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OS GRANDES INICIADOS - Entre Irmãos

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puderam ver, em um sangrento pôr-de-sol, o cadáver de seu tirano<br />

crucificado num promontório, diante da ilha onde ele reinara na glória e<br />

nos prazeres.<br />

Mas voltemos ao princípio do reinado de Polícrates. Em noite<br />

clara, um jovem estava sentado numa floresta de agnus-cactus de folhas<br />

luzidias, não longe do templo de Juno, cuja fachada dórica a lua cheia<br />

banhava e cuja mística majestade fazia ressaltar. Há muito tempo um<br />

rolo de papiro, contendo um canto de Homero, estendia-se a seus pés.<br />

Sua meditação, iniciada no crepúsculo, durava ainda e se prolongava no<br />

silêncio da noite. Há muito tempo o sol se pusera, mas seu disco<br />

chamejante flutuava ainda diante do olhar do jovem sonhador como<br />

algo irreal. Seu pensamento vagava longe do mundo invisível.<br />

Pitágoras era filho de um rico joalheiro de Samos e de uma<br />

mulher chamada Partênis. A Pítia de Delfos, consultada durante uma<br />

viagem, pelos jovens recém-casados, prometera-lhes “um filho que seria<br />

útil a todos os homens, em todos os tempos”, e o oráculo enviara os<br />

esposos a Sidon, na Fenícia, para que o filho predestinado fosse<br />

concebido, gerado e nascido longe das influências perturbadoras de sua<br />

pátria. Antes mesmo de seu nascimento, a criança maravilhosa fora<br />

dedicada por seus pais à luz de Apolo, na lua do amor.<br />

O menino nasceu; quando completou um ano, sua mãe, atendendo<br />

ao conselho dos sacerdotes de Delfos, levou-o ao templo de Adonai,<br />

num vale do Líbano. Lá, o pontífice o abençoou. Depois a família<br />

voltou a Samos. O filho de Partênis era muito bonito, meigo, moderado,<br />

pleno de senso de justiça. Somente a paixão intelectual brilhava em seus<br />

olhos e imprimia aos seus atos uma energia secreta. Longe de contrariálo,<br />

seus pais encorajavam sua inclinação precoce para o estudo da<br />

sabedoria. Assim, ele pôde livremente conferenciar com os sacerdotes<br />

de Samos e com os sábios que começavam a fundar, na Jônia, escolas<br />

onde ensinavam os princípios da Física. Aos dezoito anos, recebia as<br />

lições de Hermodamas, de Samos; aos vinte, as de Ferecides, em Siro. E<br />

já conferenciara com Tales e Anaximandro, em Mileto. Estes mestres<br />

tinham-lhe aberto novos horizontes, mas nenhum satisfizera. <strong>Entre</strong> seus<br />

ensinamentos contraditórios ele procurava interiormente o liame, a

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