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Relatório Anual das Desigualdades Raciais no Brasil; 2009-2010

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à votação, <strong>no</strong> Congresso daquele país, de sua proposta de reforma do sistema desaúde. Na verdade, a reforma daquele sistema já havia sido tentada por outrospresidentes por quase um século, sempre resultando em fracassos.Sinteticamente, na proposta do presidente <strong>no</strong>rte-america<strong>no</strong>, busca-se aadoção do princípio da universalidade da cobertura do sistema de saúde, bemcomo um maior controle sobre as empresas do setor privado que atuam <strong>no</strong> setor.Assim, a medida aprovada introduziu o princípio do universalismo <strong>no</strong> acessoao atendimento à saúde, através da obrigatoriedade de que todos os cidadãosdeverão contratar serviços de saúde privada sob o risco de serem multados. Osmais pobres receberão subsídios para contratação dos serviços.Como limite da proposta recém-aprovada, pode-se mencionar que osetor de atendimento à saúde da população <strong>no</strong>rte-americana continuarádominado pelo mercado, permanecendo, o setor público, fora do setor.Outro traço negativo <strong>no</strong> projeto aprovado há pouco é que não há nenhumaprevisão de cobertura daquele serviço aos imigrantes que vivem naquele paísem situação irregular.Na tabela 2.22 verifica-se o percentual da população coberta porpla<strong>no</strong> de saúde particular nas grandes regiões geográficas brasileiras<strong>no</strong> a<strong>no</strong> de 2008. Desse modo, tanto entre os homens como entreas mulheres, os maiores percentuais de cobertura por pla<strong>no</strong> desaúde ocorriam <strong>no</strong> Sudeste, e os me<strong>no</strong>res <strong>no</strong> Norte e <strong>no</strong> Nordeste.Analisando-se os indicadores de acesso a pla<strong>no</strong> de saúdeparticular nas grandes regiões geográficas do país, observaseque, em to<strong>das</strong> as cinco, os pretos & pardos apresentavamme<strong>no</strong>r probabilidade de estarem cobertos por pla<strong>no</strong> de saúdeparticular, quase sempre em proporções visivelmente me<strong>no</strong>resdo que as encontra<strong>das</strong> <strong>no</strong> grupo de cor ou raça branca. No casodos homens pretos & pardos, a me<strong>no</strong>r taxa de acesso a pla<strong>no</strong>de saúde particular ocorria <strong>no</strong> Nordeste (10,3%) e a maior <strong>no</strong>Sudeste (25,4%). No caso da população preta & parda do sexofemini<strong>no</strong>, as me<strong>no</strong>res e maiores taxas de cobertura por pla<strong>no</strong> desaúde também ocorriam, respectivamente, <strong>no</strong> Nordeste (11,1%)e <strong>no</strong> Sudeste (25,6%).Na população branca do sexo masculi<strong>no</strong>, o maior percentual decobertos por pla<strong>no</strong> de saúde particular ocorria <strong>no</strong> Sudeste (41,5%)e o me<strong>no</strong>r, <strong>no</strong> Nordeste (18,0%). Já <strong>no</strong> contingente de cor ou raçabranca do sexo femini<strong>no</strong>, a maior taxa de cobertura por pla<strong>no</strong> desaúde privado também se deu <strong>no</strong> Sudeste (44,1%), mas a me<strong>no</strong>rocorreu <strong>no</strong> Norte (20,1%).No a<strong>no</strong> de 2008, o grupo <strong>das</strong> mulheres brancas da regiãoSudeste correspondeu ao contingente de cor ou raça e sexo commaior proporção de cobertura por pla<strong>no</strong> de saúde particular:44,1%. Já o grupo de cor ou raçapreto & pardo do sexo masculi<strong>no</strong>apresentou a me<strong>no</strong>r proporção decobertura por aquele mesmo tipode pla<strong>no</strong>: 10,3%. A desproporçãoentre o primeiro e o segundogrupo era, portanto, de 4,3 vezes.Pelo gráfico 2.32, observasea composição de cor ou raçada população coberta por pla<strong>no</strong>de saúde particular. Assim, emtodo o país, em 2008, os brancosrespondiam por 65,2% dos quepossuíam pla<strong>no</strong> de saúde. Nastrês regiões centro-meridionaisdo país, o peso relativo dosbrancos entre os que possuíampla<strong>no</strong> de saúde se elevava para70,8%. Nas regiões Norte e Nordeste, a presença dos brancos sereduzia a 40,7%, sendo, assim, mi<strong>no</strong>ritária, porém superior àsua presença relativa na população residente dessas duas regiões(27,9%, em 2008).2.8.e. Condições de pagamento e qualidade dopla<strong>no</strong> de saúde particular (tabela 2.23. e gráfico 2.33.)De acordo com os indicadores contidos na tabela 2.23, em todoo país, <strong>no</strong> a<strong>no</strong> de 2008, do total de pla<strong>no</strong>s de saúde existentes, 63,6%eram pagos por empresas, 35,4% pelo titular e 1,0% por outrosagentes. No que tange aos valores pagos, 50,4% eram valores deaté R$ 100,00, 33,9%, valores entre R$ 100,00 e R$ 300,00 e 15,7%,valores acima de R$ 300,00.No caso da população branca, a empresa pagava 60,0% dospla<strong>no</strong>s, o titular 39,0% e outros agentes 1,0%. Já entre os pretos &pardos, o pagamento do pla<strong>no</strong> de saúde via empresa correspondia a70,9% dos pla<strong>no</strong>s, pelo próprio titular, a 28,1% e por outros agentes,mais uma vez 1,0%.Quanto ao montante pago às empresas de saúde, <strong>no</strong> caso dapopulação branca, 44,8% eram valores de até R$ 100,00, 36,0%,valores entre R$ 100,00 e R$ 300,00 e 19,1%, valores acima de R$300,00. Esta distribuição pouco se assemelhava à dos pretos &pardos que possuíam pla<strong>no</strong> privado de saúde: 62,3% eram valoresde até R$ 100,00; 29,3%, valores entre R$ 100,00 e R$ 300,00 e 8,3%,valores acima de R$ 300,00.Tabela 2.23. População residente coberta por pla<strong>no</strong> de saúde particular na semana de referência de acordo com aresponsabilidade pelo pagamento do pla<strong>no</strong> e faixas seleciona<strong>das</strong> de valor de pagamento, segundo os grupos de cor ou raçaselecionados (brancos e pretos & pardos), <strong>Brasil</strong>, 2008 (em % sobre o número de contratos)Quem pagaQuanto o titular paga por mêsBrancos Pretos & Pardos TotalEmpresa 60,0 70,9 63,6Titular 39,0 28,1 35,4Outros 1,0 1,0 1,0Me<strong>no</strong>s de R$ 100,00 44,8 62,3 50,4Mais de R$ 100,00 até R$ 300,00 36,0 29,3 33,9Mais de R$ 300,00 19,1 8,3 15,7Fonte: IBGE, microdados PNAD (Suplemento "Acesso e utilização de serviços de saúde")Tabulações LAESER: Fichário <strong>das</strong> <strong>Desigualdades</strong> <strong>Raciais</strong>Nota 1: a população total inclui os indivíduos de cor ou raça amarela, indígena e ig<strong>no</strong>radaNota 2: em R$ de setembro de 2008Padrões de morbimortalidade e acesso ao sistema de saúde 73

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