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OS GRANDES INICIADOS - Entre Irmãos

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ciência e por seu entusiasmo, Orfeu arrebatou a maior parte dos trácios,<br />

transformou completamente o culto a Baco e dominou as bacantes. Sua<br />

influência logo penetrou em todos os santuários da Grécia. Foi ele quem<br />

consagrou a realeza de Zeus na Trácia, a de Apolo em Delfos, onde<br />

lançou as bases do tribunal dos Anfictiões, que se tornou a unidade<br />

social da Grécia. Enfim, mediante a criação dos Mistérios, ele moldou a<br />

alma religiosa de sua pátria. Pois, no ápice da iniciação, ele fundiu a<br />

religião de Zeus com a de Dionísio em um pensamento universal. Os<br />

iniciados recebiam, através de seus ensinamentos, a pura luz das<br />

verdades sublimes. Essa mesma luz chegava ao povo mais atenuada,<br />

mas não menos benéfica, sob o véu da poesia e das festas encantadoras.<br />

Foi assim que Orfeu se tornou pontífice da Trácia, grande<br />

sacerdote do Zeus Olímpico e, para os iniciados, o revelador do<br />

Dionísio celeste.<br />

(1). Segundo a tradição dos trácios, a poesia tinha sido inventada por<br />

Olen. Ora, este nome quer dizer em fenício o Ser universal. Apolo tem a<br />

mesma raiz. Ap Olen ou Ap Wholen significa Pai universal. Primitivamente<br />

adorava-se em Delfos o Ser universal sob o nome de Olen. O culto de Apolo<br />

foi introduzido por um sacerdote inovador, sob a influência da doutrina do<br />

verbo solar que percorria, então, os santuários da Índia e do Egito. Esse<br />

reformador identificou o Pai universal com sua dupla manifestação: a luz<br />

hiperfísica e o sol visível. Mas essa reforma de maneira nenhuma saiu das<br />

profundezas do santuário. Foi Orfeu quem deu nova força ao verbo solar de<br />

Apolo, reanimando-o e eletrizando-o por meio dos mistérios de Dionísio. (Ver<br />

Fabre d'Olivet, Les vers dorés de Pythagore.)<br />

(2). Trakia, segundo Fabre d'Oivet, deriva do fenício Rakhiwa: o espaço<br />

etéreo ou o firmamento. O certo é que, para os poetas e os iniciados da<br />

Grécia, como Píndaro, Ésquilo ou Platão, o nome Trácia tinha um sentido<br />

simbólico e significava: o país da pura doutrina e da poesia sagrada que dele<br />

procede. O termo tinha, pois, para eles um sentido filosófico e histórico.<br />

Filosoficamente, designava uma região intelectual, o conjunto das doutrinas e<br />

das tradições que fazem o mundo proceder de uma inteligência divina.<br />

Historicamente, o nome lembrava o país e a raça onde a doutrina e a poesia

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