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OS GRANDES INICIADOS - Entre Irmãos

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para toda prova, renuncia à empresa. Pois, uma vez que esta porta se<br />

fechar sobre ti, não poderás mais recuar.<br />

Se o estrangeiro persistia em sua resolução, o hierofante o levava<br />

para o pátio externo e o recomendava aos servidores do templo, com os<br />

quais ele devia passar uma semana, obrigado aos trabalhos mais<br />

humildes, escutando hinos e fazendo abluções. Recomendavam-lhe o<br />

silêncio mais absoluto.<br />

Chegando, a noite das provas, dois neócoros (3) ou assistentes<br />

levavam o aspirante aos mistérios à porta do santuário oculto. Entravase<br />

em um vestíbulo escuro, sem saída aparente. Dos dois lados dessa<br />

sala lúgubre, à luz de tochas, o estrangeiro via uma fila de estátuas com<br />

corpos de homens e cabeça de animais – leões, touros, aves de rapina,<br />

serpentes –, que pareciam fitá-lo, zombando dele enquanto passava. Ao<br />

fim desta sinistra avenida, que se atravessava sem pronunciar uma única<br />

palavra, havia uma múmia e um esqueleto humano, de pé, de frente um<br />

para o outro. E, com um gesto mudo, os dois neócoros mostravam ao<br />

noviço um buraco no muro à sua frente. Era a entrada de um corredor<br />

tão baixo que só se podia penetrar arrastando-se.<br />

Dizia-lhe um dos assistentes:<br />

– Podes ainda voltar. A porta do santuário ainda não foi fechada.<br />

Caso contrário, deves continuar teu caminho por ali, e sem retomo.<br />

Então, o noviço respondia, reunindo toda sua coragem:<br />

- Eu fico!<br />

<strong>Entre</strong>gavam-lhe, então, uma pequena lâmpada acesa. Os neócoros<br />

regressavam e fechavam com estrondo a porta do santuário. Não era<br />

possível mais hesitar, era preciso entrar no corredor. Apenas começava<br />

a rastejar sobre os joelhos, com a lâmpada na mão, ele ouvia uma voz<br />

dizer, do fundo do subterrâneo: “Aqui morrem os loucos que cobiçaram<br />

a ciência e o poder”. Graças a um maravilhoso efeito acústico, essa frase<br />

era repetida sete vezes por meio de ecos distanciados. Era preciso<br />

avançar, todavia. O corredor se alargava, mas descia em rampa cada vez<br />

mais inclinada. Enfim, o viajante destemido se encontrava diante de um<br />

funil que terminava num buraco. Uma escada de ferro lá se perdia; o<br />

noviço aí se arriscava. No último degrau, seu olhar sobressaltado

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