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OS GRANDES INICIADOS - Entre Irmãos

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eremitério dos anacoretas sorria, ao abrigo das palmeiras. Uma luz rósea<br />

e tranqüila banhava o lago, os bosques e a morada dos santos richis. No<br />

horizonte, o cume branco do monte Meru dominava o oceano das<br />

florestas. O murmúrio de um rio invisível animava as plantas, e o troar<br />

de uma catarata longínqua vagueava na brisa como uma carícia ou uma<br />

melodia.<br />

À margem do lago, Devac viu uma barca. Junto dela, de pé, um<br />

homem de idade madura, um anacoreta, parecia esperar.<br />

Silenciosamente, ele fez sinal à virgem para entrar e tomou os remos.<br />

Enquanto o bote avançava roçando as ninfáceas, Devac vê um cisne<br />

fêmea nadando. Num vôo ousado, um cisne macho corta os ares e se<br />

põe a descrever grandes círculos ao redor da fêmea; depois desce sobre<br />

a água, junto da companheira, tremulando sua plumagem de neve.<br />

Diante desta cena, Devac estremeceu profundamente sem saber por quê.<br />

Mas a barca logo tocou a margem oposta e a virgem de olhos de lótus se<br />

viu diante do rei dos anacoretas: Vasichita.<br />

Sentado numa pele de gazela e vestido em uma pele de antílope<br />

negro, ele tinha um ar venerável, como se fosse um deus e não um<br />

homem. Desde os sessenta anos só se alimentava de frutos silvestres.<br />

Sua cabeleira e sua barba eram brancas como os cumes do Himavat, sua<br />

pele transparente, seu olhar voltado para o interior, pela meditação. Ao<br />

ver Devac, ele se levantou e a saudou com estas palavras: “Devac, irmã<br />

do ilustre Cansa, sejas bem-vinda entre nós. Guiada por Mahadeva, o<br />

senhor supremo, deixaste o mundo das misérias pelo mundo das<br />

delícias. Aqui estás, junto dos santos richis, senhores de seus sentidos,<br />

felizes com seu destino e desejosos de trilhar o caminho do céu. Há<br />

muito tempo nós te esperávamos, como a noite espera a aurora. Como<br />

somos os olhos dos Devas fixados sobre o mundo, vivemos no mais<br />

recôndito das florestas. Os homens não nos vêem, mas nós os vemos e<br />

acompanhamos suas ações. A idade sombria do desejo, do sangue e do<br />

crime causou estragos na terra. Então, nós te elegemos para a obra de<br />

libertação, e foram os Devas quem te escolheram por nós. Pois é no seio<br />

de uma mulher que o raio do esplendor divino deverá receber a forma<br />

humana”.<br />

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