensidade me<strong>no</strong>r. Dessemodo, comparativamente aos brancos, os pretos & pardos eram maisafetados pela forma mais extrema de insegurança alimentar: em 3,5pontos percentuais <strong>no</strong> Centro-Oeste; em 3,9 pontos percentuais <strong>no</strong>Sudeste; e em 4,5 pontos percentuais <strong>no</strong> Sul.Operando pelos extremos em termos dos indicadoresobservados pelos grupos de cor ou raça em cada região, a diferençaentre o peso dos indivíduos brancos em situação de segurançaalimentar que residiam <strong>no</strong> Sul (77,1%) e dos pretos & pardosna mesma situação que residiam <strong>no</strong> Nordeste (36,8%) era de40,3 pontos percentuais, ou, em termos proporcionais, 2,1 vezessuperior.Já a diferença entre o percentual de pretos & pardos residentesna região Nordeste vivendo em condições de IA grave (16,3%) e debrancos residentes na região Sudeste (2,6%) na mesma situaçãofoi de 13,7 pontos percentuais, ou, em termos proporcionais, 6,2vezes superior.Tendo em vista o conjunto de indicadores analisados ao longoda presente seção, não surpreende que a maioria dos indivíduosque vivessem em domicílios com situação de segurança alimentartenha sido, justamente, de cor ou raça branca. Desse modo, <strong>no</strong> a<strong>no</strong>de 2004, em todo o <strong>Brasil</strong>, o peso relativo do grupo de cor ou raçapreta & parda <strong>no</strong> total dos que viviam em condição de segurançaalimentar era de 37,4%, lembrando que seu peso na populaçãoresidente, naquele a<strong>no</strong>, era de 48,0%.Nas regiões geográficas brasileiras, entre os indivíduos queestavam em situação de segurança alimentar, os pretos & pardoseram maioria absoluta nas regiões Norte (67,7%) e Nordeste (62,6%),porém em peso inferior à sua participação na população como umtodo (<strong>no</strong> entor<strong>no</strong> de 70,0%). Nas demais regiões, <strong>no</strong> interior docontingente que vivia em situação de segurança alimentar, os pretos& pardos responderam por 13,6% <strong>no</strong> Sul, por 31,6% <strong>no</strong> Sudeste epor 50,2% <strong>no</strong> Centro-Oeste. Mais uma vez, em to<strong>das</strong> aquelas trêsregiões, a participação proporcional dos pretos & pardos entre osque viviam em condição de segurança alimentar se apresentavainferior ao peso relativo de sua participação nas correspondentespopulações residentes.Gráfico 4.1. População residente de acordo com prevalência e níveis de intensidade da situação de insegurança alimentarsobre os grupos de cor ou raça selecionados (brancos e pretos & pardos), <strong>Brasil</strong>, 2004 (em % da população)Fonte: IBGE, microdados PNAD (Suplemento “Segurança Alimentar”)Tabulações LAESER: Fichário <strong>das</strong> <strong>Desigualdades</strong> <strong>Raciais</strong>Nota: a população total inclui os indivíduos de cor ou raça amarela, indígena e ig<strong>no</strong>radaGráfico 4.2. População residente em situação de segurança alimentar, segundo composição de cor ou raça(brancos, pretos & pardos e outros), <strong>Brasil</strong> e grandes regiões, 2004 (em % da população em situação de segurança alimentar)Fonte: IBGE, microdados PNAD (Suplemento “Segurança Alimentar”)Tabulações LAESER: Fichário <strong>das</strong> <strong>Desigualdades</strong> <strong>Raciais</strong>Nota: outros inclui os indivíduos de cor ou raça amarela, indígena e ig<strong>no</strong>rada128 <strong>Relatório</strong> <strong>Anual</strong> <strong>das</strong> <strong>Desigualdades</strong> <strong>Raciais</strong> <strong>no</strong> <strong>Brasil</strong>; <strong>2009</strong>-<strong>2010</strong>
Box 4.1. A insegurança alimentar desagregada pelos grupos de cor ouraça, tal como levantados pela PNDS 2006 (tabela 4.1.box.)Conforme já mencionado, dos levantamentos demográficos que pesquisaram asituação de insegurança alimentar <strong>das</strong> famílias brasileiras, através da aplicação daEbia, uma importante iniciativa foi a Pesquisa Nacional de Demografia e Saúdeda Criança e da Mulher (PNDS), realizada em 2006, pelo Centro <strong>Brasil</strong>eiro deAnálise e Planejamento (Cebrap) com financiamento do Ministério da Saúde (MS).Este estudo foi realizado para avaliar as condições socioeconômicas,reprodutivas e culturais da população feminina em idade fértil (15 e 49 a<strong>no</strong>sde idade), bem como <strong>das</strong> crianças me<strong>no</strong>res de 5 a<strong>no</strong>s, filhos e filhas destasmulheres entrevista<strong>das</strong>.Os resultados da pesquisa revelaram que 62,5% dos domicílios brasileirosem que residiam mulheres em idade fértilclassificaram o acesso à alimentação emquantidade e qualidade, respectivamente,adequada e suficiente, ao passo que outros 37,5%se encontravam em situação de insegurançaalimentar de distintos níveis de intensidade.Quando analisado de forma desagregadapelos grupos de cor ou raça, observou-se que ainsegurança alimentar afetava os domicílios de27,8% mulheres brancas e de 44,8% mulherespretas & par<strong>das</strong>, ou seja, 17,0 pontos percentuaissuperior.A forma mais intensiva de insegurançaalimentar incidia sobre 4,7% do total dedomicílios onde residiam mulheres em idadefértil. Quando decomposto pelos grupos de corou raça, 2,7% <strong>das</strong> mulheres brancas e 6,5% <strong>das</strong>mulheres pretas & par<strong>das</strong> eram afeta<strong>das</strong> pelonível mais grave de insegurança alimentar. Ouseja, entre as segun<strong>das</strong>, comparativamente àsprimeiras, a condição de IA grave era quase 2,5vezes superior.Quando estes dados eram decompostosalém dos grupos de cor ou raça, também pelosintervalos etários selecionados, de 15 a 24 e de 25a 49 a<strong>no</strong>s de idade, não se verificavam grandesdiferenças em termos da situação da insegurançaalimentar entre os grupamentos etários. Entre as brancas, esta situação eraligeiramente maior, em termos proporcionais, entre as de idade madura,comparativamente às mais jovens. Já entre as pretas & par<strong>das</strong>, nas mulheresem idade madura, o percentual da IA grave afetava 6,8% dos domicílios ondeviviam. Nas de idade mais jovem, entre 15 e 24 a<strong>no</strong>s, este percentual foi de 6,0%.Não obstante, seja quando visto de forma agregada, nas faixas de idadeentre 15 e 49 a<strong>no</strong>s, seja quando visto de forma desagregada entre os intervalosetários jovem (15 a 24 a<strong>no</strong>s) e maduro (25 a 49 a<strong>no</strong>s), as mulheres pretas &par<strong>das</strong> se viam proporcionalmente mais expostas à insegurança alimentar doque as mulheres brancas.Tabela 4.1.box. População residente do sexo femini<strong>no</strong> entre 15 e 49 a<strong>no</strong>s de idade de acordocom a prevalência domiciliar da insegurança alimentar e níveis de intensidade,segundo os grupos de cor ou raça selecionados (brancas e pretas & par<strong>das</strong>)e faixas de idade escolhi<strong>das</strong>, <strong>Brasil</strong>, 2006 (em % da população feminina entre 15 e 49 a<strong>no</strong>s)15 a 24 a<strong>no</strong>s de idadeSegurança AlimentarInsegurança AlimentarLeve Moderada GraveBrancas 73,2 18,6 6,0 2,2Pretas & Par<strong>das</strong> 55,1 26,3 12,6 6,0Total 62,0 23,3 10,4 4,325 a 49 a<strong>no</strong>s de idadeBrancas 71,8 19,5 5,8 2,9Pretas & Par<strong>das</strong> 55,2 26,2 11,7 6,8Total 62,3 23,3 9,3 5,115 a 49 a<strong>no</strong>s de idadeBrancas 72,2 19,2 5,9 2,7Pretas & Par<strong>das</strong> 55,2 26,3 12,0 6,5Total 62,5 23,1 9,7 4,7Fonte: Ministério da Saúde / Centro <strong>Brasil</strong>eiro de Análise e Planejamento (CEBRAP), microdados PNDSTabulações LAESER: Fichário <strong>das</strong> <strong>Desigualdades</strong> <strong>Raciais</strong>Nota: a população total inclui os indivíduos de cor ou raça amarela, indígena e ig<strong>no</strong>rada4.2.b. Intensidade da insegurança alimentarjunto aos grupos de cor ou raça conviventescom crianças e adolescentes e residentesem áreas urbanas e rurais (tabela 4.3.)Na tabela 4.3 são observa<strong>das</strong> as situações de segurança einsegurança alimentar dos grupos de cor ou raça de acordo coma presença ou não de pessoas me<strong>no</strong>res de 18 a<strong>no</strong>s de idade <strong>no</strong>sdomicílios, bem como segundo a área de residência, se urbanaou rural.Pelos dados contidos naquela fonte, observa-se que a presençade crianças e adolescentes me<strong>no</strong>res de 18 a<strong>no</strong>s <strong>no</strong> domicílio em queuma pessoa residia aumentava consideravelmente sua probabilidadede viver em condições de insegurança alimentar. Assim, enquanto,dos moradores conviventes em domicílio com pessoas me<strong>no</strong>res de18 a<strong>no</strong>s de idade, 45,3% se encontravam em situação de insegurançaalimentar; entre os moradores conviventes em domicílios semcrianças e adolescentes, este percentual se reduzia para 24,3%.Tal cenário, como seria de se esperar, também se repetiaquando se operava a desagregação dos indicadores dos grupos decor ou raça. Ou seja, tanto entre os brancos como entre os pretos &pardos, havia maior probabilidade de um indivíduo residir em umdomicílio em insegurança alimentar na medida em que <strong>no</strong> mesmoresidissem crianças e adolescentes. Todavia, seja em uma situação,seja na outra, em ambos os casos o percentual de indivíduos pretos& pardos em situação de insegurança alimentar era superior ao dosbrancos na mesma condição.Desse modo, dos indivíduos conviventes em unidades domiciliarescom pessoas de idade inferior a 18 a<strong>no</strong>s, o peso relativodos que viviam em situação de insegurança alimentar foi de 57,0%Assistência social e segurança alimentar e nutricional 129
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