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Relatório Anual das Desigualdades Raciais no Brasil; 2009-2010

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Box 6.6. <strong>Desigualdades</strong> de cor ou raça <strong>no</strong> acesso aos três níveis de ensi<strong>no</strong>, público e particular (gráficos 6.2.box. e 6.3.box.)Em 2008, <strong>no</strong> primeiro ciclo do ensi<strong>no</strong> fundamental, 81,8% dos estudantes brancose 92,3%, dos estudantes pretos & pardos estudavam em escolas públicas. Ao seanalisar a importância do ensi<strong>no</strong> público para os alu<strong>no</strong>s do segundo ciclo doensi<strong>no</strong> fundamental, percebe-se que este era igual a 83,0% entre os estudantesbrancos e a 93,1% entre os estudantes pretos & pardos.Naquele mesmo a<strong>no</strong>, <strong>no</strong> primeiro e segundo ciclo do ensi<strong>no</strong> fundamental,respectivamente, 18,2% e 17,0% dos estudantes brancos frequentavam escolasparticulares. Entre os estudantes pretos & pardos, estes indicadores foram,respectivamente, de 7,7% e 6,9%. Ou seja, neste último caso, proporcionalmente,os indicadores correspondiam a me<strong>no</strong>s da metade do outro grupo.No ensi<strong>no</strong> médio, o percentual de estudantes brancos que frequentavam arede pública de ensi<strong>no</strong> foi de 79,7%. Entre os estudantes pretos & pardos, o pesorelativo do ensi<strong>no</strong> público era 92,3%, isto é, 12,6 pontos percentuais superior.Do total de estudantes secundaristas brancos, 20,3%, frequentavam a rede deensi<strong>no</strong> particular. O peso da rede privada para os estudantes secundaristas pretos& pardos foi de 7,7%, mais uma vez sendoinferior à metade do que o verificado <strong>no</strong>outro contingente.Já <strong>no</strong> caso do ensi<strong>no</strong> superior, 79,2%dos brancos estudavam em universidadesparticulares. No caso dos pretos & pardos,a matrícula em universidades priva<strong>das</strong>correspondia a 74,5% do total <strong>das</strong>matrículas <strong>no</strong> ensi<strong>no</strong> superior. Entre osuniversitários brancos, o ensi<strong>no</strong> públicocorrespondia à situação de 20,8%, aopasso que, entre os universitários pretos& pardos, o peso dos estabelecimentospúblicos era de 25,5%, ligeiramentesuperior, portanto. Mas a proximidadedestes últimos indicadores pode ocultarfatos importantes da realidade.No Gráfico 6.3.box, vê-se acomposição segundo os grupos de cor ouraça branca e preta & parda da populaçãoque frequentava a rede de ensi<strong>no</strong>, públicae privada, em 2008. Assim, na redepública, os pretos & pardos correspondiama 60,7% dos alu<strong>no</strong>s do primeiro ciclodo ensi<strong>no</strong> fundamental e a 59,9% dosestudantes do segundo ciclo. No ensi<strong>no</strong>médio, os pretos & pardos correspondiama 55,6% dos alu<strong>no</strong>s da rede pública. Nasuniversidades públicas, ao contrário dosníveis de ensi<strong>no</strong> anteriores, o peso dospretos & pardos não era preponderante,representando apenas 38,4% dos alu<strong>no</strong>smatriculados.Estes indicadores expressam que oacesso dos brancos à universidade públicadecorre em grande medida do fato deque, <strong>no</strong> período inicial e médio de suaformação escolar, eles frequentam commaior intensidade as escolas particulares,ampliando assim sua chance de aprovaçãodurante os concursos vestibulares <strong>das</strong>universidades de maior prestígioacadêmico. O inverso ocorre com os estudantes pretos & pardos, mais dependentes<strong>das</strong> instituições de ensi<strong>no</strong> públicas para o desenvolvimento inicial e médiode sua formação escolar, mas que, uma vez concluí<strong>das</strong>, lhes legarão me<strong>no</strong>rprobabilidade de acesso às Instituições de Ensi<strong>no</strong> Superior (IES) públicas, tendoem vista sua me<strong>no</strong>r competitividade <strong>no</strong>s exames vestibulares <strong>das</strong> universidadesmais concorri<strong>das</strong>.Esta inversão ocorrida em termos da composição de cor ou raça <strong>no</strong>sestabelecimentos dos três níveis de ensi<strong>no</strong> expressa que o Estado, ao oferecerescolas de mais baixa qualidade <strong>no</strong> ensi<strong>no</strong> fundamental e médio aos alu<strong>no</strong>sque frequentam os estabelecimentos públicos (a maioria formada por pretos &pardos), termina por reduzir as chances de acesso destes jovens às instituiçõespúblicas de ensi<strong>no</strong> superior, estas de melhor qualidade.Com isso, o Estado brasileiro, de forma inconsciente ou não, tão somentereforça de maneira ativa as desigualdades sociais e raciais presentes na sociedadebrasileira.Gráfico 6.2.box. População residente que frequentava instituição de ensi<strong>no</strong> de acordo com nívele rede (pública e particular) de ensi<strong>no</strong>, segundo os grupos de cor ou raça selecionados (brancose pretos & pardos), <strong>Brasil</strong>, 2008 (em % da população que frequentava instituição de ensi<strong>no</strong>)Fonte: IBGE, microdados PNADTabulações LAESER: Fichário <strong>das</strong> <strong>Desigualdades</strong> <strong>Raciais</strong>Gráfico 6.3.box. População residente que frequentava instituição de ensi<strong>no</strong> de acordo comnível e rede (pública e particular) de ensi<strong>no</strong>, segundo composição de cor ou raça (brancos epretos & pardos), <strong>Brasil</strong>, 2008 (em % da população que frequentava instituição de ensi<strong>no</strong>)Fonte: IBGE, microdados PNADTabulações LAESER: Fichário <strong>das</strong> <strong>Desigualdades</strong> <strong>Raciais</strong>Acesso ao sistema de ensi<strong>no</strong> e indicadores de proficiência 235

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