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OS GRANDES INICIADOS - Entre Irmãos

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trouxeram profundas mudanças para a organização social da Índia<br />

védica. Os árias, conquistadores de raça pura, viam-se diante de raças<br />

muito misturadas e bastante inferiores, onde o tipo amarelo e vermelho<br />

se cruzavam sobre um fundo negro de múltiplas nuances. A civilização<br />

hindu assim nos aparece como uma formidável montanha, trazendo na<br />

base uma raça melanina, nos flancos, os sangue-mesclados, e no vértice,<br />

os puros arianos. A separação das castas, na época primitiva, não era<br />

muito rigorosa, e grandes misturas ocorreram entre esses povos. A<br />

pureza da raça conquistadora se alterou cada vez mais com o decorrer<br />

dos séculos. Mas, até hoje, nota-se a predominância do tipo ariano nas<br />

altas classes e do tipo melanino nas classes inferiores. Ora, da turva<br />

escória da sociedade hindu sempre se elevou, como os miasmas da<br />

jângal misturados ao odor das feras, um sopro ardente de paixões, uma<br />

mistura de langor e de ferocidade. O sangue negro, superabundante, deu<br />

ao hindu sua cor especial. Afinou e efeminou. a raça. O prodígio foi<br />

que, apesar dessa mestiçagem, as idéias dominantes na raça branca<br />

conseguiram se manter no vértice dessa civilização, através de tantas<br />

revoluções.<br />

Aí está, pois, bem definida, a base étnica da Índia: de um lado, o<br />

gênio da raça branca com seu sentido moral e suas sublimes aspirações<br />

metafísicas; de outro, o gênio da raça negra com suas energias<br />

passionais e sua força dissolvente. E como se traduz na antiga história<br />

religiosa da Índia essa duplicidade espiritual? As mais antigas tradições<br />

falam de uma dinastia solar e outra lunar. Os reis da dinastia solar<br />

pretendiam descender do Sol; os outros se diziam filhos da Lua. Mas<br />

esta linguagem simbólica encobria duas concepções religiosas opostas,<br />

e significava que as duas categorias de soberanos se ligavam a dois<br />

cultos diferentes. O culto solar emprestava ao Deus do Universo o sexo<br />

masculino. E em torno dele se agrupava tudo o que havia de mais puro<br />

na tradição védica: a ciência do fogo sagrado e da oração, a noção<br />

esotérica do Deus supremo, o respeito à mulher, o culto dos<br />

antepassados, a realeza eletiva e patriarcal. O culto lunar atribuía à<br />

divindade o sexo feminino, sob cujo signo as religiões do ciclo ariano<br />

sempre adoraram a natureza, uma natureza cega, inconsciente, em suas<br />

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