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OS GRANDES INICIADOS - Entre Irmãos

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linguagem dos templos, gêneros de poesia. Cada um deles consagra a<br />

vitória de uma teologia sobre a outra. Nos templos daquela época, só se<br />

escrevia a história alegoricamente. O indivíduo não era nada, a doutrina<br />

e a obra, tudo. Tâmris, que cantou a guerra dos Titãs, cego pelas Musas,<br />

prenuncia a derrota da poesia cosmogônica por meio de versos novos.<br />

Lino, que introduziu na Grécia os cantos melancólicos da Ásia e foi<br />

morto por Hércules, revestiu a invasão da Trácia de uma poesia<br />

lacrimosa, chorosa e voluptuosa, que o espírito viril dos dóricos do<br />

Norte logo repeliu. Significa ao mesmo tempo a vitória de um culto<br />

lunar sobre um culto solar. Ao contrário, Anfião, que, segundo a lenda<br />

alegórica, movia as pedras com seus cantos e construía templos ao som<br />

de sua lira, representa a força plástica que a doutrina solar e a poesia<br />

dórica ortodoxa exerceram sobre as artes e sobre toda a civilização<br />

helênica (3).<br />

É outra a luz que irradia Orfeu! Ele brilha através das eras com o<br />

raio pessoal de um gênio criador, cuja alma vibra de amor em suas<br />

varonis profundezas pelo Eterno-Feminino – e, em suas últimas<br />

profundezas também, responde-lhe aquele Eterno-Feminino que vive e<br />

palpita sob uma tríplice forma: na Natureza, na Humanidade e no Céu.<br />

A adoração dos santuários, a tradição dos iniciados, o grito dos poetas, a<br />

voz dos filósofos – e, mais do que todo o resto, sua obra, a Grécia<br />

orgânica – são testemunhas de sua realidade viva!<br />

Naqueles tempos, a Trácia era atormentada por uma luta tremenda<br />

e constante. Os cultos solares e os lunares disputavam a supremacia. A<br />

guerra entre os adoradores do Sol e da Lua, não era, como se poderia<br />

acreditar, a disputa fútil de duas superstições. Esses dois cultos<br />

representavam duas teologias, duas cosmogonias, duas religiões e duas<br />

organizações sociais absolutamente opostas. Os cultos uranianos e<br />

solares tinham seus templos nas colinas e nas montanhas, sacerdotes<br />

masculinos e leis severas. Os cultos lunares reinavam nas florestas, nos<br />

vales profundos e tinham mulheres por sacerdotisas, ritos voluptuosos,<br />

prática desregrada das artes ocultas e o gosto da excitação orgiástica.<br />

Havia uma guerra de morte entre os sacerdotes do Sol e as sacerdotisas<br />

da Lua. Luta entre sexos, luta antiga, inevitável, manifesta ou oculta,

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