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OS GRANDES INICIADOS - Entre Irmãos

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provocar no romano incrédulo, que desprezava de todo o seu coração os<br />

judeus e sua religião e só acreditava na religião política de Roma e em<br />

César?<br />

Há uma razão séria para isto. Embora lhe atribuíssem sentidos<br />

diferentes, o termo filho de Deus era bastante difundido no esoterismo<br />

antigo; e Pilatos, apesar de cético, tinha seu lado supersticioso. Em<br />

Roma, nos pequenos mistérios de Mitras, nos quais os cavaleiros<br />

romanos se faziam iniciar, ele escutara que um filho de Deus era uma<br />

espécie de intérprete da divindade. Em qualquer nacionalidade, em<br />

qualquer religião, atentar contra sua vida era um grande crime. Pilatos<br />

não acreditava naqueles devaneios persas, mas aquelas palavras o<br />

inquietavam apesar de tudo e aumentavam seu embaraço. Percebendo<br />

isto, os judeus apresentam ao procônsul a acusação suprema:<br />

“Se libertares este homem, não és amigo de César. Porque quem<br />

se diz rei declara-se contra César... nós não temos outro rei senão<br />

César“.<br />

Argumento irresistível. Negar Deus é pouco, matar é nada, mas<br />

conspirar contra César é o crime dos crimes. Pilatos é forçado a renderse<br />

e pronunciar a condenação. Assim, no término de sua carreira<br />

pública, Jesus encontra-se diante do senhor do mundo que ele<br />

combatera indiretamente, como adversário oculto, durante toda sua<br />

vida. A sombra de César o envia à cruz. Profunda lógica das coisas: os<br />

judeus entregaram-no, mas o espectro romano, estendendo a mão, matao.<br />

Mata o seu corpo. Mas é Ele, o Cristo glorificado, que, por seu<br />

martírio, tirará de César, para sempre, a auréola usurpada, a apoteose<br />

divina, a infernal blasfêmia do poder absoluto.<br />

Pilatos, depois de lavar as mãos do sangue do inocente,<br />

pronunciou a frase terrível: Condemno, ibis in crucem. A multidão<br />

impaciente já se apressa em direção ao Gólgota.<br />

Eis-nos no monte desnudo e semeado de ossos humanos, que<br />

domina Jerusalém e tem o nome de Gilgal, Gólgota ou lugar de crânio;<br />

deserto sinistro, consagrado desde séculos a horríveis suplícios. A<br />

montanha calva não tem árvores; ali só germinam cadafalsos. Lá<br />

Alexandre Jané, rei judeu, assistira com todo o seu harém à execução de

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