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Relatório Anual das Desigualdades Raciais no Brasil; 2009-2010

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LDB, especialmente em suas definições mais recentes, a abordagemse limitará ao a<strong>no</strong> de 2008.Desse modo, quando o indicador de escolarização <strong>das</strong> criançasde 6 a<strong>no</strong>s de idade é decomposto pelos grupos de cor ou raça e sexo,verifica-se que as crianças pretas & par<strong>das</strong> de 6 a<strong>no</strong>s apresentavamuma incorporação mais lenta ao <strong>no</strong>vo sistema de ensi<strong>no</strong> fundamentalde <strong>no</strong>ve a<strong>no</strong>s comparativamente às crianças brancas.Pelos dados da PNAD 2008, 48,0% dos meni<strong>no</strong>s brancos com6 a<strong>no</strong>s de idade frequentava o ensi<strong>no</strong> fundamental, enquanto opercentual de crianças pretas & par<strong>das</strong> da mesma faixa etária esexo matricula<strong>das</strong> naquele nível de ensi<strong>no</strong> foi de 39,9%, 8,1 pontospercentuais inferior comparativamente aos primeiros. Entre ascrianças de 6 a<strong>no</strong>s de sexo femini<strong>no</strong>, 50,0% <strong>das</strong> brancas estavammatricula<strong>das</strong> <strong>no</strong> ensi<strong>no</strong> fundamental, ao passo que, <strong>no</strong> caso <strong>das</strong>meninas pretas & par<strong>das</strong>, o percentual foi de 43,4% (6,6 pontospercentuais inferior). As demais crianças ou não frequentavamestabelecimentos de ensi<strong>no</strong>, ou se encontravam <strong>no</strong> maternal, oujardim da infância, ou nas classes de alfabetização.No a<strong>no</strong> de 2008, em todo o país, a grande maioria <strong>das</strong> criançasde 6 a<strong>no</strong>s que frequentavam a escola estava matriculada na redepública. Entre as crianças pretas & par<strong>das</strong>, este indicador erasuperior comparativamente às crianças brancas. Assim, entreas crianças de 6 a<strong>no</strong>s que estudavam <strong>no</strong> ensi<strong>no</strong> fundamental, opercentual dos brancos de sexo masculi<strong>no</strong> matriculados na redepública foi de 73,8%, 13,2 pontos percentuais inferior às criançaspretas & par<strong>das</strong> na mesma condição (87,0%). Naquele mesmoa<strong>no</strong>, 70,7% <strong>das</strong> meninas brancas e 88,2% <strong>das</strong> meninas pretas &par<strong>das</strong> frequentavam o ensi<strong>no</strong> fundamental na rede pública,perfazendo uma diferença superior, entre estas últimas, de 17,5pontos percentuais. Na verdade, estas diferenças se repetirão quandoforem vistos os dados de acesso <strong>das</strong> crianças e adolescentes aoensi<strong>no</strong> fundamental e médio.6.3. Evolução do número médio de a<strong>no</strong>sde estudo da população brasileira6.3.a. Escolaridade média 1988-2008 (tabela 6.11.)Ao longo da presente seção será analisada a evolução do númeromédio de a<strong>no</strong>s de estudo da população residente entre os a<strong>no</strong>s de1988 e 2008. Considerou-se como número médio de a<strong>no</strong>s de estudosa razão do somatório do número de a<strong>no</strong>s que a população de umdeterminado grupo etário, em seu conjunto, estudou, dividido pelonúmero total de membros desta mesma faixa etária. No caso, o IBGEcomputa cada série concluída com aprovação como um a<strong>no</strong> de estudo.Tendo em vista que <strong>no</strong> a<strong>no</strong> de 2008 ainda se estava em ple<strong>no</strong>período de transição para o ensi<strong>no</strong> fundamental em <strong>no</strong>ve a<strong>no</strong>s,que, como já visto na seção anterior, se concluirá em <strong>2010</strong>, <strong>no</strong> casoda contagem dos a<strong>no</strong>s de estudo para o ensi<strong>no</strong> fundamental com<strong>no</strong>ve a<strong>no</strong>s de duração, o IBGE enquadrou a primeira série concluídacom aprovação em me<strong>no</strong>s de um a<strong>no</strong> de estudo, a segunda série,em um a<strong>no</strong> de estudo, e assim, sucessivamente, até a <strong>no</strong>na série,classificada em oito a<strong>no</strong>s de estudo. Esta harmonização da duraçãodo ensi<strong>no</strong> fundamental de <strong>no</strong>ve a<strong>no</strong>s para oito a<strong>no</strong>s se deu parapossibilitar a comparação dos resultados desse período com aspesquisas anteriores (BRASIL, IBGE, 2008, p. 28-29).Ao se analisar o indicador desagregado pelos grupos decor ou raça e sexo em todo o <strong>Brasil</strong>, em 2008, observa-se que amédia dos a<strong>no</strong>s de estudo dos homens brancos com mais de 15a<strong>no</strong>s foi de 8,2 a<strong>no</strong>s de estudo. Já o número médio de a<strong>no</strong>s deestudo entre os homens pretos & pardos na mesma faixa etáriafoi de 6,3 a<strong>no</strong>s de estudo. Entre as mulheres, os a<strong>no</strong>s médiosde estudo foram 8,3, <strong>no</strong> caso <strong>das</strong> brancas, e 6,7, <strong>no</strong> caso <strong>das</strong>pretas & par<strong>das</strong>. Assim, dentro de cada contingente de cor ouraça, as mulheres apresentaram uma média ligeiramente maiselevada de a<strong>no</strong>s de estudo comparativamente aos homens (0,4superior <strong>no</strong> seio do contingente preto & pardo e 0,1 <strong>no</strong> seio docontingente branco).No período compreendido entre 1988 e 2008, a elevação <strong>no</strong>número médio de a<strong>no</strong>s de estudo foi relativamente modesta. Assim,<strong>no</strong> seio da população acima de 15 a<strong>no</strong>s de idade, o aumento foi detrês a<strong>no</strong>s entre os homens brancos, 2,8 a<strong>no</strong>s entre os homens pretos& pardos, 3,2 entre as mulheres brancas, e 3,1 entre as mulherespretas & par<strong>das</strong>.No pla<strong>no</strong> <strong>das</strong> assimetrias entre os grupos de cor ou raça, deveser salientado o ligeiro aumento <strong>das</strong> diferenças entre os indicadoresda população branca e preta & parda. Assim, entre 1988 e 2008, asdiferenças <strong>no</strong>s a<strong>no</strong>s médios de estudo passaram de 1,7 para 1,9, <strong>no</strong>contingente masculi<strong>no</strong>, e de 1,5 para 1,6 <strong>no</strong> contingente femini<strong>no</strong>.Na verdade, entre as duas pontas, analisando-se as diferenças<strong>das</strong> médias de a<strong>no</strong>s de estudos entre 1988 e 1998, observa-se queas assimetrias chegaram a se alargar ainda mais. Desse modo,neste último a<strong>no</strong>, as assimetrias entre brancos e pretos & pardos,em termos dos a<strong>no</strong>s médios de estudos, chegaram a 2,1 a<strong>no</strong>s.Desagregando-se o indicador pelos grupos de sexo, observa-se queas diferenças de cor ou raça, favoravelmente aos brancos, foram de2,2 a<strong>no</strong>s, entre os homens, e de 2 a<strong>no</strong>s entre as mulheres.Portanto, de forma sumarizada, pode-se dizer que o cenáriovivido entre 1988 e 2008, em termos <strong>das</strong> assimetrias de cor ou raça<strong>no</strong> número médio de a<strong>no</strong>s de estudos, teve um primeiro momentode elevação (1988-1998) e um posterior momento de queda (1998-2008), fazendo, assim, com que as diferenças dentro do intervalo detempo descrito tenham ficado ligeiramente superiores em relaçãoao ponto de partida.6.3.b. Breve reflexão sobre as assimetrias entre osgêneros em termos <strong>das</strong> médias de a<strong>no</strong>s de estudosao longo dos ciclos geracionais (tabela 6.11.)Outro indicador relevante a ser refletido quando se pensanas assimetrias de cor ou raça e de sexo em termos dos a<strong>no</strong>s deestudos diz respeito às diferenças intergeracionais percorri<strong>das</strong> peloindicador. Assim, considerando-se a população <strong>no</strong> seu conjunto,<strong>no</strong> a<strong>no</strong> de 1988, homens e mulheres de 15 a<strong>no</strong>s de idade ou maisapresentavam a mesma média de escolaridade, 4,5 a<strong>no</strong>s de estudo.Contudo, nas demais faixas de idade, as escolaridades médias doshomens eram maiores do que as <strong>das</strong> mulheres. Entre os brancos,havia uma repetição <strong>no</strong> sentido geral <strong>das</strong> assimetrias entre osgêneros, tal como ocorreu na população residente como um todo.Entre os pretos & pardos, já em 1988, as mulheres de 15 a<strong>no</strong>s deidade ou mais vinham apresentando ligeira superioridade sobre oshomens. Contudo, nas faixas de idade mais avança<strong>das</strong>, os homenspretos & pardos tinham escolaridade superior à <strong>das</strong> mulheres domesmo grupo de cor ou raça.Acesso ao sistema de ensi<strong>no</strong> e indicadores de proficiência 215

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