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OS GRANDES INICIADOS - Entre Irmãos

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124<br />

Uma ponta do véu soerguera-se, todavia, mas para tornar a cair<br />

em seguida, e ele despertara na terra dos túmulos. Ah! como estava<br />

longe do fim sonhado! Quão longa é a viagem na barca dos milhões de<br />

anos! Pelo menos ele entrevira o alvo final. Mesmo que sua visão do<br />

outro mundo fosse apenas um sonho, um esboço infantil de sua<br />

imaginação ainda repleta das vaidades da terra, poderia ele duvidar<br />

dessa outra consciência que ele sentira eclodir dentro de si, desse duplo<br />

misterioso, desse eu celestial que lhe aparecera em sua beleza astral<br />

como uma forma viva e que falara durante o sono? Seria uma alma<br />

gêmea, seria seu gênio ou apenas um reflexo do íntimo de seu espírito,<br />

um pressentimento de seu ser futuro? Maravilha e mistério. Com<br />

certeza seria uma realidade, e se essa alma não fosse a sua, seria a<br />

verdadeira. O que não faria ele para reencontrá-la! Vivesse ele milhões<br />

de anos e não esqueceria esta hora divina em que vira seu outro eu, puro<br />

e radiante! (5).<br />

Terminara a iniciação. O adepto estava consagrado sacerdote de<br />

Osíris. Como egípcio, ele ficaria ligado ao templo; como estrangeiro,<br />

era-lhe permitido às vezes retornar a seu país, para lá fundar um culto<br />

ou cumprir sua missão. Mas, antes de partir, ele prometia solenemente,<br />

mediante um juramento terrível, guardar silêncio absoluto sobre os<br />

segredos do templo. Jamais deveria contar a alguém o que vira ou<br />

escutara, nem revelar a doutrina de Osíris, a não ser sob o tríplice véu<br />

dos símbolos mitológicos ou dos mistérios. Se ele violasse esse<br />

juramento, uma morte fatal o atingiria cedo ou tarde, tão longe quanto<br />

estivesse. O silêncio tornara-se o escudo de sua força.<br />

Regressando às plagas da Jônia, à sua turbulenta cidade, sob o<br />

choque das paixões furiosas, naquela multidão de homens que vivem<br />

como insensatos, ignorando-se a si mesmos – muitas vezes relembrava<br />

o Egito, as pirâmides, o templo de Âmon-Rá. Então o sonho da cripta<br />

lhe voltava. E como lá o lótus balança sobre as ondas do Nilo, essa<br />

visão branca sempre flutuaria sobre o rio lodoso e confuso desta vida.<br />

Em horas escolhidas, ele ouvia sua voz, e era a voz da luz.<br />

Despertando em seu ser uma música íntima, ela lhe dizia: “A alma é<br />

uma luz velada. Quando a negligenciamos, ela escurece e se extingue.

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