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Relatório Anual das Desigualdades Raciais no Brasil; 2009-2010

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que procurou atendimento era: “foi atendido na primeira vezque procurou o atendimento?” (V1354 do questionário da PNAD2008). Daí, em caso negativo, mais adiante <strong>no</strong> questionáriovoltava-se a perguntar: “voltou a procurar atendimento de saúdepor este mesmo motivo nas duas últimas semanas?” (V1356do questionário da PNAD 2008). Finalmente, caso a pessoarespondesse positivamente a este último quesito, se indagava “foiatendida na última vez que procurou o atendimento?” (V1358 doquestionário da PNAD 2008).A metodologia empregada <strong>no</strong> estudo do acesso ao atendimentoconsiderou como não atendi<strong>das</strong> as pessoas que não obtiveramsucesso em sua primeira busca por atendimento de saúde e nãovoltaram a procurar (desalentados), mais as pessoas não atendi<strong>das</strong>pela primeira vez e que, tendo voltado a buscar atendimento, maisuma vez não foram atendi<strong>das</strong> (desamparados). Assim, a fórmulada taxa de atendimento obedece à seguinte expressão.(expressão 2.1.)Onde:Px = taxa de atendimento, proporção dos indivíduosque procuraram atendimento de saúde e foramatendidos, independentemente de qual momento;Pa = indivíduos que foram atendidos pelo sistema de saúde otendo procurado para atendimento reportado à própria saúde;Pña1 = desalentados, ou seja, indivíduos que procuraramo sistema de saúde para atendimento e não foramatendidos e não voltaram a procurar atendimento;Pña2 = desamparados, ou seja, indivíduos queprocuraram o sistema de saúde para atendimentoe não foram atendidos; voltaram a procurar peloatendimento e, mais uma vez, não foram atendidos.Portanto a expressão 2.1 representa a proporção de pessoasque buscaram atendimento de saúde em algum estabelecimentoTabela 2.19. População residente que procurou serviço de saúde nas duas últimas semanas e que não foi atendida,segundo grupos de cor ou raça selecionados (brancos e pretos & pardos) e sexo, <strong>Brasil</strong> e grandes regiões agrupa<strong>das</strong>,1998-2008 (em % dos que procuraram atendimento em serviços de saúde nas duas últimas semanas)Norte-Nordeste Sudeste-Sul-Centro-Oeste <strong>Brasil</strong>1998 2003 2008 1998 2003 2008 1998 2003 2008Homens Brancos 1,6 1,9 2,3 1,2 1,2 1,3 1,3 1,3 1,4Homens Pretos & Pardos 2,9 2,5 3,1 2,3 1,7 2,2 2,6 2,1 2,6Homens 2,5 2,3 2,9 1,5 1,4 1,6 1,8 1,7 2,0Mulheres Brancas 2,3 2,8 3,4 1,6 1,5 1,6 1,7 1,7 1,9Mulheres Pretas & Par<strong>das</strong> 2,9 3,3 4,6 2,6 2,6 3,1 2,7 3,0 3,8Mulheres 2,7 3,1 4,3 1,8 1,9 2,1 2,1 2,3 2,8Fonte: IBGE, microdados PNAD (Suplemento "Acesso e utilização de serviços de saúde")Tabulações LAESER: Fichário <strong>das</strong> <strong>Desigualdades</strong> <strong>Raciais</strong>Nota 1: a população total inclui os indivíduos de cor ou raça amarela, indígena e ig<strong>no</strong>radaNota 2: <strong>no</strong>s a<strong>no</strong>s de 1998 e 2003 não inclui a população residente nas áreas rurais da região Norte (exceto Tocantins)Nota 3: população que procurou atendimento, não foi atendida em uma primeira tentativa e desistiu de procurar + população que procurou atendimento, não foiatendida pela primeira vez, voltou a procurar atendimento e não foi atendida mais uma vezdessa natureza e foram efetivamente atendi<strong>das</strong>. O seu inverso,naturalmente, corresponde ao percentual dos que procuraramatendimento e não foram atendidos, correspondendo ao percentualde não atendimento. É desta forma que o indicador está descritona tabela 2.19.De acordo com os indicadores contidos na tabela 2.19,observa-se que, entre 1998 e 2008, embora crescente, a taxa denão atendimento pelo sistema de saúde brasileiro não foi elevada,tendo passado de 1,8% para 2,0%, entre os homens, e de 2,1% para2,8%, entre as mulheres.Ao se analisar o indicador desagregado pelos grupos de cor ouraça e sexo <strong>no</strong> mesmo período em todo o <strong>Brasil</strong>, <strong>no</strong> período 1998-2008, observa-se que a taxa de não atendimento entre os homensbrancos aumentou ligeiramente, de 1,3% para 1,4%. Já o percentualde não atendidos entre os homens de cor ou raça preta & par<strong>das</strong>e manteve em 2,6%, porém com <strong>no</strong>ta negativa de ter aumentado0,5 ponto percentual entre 2003 e 2008. No contingente femini<strong>no</strong>,entre as brancas, a taxa de não atendimento também cresceuligeiramente, tendo passado de 1,7% para 1,9%. Já entre as pretas &par<strong>das</strong>, o indicador observou um aumento paulati<strong>no</strong>, de 2,7%, em1998, para 3,0%, em 2003, e, finalmente, 3,8% em 2008.Ou seja, malgrado o não atendimento ter incidido sobre umgrupo proporcionalmente peque<strong>no</strong>, em 2008, a probabilidade detal problema afetar uma pessoa preta & parda era quase o dobro doque para uma pessoa branca. A probabilidade de não ser atendidapelo sistema de saúde, uma vez tendo procurado, de uma mulherpreta & parda era 2,6 vezes superior à de um homem branco.Também chamam a atenção as taxas de não atendimento<strong>no</strong> sistema de saúde entre as regiões geográficas brasileiras,apresenta<strong>das</strong> na tabela 2.19 de forma agrupada por conta deproblemas de baixo tamanho da amostra em cada uma delas. Nãoobstante, foi justamente nas regiões Norte e Nordeste que foramverifica<strong>das</strong> as maiores taxas de não atendimento, e sempre com ospretos & os pardos apresentando indicadores maiores do que osobservados para o outro grupo de cor ou raça.2.7.c. Motivos do não atendimento (gráficos 2.17. e 2.18.)Na presente subseção são observados os motivos que impedirama população desalentada e desamparada de ter sido atendida pelosistema de saúde mesmo o tendo procurado. No caso, salientaseque foram agrupados osmotivos apresentados quandoda primeira e última procura.Como, neste caso, não se estarãooperando comparações com apopulação total, ou com os queforam atendidos, compreendeuseque este agrupamento poderiaexpressar melhor o delicado fatosocial do não atendimento porparte do serviço de saúde e sobreseus motivos. Assim, mesmoaqueles que não foram atendidosem uma primeira oportunidade,tendo sido, porém, atendidosem um segundo momento, nãodeixaram de vivenciar uma62 <strong>Relatório</strong> <strong>Anual</strong> <strong>das</strong> <strong>Desigualdades</strong> <strong>Raciais</strong> <strong>no</strong> <strong>Brasil</strong>; <strong>2009</strong>-<strong>2010</strong>

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