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OS GRANDES INICIADOS - Entre Irmãos

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eterna juventude é o quinhão das almas que somam à profundidade dos<br />

pensamentos uma candura divina.<br />

Platão recebera de Sócrates o grande impulso, o princípio ativo e<br />

masculino de sua vida, sua fé na justiça e na verdade. Deveu a ciência e<br />

a substância de seus ideais à sua iniciação nos Mistérios. Seu gênio<br />

consiste na forma nova, ao mesmo tempo poética e dialética, que soube<br />

dar-lhes. Essa iniciação, ele não a tomou somente com Elêusis.<br />

Procurou-a em todas as fontes acessíveis do mundo antigo. Após a<br />

morte de Sócrates, ele se pôs a viajar. Acompanhou as lições de vários<br />

filósofos da Ásia Menor. De lá foi para o Egito, a fim de entrar em<br />

contato com seus sacerdotes, e passou pela iniciação de Ísis. Ele não<br />

atingiu, como Pitágoras, o grau superior em que se torna adepto e se<br />

adquire a visão efetiva e direta da verdade divina, com poderes<br />

sobrenaturais do ponto de vista terrestre. Deteve-se no terceiro grau, que<br />

confere a perfeita claridade intelectual, com o domínio da inteligência<br />

sobre a alma e sobre o corpo. Depois, seguiu para a Itália meridional, a<br />

fim de juntar-se aos pitagóricos; bem sabia que Pitágoras havia sido o<br />

maior dos sábios gregos. Comprou a preço de ouro um manuscrito do<br />

mestre. Tendo bebido assim a tradição esotérica de Pitágoras em sua<br />

própria fonte, recebeu deste filósofo as idéias-mães e o arcabouço de<br />

seu sistema. (3)<br />

Voltando a Atenas, Platão ali fundou sua escola, que se tornou<br />

célebre sob o nome de Academia. Para continuar a obra de Sócrates era<br />

preciso divulgar a verdade. <strong>Entre</strong>tanto Platão não podia ensinar<br />

publicamente as coisas que os pitagóricos mantinham encobertas com<br />

um triplo véu. Os juramentos, a prudência, sua própria finalidade o<br />

proibiam. E, certamente, a doutrina esotérica que encontramos em seus<br />

Diálogos, mas dissimulada, moderada, carregada de uma dialética<br />

argumentativa, como uma bagagem estranha disfarçada em lenda, em<br />

mito, em parábola. Ela não se apresenta aqui como o conjunto<br />

imponente que lhe conferiu Pitágoras – que tentamos reconstruir –<br />

como o edifício fundado sobre uma base imutável e cujas partes estão<br />

fortemente cimentadas, e sim por fragmentos analíticos. Platão, como<br />

Sócrates, coloca-se no mesmo plano dos jovens de Atenas, dos

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